quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ARMANDO VASCONCELOS POR NONATO ALBUQUERQUE

ARTIGO. Armando Vasconcelos, um nome


Eu não tive oportunidade de trabalhar ao lado de Armando Vasconcelos, embora tenha começado em Fortaleza no mesmo local onde ele fez nome. Quando cheguei aqui, vindo do interior, ele já havia deixado a Rádio Iracema. No edifício Guarany, ali na praça José de Alencar, animava auditórios, além de ser a voz oficial da emissora na crônica do meio dia “Doa a Quem Doer”.

Era dele também, a voz da chamada da hora certa. Aquela que passava ‘meia hora’ anunciando: “Casa Bicho, o rei dos chapéus finos Cury e Ramezzoni. Casa Bicho, o camiseiro da cidade. Casa Bicho, o gravateiro dos elegantes. E a Casa Bicho informa a hora certa...” Depois é que operadores como Chaves, Soneca e outros abriam aquele microfone especial que voltou a ser visto na sede da AM DO POVO, na ante sala que dava para os estúdios.

Armando Vasconcelos é de uma época em que o rádio exigia do profissional da locução alguns critérios de seleção: voz, técnica, leitura, dicção, conhecimento do veículo e, principalmente, informação. Se hoje em dia, acusam o rádio de aceitar qualquer um que descumpra alguns desses itens, é que não há nem mesmo seleção. Algumas das empresas vivem oferecendo a quem passa na calçada a chance de trabalhar no rádio. Basta que compre um horário a um determinado preço. No passado não era assim.

Armando Vasconcelos é do naipe de radialistas que marcaram uma época. Quando o rádio era a pura emoção. Nele se fazia o sucesso das paradas musicais. Os ídolos eram os cantores do rádio, que eram feitos à base da divulgação que os radialistas faziam.
O que hoje é sucesso na TV em termos de novela, tudo vem do rádio. Paulo Gracindo, Fernanda Montenegro, Dias Gomes, Janete Clair, Armando Bogus – tudo chegou via rádio.

Armando não fez radio-novela, mas teve importância na área em que projetou seu nome. Foi no programa dele que surgiu Ayla Maria, descoberta a partir dos pastoris que se apresentavam na praça José de Alencar. Ela acabou sendo ‘a voz orgulho do Ceará’, slogan cunhado pelo próprio Armando e que junto com Ivanilde Rodrigues repetia na ‘taba de Iracema’ a guerra nacional que dividia públicos entre Marlene e Emilinha Borba.

Armando foi para a TV onde atuou na TV Ceará, TV Uirapuru (depois Cidade), onde por longos 23 anos apresentou o seu “Armando Vasconcelos”, capitaneado pelo bordão: “meus amigos...”.

Pouca gente sabe que Armando Vasconcelos é da mesma família dos Ponte – Alan Neto, Híder e Sérgio Ponte, eles próprios reconhecidos pela ajuda que, provavelmente, o nome Armando lhes proporcionou.

Armando é uma fase do rádio que terminou com a chegada da TV e que passaria a exigir dos locutores mais improviso, menos empostação de voz e – apesar do que citei anteriormente – um bom conhecimento sobre tudo. Afinal, o rádio é plural. Exige, no mínimo, conhecimento do meio e do mundo para chegar a ser um profissional de singular renome.
 
NONATO ALBUQUERQUE - BLOG GENTE DE MÍDIA

LEIA E REFLITA

03/08/2011

Música = homogeneização?

Uma lógica surgiu na minha cabeça enquanto tentava dormir de ontem para hoje. E como precisava falar para alguém, aproveito a situação para colocar no blog.

A música perdeu aquele poder que tinha. Ela não faz parte da sua vida mais. Pode ser que com o aumento da tecnologia e a pressão constante por sucesso e reconhecimento na mídia, a música de qualidade é aquela lançada em um dia e que dura alguns poucos meses na memória de quem a escuta.

Não ouvimos música pela qualidade e sim por passatempo. Se a ouvirmos anos depois, lembramos dela, mas não a guardamos para o resto da vida. É difícil imaginar uma pessoa no auge de seus cinquenta anos ouvindo Restart ou Justin Bieber, não é mesmo?

