sábado, 2 de julho de 2011

RÁDIO CULTURA - UM POUCO DE HISTÓRIA

Rádio Cultura 52 anos de muita inovação e criatividade

30/06/11

Jota Gonçalves, 7 de setembro de 1949
A história da Rádio Cultura AM 1250, de Joinville, fruto do sonho e determinação de José Gonçalves, o Jota Gonçalves, começa quando a emissora entra no ar, em caráter experimental, em nove de janeiro de 1956. E se oficializa quando passou a atuar comercialmente em 1º de julho de 1959 em condição de igualdade com as pioneiras Difusora e Colon. Os acionistas iniciais da emissora, além de José Gonçalves, foram os empresários Adhemar Garcia e Gerard Louis Wetzel. Os primeiros locutores contratados pela emissora foram Ramiro Gregório da Silva (julho de 1959), Raciel Gonçalvez (setembro 1959), Plínio de Oliveira Neto (janeiro 1959) como operador de rádio e Joacy Alcântara (fevereiro 1960). Ainda trabalham na emissora, mas, sem vínculos empregatícios, diversos radialistas, como Ney Botto Guimarães, os filhos de Jota Gonçalves (Aluisio e Rosita), Aroldo Ireno Assunção, Geovani de Lima, Vilson de Oliveira, Gastão de Diniz, Augusto Parcias, Flávio Gonçalves e José Eli Francisco, entre outros que foram gradativamente obtendo vínculo com a empresa. (No podcast trecho do intervalo das 14 horas de hoje, 30/6).
Desde o início a emissora destaca-se no setor de jornalismo marcando presença nos grandes acontecimentos da cidade e da região.
Como por exemplo, quando acompanhou o concurso de Miss Universo, do qual participou Vera Fischer na década de 60, transmitindo o evento direto de Miami, numa época em que para se falar por telefone de Joinville com Florianópolis, era preciso solicitar à telefonista que completasse a ligação. E ainda, quando transmitiu, com Ramiro Gregório da Silva, direto dos Estados Unidos, o lançamento da nave espacial Apollo, que levou o homem à Lua. Além disso, realizou a primeira transmissão esportiva do Estado com um equipamento sem fio. O equipamento, construído pelo engenheiro joinvilense Hans Stock, neto de imigrantes, foi montado no interior de uma saboneteira de cor verde, visto que na época não havia material plástico adequado e naquela dimensão.
Dois profissionais que fizeram a diferença desde o início
Jota Gonçalves, apesar de ainda adolescente e com apenas o curso primário, mostra domínio sobre o exercício profissional da locução e do jornalismo radiofônico atuando inicialmente na Rádio Difusora. Extremamente simpático e bem apessoado, o dom da comunicação foi a arma com a qual ele rigorosamente se impôs na cena social, esportiva, radiofônica e política joinvillense, chegando a ser vereador, depois deputado estadual por duas legislaturas. Foi o primeiro profissional a se aposentar como radialista em Santa Catarina. Como empreendedor de visão, quando percebeu a possibilidade de regularizar a licença de operação da Rádio Cultura, em 1958 Jota Gonçalves foi “até a Rádio Araguaia de Brusque convidar o jovem, mas já conceituado radialista, Ramiro Gregório da Silva para dar início à organização da infra-estrutura e do broadcasting da Rádio Cultura”.

Ramiro Gregório da Silva
Ramiro Gregório da Silva, ao ser convidado viu a oportunidade de realizar o sonho de dirigir uma emissora de rádio aos 23 anos de idade. Já casado (com dona Lola) e com uma filha (Marlise) Ramiro vem para Joinville. A proposta era fascinante: Jota lhe disse, mostrando uns papéis e um endereço: “Aqui nós vamos montar a rádio, gostaria que você fizesse o planejamento para que a gente possa colocar a rádio no ar”. As dificuldades eram muitas: faltava dinheiro, os equipamentos eram caros e precários, não havia locutores e os anunciantes ainda não valorizavam a publicidade. Mas, Ramiro botou sua “inventividade” a funcionar e foi criando as condições. No prazo previsto, com o apoio de Jota Gonçalves, haviam conseguido emprestados a mesa de som, toca-discos e um microfone, e mandado construir a torre foi construída numa oficina de Joinville mesmo. Quando se tratou de formar a equipe da emissora, Ramiro foi pessoalmente o professor, ensinando locutores e operadores de som dentro do padrão que definira para a Rádio Cultura e que veio a torná-la absolutamente inigualável para a época e para a concorrência. Bem humorado Ramiro relembra: “Eles (os locutores) perguntavam, eu afino ou engrosso a voz? Nem fino nem grosso, você tem que comunicar, falar com o ouvinte com naturalidade, como se você estivesse tomando um cafezinho com o ouvinte, mas falando um português correto”. (Com informações dos livros Cultura AM 1250 [texto e fotos];  Memória da Radiodifusão Catarinense [Acaert]; e a colaboração de José Eli Francisco e Marlise Rossi da Silva).
Fonte: www.carosouvintes.org.br