domingo, 29 de maio de 2011

Veja esta novidade - LUIZ GONZAGA EM CORDEL

Luiz Gonzaga em Cordel por Arievaldo Viana



BIOGRAFIA EM CORDEL DO REI DO BAIÃO


Será lançado em breve, pela coleção “Do Nordeste para o Mundo”, a história de Luiz Gonzaga em cordel. Pernambucano de Exu, menino arteiro, tocador de sanfona, cantor e compositor que ganhou o título de Rei do Baião. Gonzagão foi um verdadeiro embaixador do sertão, levando para os quatro cantos do Brasil e do mundo uma música que fala sobre o jeito sertanejo de ser.


O texto é de Arievaldo Viana e as ilustrações de Rafael Limaverde.


A Concepção de coleção e Coordenação editorial é da escritora Arlene Holanda, responsável também pela editoração gráfica. A coleção foi contemplada com o prêmio Manoel Coelho Raposo, da SECULT-CE.


Uma estrela fulgurante

Corta o sertão brasileiro

Dia 13 de dezembro

De doze, li no roteiro,

Nascia Luiz Gonzaga

Nosso maior sanfoneiro.

Veja mais sobre isso em:

http://acordacordel.blogspot.com
RETIRADO DO BLOG musicadoceara.blogspot.com

UM DISCUSSÃO SOBRE LIBERDADE

MÍDIA & OPINIÃO
Liberdade para quê?
Por Rodrigo Galdino em 24/5/2011
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, "comemorado" em 3 de maio, reflete o paradoxo da sociedade contemporânea. De um lado está a decisão do Superior Tribunal Federal que, em 2009, pôs fim à obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. De outro, a evolução das tecnologias digitais que, a cada dia, permitem que o cidadão comum possa produzir seu próprio conteúdo.
Diante disso, alguns podem pensar que a decisão do STF foi acertada, já que a elaboração de notícias, na atualidade, não é (e nem pode ser) privilégio dos jornalistas. No entanto, não se pode confundir a tão alardeada liberdade de expressão com o exercício de uma atividade que, desde Gutenberg, possui relevância social de destaque. Afinal, jornalistas medeiam o quotidiano da sociedade moderna.
As especificidades da nossa "profissão-repórter" são muitas e ultrapassam a mera emissão de opiniões sobre temas relevantes. Ser jornalista vai muito além de presenciar uma notícia "no susto" e postá-la na internet, para que todo o mundo tenha acesso. Jornalismo exige técnica, responsabilidade social, poder de síntese e sensibilidade para o "outro". Atributos que podem ser cultivados na academia. Não se trata de contradição a defesa da democratização dos meios de comunicação (aqui incluindo a existência de veículos comunitários e independentes) e, ao mesmo tempo, o repúdio ao fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício da atividade jornalística. Pois é preciso destacar que, tão importante quanto a sonhada liberdade de imprensa é o respeito e a valorização do ofício de repórter.
Juntos na mesma luta
Um médico estuda seis anos e, após graduado, tem o direito de exercer o importante ofício de cuidar da saúde alheia. Mas a existência e a obrigatoriedade do diploma de Medicina não impedem que os nossos avós nos "receitem" aquele chazinho, produzido com ervas do quintal. Advogados ainda precisam de diploma para trabalhar, apesar da existência dos despachantes. Por que é diferente com o jornalismo?
Falar em liberdade de imprensa num país que sofreu, até o final dos anos 80, com a ditadura militar, é no mínimo emblemático. Mas é preciso encarar com seriedade o assunto. Pois jornalistas querem liberdade para apurar suas notícias, sem censura. Mas também querem usufruir desta mesma liberdade no momento em que, diplomados, decidam trabalhar em projetos que priorizem a democratização dos meios.
O cidadão deve ter o direito de expressar sua opinião e produzir conteúdos, pois os jornalistas não querem reserva de mercado. Mas, para que a sociedade possa ser informada de maneira coerente, é preciso que o diploma seja obrigatório. Pois só assim haverá espaço para que WikiLeaks, Folhas, Globos e Tribunas atuem no mesmo patamar. Juntos na mesma luta, por liberdade de imprensa, de expressão, de opinião...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

VEJA ESTE ARTIGO - COMO DEMOCRATIZAR A COMUNICAÇÃO

Democratização da comunicação, já!