Hoje a música sofre de homogeneização. Está cada vez mais raro ver bandas/artistas que ultrapassam essa barreira da normalidade e atinjam algo novo. Pode ser uma característica da nova geração que ainda está sendo formada, mas gerações anteriores aproveitavam a música de uma forma melhor. Obviamente que o mundo era outro e as músicas eram restritas a CDs e LPs, não tendo esse fluxo absurdo de informação fácil e gratuita.

Infelizmente, essa normalidade musical é deficitária para nós, já que não expande nosso universo musical, ficando restritos às mesmas coisas sempre. Trata-se, portanto, de uma espécie de dominação da informação.
Não estou generalizando, dizendo que todas as músicas lançadas são descartáveis, mas é clara a maior concentração de descartes do que de verdadeiras músicas, que você ouve milhares e milhares de vezes, seja em casa, no quarto, no carro, na escola...

Não sei se estou “viajando” muito, mas foi um pensamento que eu tive e achei necessário comentar.

Por Rodolfo P. Vicentini
fonte: BLOG DO FOLHATEEN

FESTIVAL DE MÚSICA FM UNIVERSITÁRIA

II Festival de Música da Universitária FM abre inscrições

A partir de 1º de agosto, estarão abertas as inscrições para II Festival de Música da Universitária FM, nas categorias Música Instrumental e Música com Letra. O primeiro lugar de cada categoria será indicado para concorrer no III Festival de Música das Rádios Públicas do Brasil, organizado pela Associação de Rádios Públicas do Brasil (Arpub). As inscrições serão gratuitas e ficarão abertas até o dia 25 de agosto

 
A Rádio Universitária FM recebe, de 1º a 25 de agosto, inscrições para o II Festival de Música da Universitária FM. O objetivo do concurso é revelar e divulgar obras musicais inéditas, abrindo espaço para cantores, compositores, instrumentistas e arranjadores residentes no Ceará.

Em sua segunda edição, o Festival apresenta as categorias Música com Letra e Música Instrumental. O primeiro lugar de cada categoria será indicado para o III Festival de Música das Rádios Públicas do Brasil, organizado pela Associação de Rádios Públicas do Brasil (Arpub).

Para efetuar a inscrição o candidato precisará entregar duas cópias de CD contento arquivos WAVE das músicas inscritas, arquivos WORD da ficha de inscrição preenchida e release do proponente, arquivo JPG de foto do proponente, ficha de inscrição preenchida impressa, cópias do RG, CPF e comprovante de residência e cinco cópias das letras das músicas inscritas digitadas e impressas em fonte Times New Roman, corpo 12. A ficha de inscrição estará disponível para download no site da emissora www.radiouniversitariafm.com.br. A inscrição será gratuita, podendo ser presencial na sede da emissora ou enviada pelos Correios.

Poderão inscrever trabalhos musicais apenas os autores ou co-autores das respectivas obras, cearenses ou residentes no Ceará há mais de 5 anos. Cada proponente poderá inscrever no concurso até duas músicas, com duração máxima de 5 minutos, cada uma. As dez canções vencedoras farão parte de um CD do II Festival de Música da Rádio Universitária FM, e cada músico vencedor receberá 100 cópias do CD.

I Festival de Música da Universitária FM

Realizada em 2010, a primeira edição do Festival de Música da Universitária FM teve grande sucesso na divulgação do trabalho de músicos cearenses, recebendo um total de 143 inscrições. Os músicos David Calandrine, com a canção “Quase era um Choro”, e Tom Drummond, com “Seu Santo”, conquistaram os primeiros lugares do Festival e foram indicados para o II Festival de Música da ARPUB.

O CD com as músicas finalistas da primeira edição será lançado no mês de agosto pela Rádio Universitária FM.

SERVIÇO
II Festival de Música da Universitária FM
Inscrições: 1º a 25 de agosto de 2011, na sede da emissora.

DOWNLOAD

 Ficha de Inscrição
 Regulamento do II Festival de Música da Universitária FM
 

ARMANDO VASCONCELOS - UM NOME DO RÁDIO

O Ceará se despede de Armando Vasconcelos

Morreu ontem, aos 85, o comunicador Armando Vasconcelos. Pioneiro do rádio e da televisão, ele se popularizou pelo programa de TV que carregava seu próprio nome e ficou no ar por 23 anos ininterruptos
04.08.2011| 01:30
Afastado da TV desde 2006, Armando Vasconcelos morreu em casa (BANCO DE DADOS)

Faleceu, por volta do meio-dia de ontem (3), em casa, o comunicador Armando Vasconcelos, em decorrência de complicações de uma pneumonia. O velório está acontecendo no Ápice Velório, na Barão de Aracati, e o sepultamento está previsto para as 10h30, no cemitério São João Batista.

Nascido em Fortaleza, Armando Vasconcelos tinha 85 anos. Advogado formado, exerceu a profissão no Tribunal de Contas do Município (TCM), por onde era aposentado. Sua grande paixão, no entanto, sempre foram os meios de comunicação. Ele foi um dos pioneiros do rádio e da televisão no Estado, participando, inclusive, da fundação da TV Ceará. Na década de 1950, ele entrou na Rádio Iracema e, por anos, comandou o programa Fim de Semana na Taba. Ali surgiu o bordão “Doa em quem doer”, que hoje dá nome ao programa do radialista Cid Carvalho.

No início dos anos 1980, Armando entrou na TV Cidade, de onde chegou a ser diretor. Ali, ele comandou, durante 23 anos ininterruptos, o programa que levava seu nome. Num misto de informações e entretenimento, a atração levou aos estúdios inúmeras personalidades do meio político cearense, mas foi responsável também por dar visibilidade a diversos novos talentos da da terra.

O programa popularizou-se com o quadro Garota da Capa, onde belas mulheres disputavam um concorrido concurso de beleza, e ficou na memória dos cearenses pelo bordão “Meus amigos...”, sempre repetido pelo apresentador.

Também na TV Cidade, Armando Vasconcelos coordenou, ao lado da sua ex-mulher, a cantora Ayla Maria, o programa Encontro com Ayla. Para o pesquisador Gilmar de Carvalho, autor de A Televisão no Ceará, é dessa época que vem uma das maiores contribuições de Armando para a cultura local. “Ele se antecipou a essa ideia dos empresários e produtores múltiplos que cuidam de tudo: de repertório, imagem, vestuário... A Ayla, talvez, tenha sido ‘produto’ mais bem acabado dele”, diz. O comunicador estava afastado da televisão desde 2006, por problemas de saúde.

Repercussão
Para o empresário Miguel Dias, proprietário da TV Cidade, o Ceará perdeu um dos seus maiores comunicadores. “O Armando foi um dos melhores apresentadores da TV cearense, foi o que mais tempo esteve no ar e deve ter sido o segundo, só perdendo para a Hebe, em número de programas semanais”, contabiliza.

Segundo o empresário, Armando ajudou-o a desenvolver a TV Cidade em Fortaleza, nos idos dos anos 1980, quando o comunicador passou a integrar a equipe da emissora. “Ele é um exemplo para a nova geração de jornalistas e uma lição de vida. O Armando era um amigo, um irmão, um homem honesto, honrado e que vai fazer muita falta”, completa.

Quem

ENTENDA A NOTÍCIA

Um dos pioneiros do rádio e da televisão no Ceará, Armando Vasconcelos comandou, por 23 anos ininterruptos, um programa na TV Cidade que levava seu nome. A atração se destacava pelas entrevistas e opções de entretenimento.
Naara Vale
naara@opovo.com.br

POESIA E POLÍCIA

Delegado inova ao descrever prisão em forma de versos e chama a atenção

Publicação: 03/08/2011 19:02 Atualização: 03/08/2011 20:03

A inovação na maneira de redigir o relatório policial garantiu uma dose de magia na delegacia de Riacho Fundo. O delegado da 29ª Delegacia de Polícia, Reinaldo Lobo, resolveu fugir dos padrões e escreveu em forma de poesia o inquérito policial sobre a prisão realizada no dia 26 de julho de um homem que foi pego em flagrante com uma moto roubada. “Ele é mesmo sem noção/ Estava preso na domiciliar/ Não conseguiu mais se explicar/ A motocicleta era roubada/ A sua boa fé era furada”.

O relatório não foi aceito pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal. E teve de ser reescrito de acordo com os padrões policiais. Essa tarefa ficou a cargo de outro delegado e não houve ainda nenhum tipo de repreenda para o autor dos versos. Mas, a Corregedoria informou que a conduta do servidor será apurada. "O inquérito me vem pra relatar/ Mas como nesta satélite acabamos de chegar/ E não trouxemos os modelos pra usar/Resta-nos apenas inovar".

“Tudo que é inovação no inicio causa uma certa estranheza é natural. Eu acredito que o relatório tenha sido lido de uma forma rápida. Com uma maior reflexão [os membros da Corregedoria] vão perceber que ele tinha que ter que sido valorizado”, afirmou o autor do relatório.

De acordo com o delegado, ele costuma escrever e ler muito, mas na área em que atua, o direito. “A parte de literatura acho que é influência do meu avô que é escritor. Ele chegou a dedicar um livro para mim. Eu mesmo só tinha escrito textos de cunho pessoal”, contou.

O autor disse ter recebido muito apoio e muitos elogios dos colegas e da chefia da delegacia. E, confirmou, que pretende continuar a exercer mais atividades como esta. “Eu tenho interesse em continuar escrevendo assim, mas desde que consigamos chegar a uma harmonia [com a Corregedoria]”, afirmou.

Segundo o delegado, a função de concursado permite que ele se responsabilize por seus atos e pelo trabalho que exerce é possível reconhecer o limite de como fazer isso. . “Desde que não saia do bom senso, a poesia atrai a atenção de quem lê e pode até mesmo levar a reflexão”, explicou.

A Corregedoria-Geral orientou que as autoridades devem elaborar relatório minucioso nos termos do Código de Processo Penal. De acordo com o órgão, a Divisão de Correição é responsável por verificar se os relatórios estão sendo produzidos conforme os critérios técnicos legais estabelecidos pela norma vigente. O que deve acontecer por se tratar de um instrumento formal das investigações da Polícia Judiciária.

Delegado poeta

"Já era quase madrugada
Neste querido Riacho Fundo
Cidade muito amada
Que arranca elogios de todo mundo
O plantão estava tranqüilo
Até que de longe se escuta um zunido
E todos passam a esperar
A chegada da Polícia Militar
Logo surge a viatura
Desce um policial fardado
Que sem nenhuma frescura
Traz preso um sujeito folgado
Procura pela Autoridade
Narra a ele a sua verdade
Que o prendeu sem piedade
Pois sem nenhuma autorização
Pelas ruas ermas todo tranquilão
Estava em uma motocicleta com restrição
A Autoridade desconfiada
Já iniciou o seu sermão
Mostrou ao preso a papelada
Que a sua ficha era do cão
Ia checar sua situação
O preso pediu desculpa
Disse que não tinha culpa
Pois só estava na garupa
Foi checada a situação
Ele é mesmo sem noção
Estava preso na domiciliar
Não conseguiu mais se explicar
A motocicleta era roubada
A sua boa fé era furada
Se na garupa ou no volante
Sei que fiz esse flagrante
Desse cara petulante
Que no crime não é estreante
Foi lavrado o flagrante
Pelo crime de receptação
Pois só com a polícia atuante
Protegeremos a população
A fiança foi fixada
E claro não foi paga
E enquanto não vier a cutucada
Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada
Já hoje aqui esteve pra testemunhá
A vítima, meu quase chará
Cuja felicidade do seu gargalho
Nos fez compensar todo o trabalho
As diligências foram concluídas
O inquérito me vem pra relatar
Mas como nesta satélite acabamos de chegar
E não trouxemos os modelos pra usar
Resta-nos apenas inovar
Resolvi fazê-lo em poesia
Pois carrego no peito a magia
De quem ama a fantasia
De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia
Assim seguimos em mais um plantão
Esperando a próxima situação
De terno, distintivo, pistola e caneta na mão
No cumprimento da fé de nossa missão

Riacho Fundo, 26 de Julho de 2011
Del REINALDO LOBO
63.904-4"
Fonte: www.correioweb.com.br