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Depois do extraordinário sucesso do XXI Ciclo de Debates Nordeste Vinte e Um, realizado no último 18 de março, no auditório da Faculdade de Direito da UFC, com a presença dos jornalistas Altamiro Borges e Paulo Henrique Amorim, Fortaleza dá mais um passo na democratização da comunicação no Brasil. No próximo final de semana, dias 28 e 29, a capital cearense sediará o I Encontro de Blogueiros Progressistas do Ceará. O evento acontecerá no Cuca da Barra do Ceará. Além de Miro Borges e PHA, já confirmaram presença outros nomes de destaque nacional que defendem a democratização da comunicação no País.
Depois de duas décadas perdidas e do desmonte do Estado pelos neoliberais tucanos-pefelistas, nos últimos oito anos o Brasil avançou muito, reduzindo as desigualdades sociais e regionais, deixando de ser coadjuvante para se tornar protagonista no concerto das nações. Porém muito ainda falta ser feito para que o Brasil possa ser considerado um país democrático, e isto só acontecerá com a democratização da comunicação.
É inadmissível que tão somente dez famílias dominem toda a comunicação no País. A ditadura midiática tem sido uma das principais responsáveis pelo atraso em que vivemos. Contudo, algumas iniciativas já foram tomadas para que esse quadro se modifique, sendo a principal delas a realização da I Conferência Nacional da Comunicação (Confecom), realizada em Brasília no ano passado, convocada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que contou com a participação milhares de democratas em todos os estados brasileiros. No que pese o boicote da velha mídia conservadora, venal e golpista, tendo o GAFE (Globo, Abril, Folha e Estadão) como núcleo central, a Conferência foi um sucesso.
Por iniciativa do jornalista Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, o então presidente Lula reuniu-se com blogueiros progressistas de todo o País, ocasião em que foi debatida a imperiosa radicalização da democratização da comunicação. Em vários estados da Federação já foram realizados encontros de blogueiros, sendo o último em Recife – Pernambuco, no pretérito final de semana.
Não é temeroso afirmar que o evento será um sucesso. Isto porque o interesse tem sido muito grande e o número estabelecido de participantes, 300, já foi superado. Vale ressaltar o empenho de profissionais como Daniel Bezerra, editor do Blog da Dilma no Ceará; Francisco Bezerra, editor da Revista Nordeste Vinte e Um; jornalista Luiz Carlos Antero, advogado Deodato Ramalho, dentre outros.

Messias Pontes - Jornalista
 

O RÁDIO QUE NINGUEM VÊ....

MÍDIA RADIOFÔNICA
O rádio que ninguém vê
Por Francisco Djacyr Silva de Souza em 24/5/2011
Nesse mundo do rádio há muitas coisas obscuras que têm muito a ver com o desrespeito a que seus usuários são submetidos por alguns que se dizem profissionais e grande parte daqueles que são personagens do rádio. Radialistas, quando não estão no ar, proferem agressões a ouvintes que, às vezes, participam dos seus programas e são bastante elogiados nas emissões radiofônicas. No mundo oculto do meio rádio predomina a alcunha de "mala" para aqueles que muitas vezes têm contribuições inestimáveis a ser dadas à sociedade no momento em que fazem qualquer reclamação ou mesmo mandam mensagens de alento, fazem campanhas e cumprimentam pessoas. No entanto, no momento em que rola o tal do vil metal, há muitos elogios, nem sempre gratuitos, a quem tem poder e a quem patrocina os programas, pois poder, dinheiro e fama acabam modificando muitas pessoas.
A transparência tão cobrada por outros setores da sociedade não existe no meio rádio e muitos que o questionam passam a ter nome maldito no momento das programações e no processo de emissão do rádio como um todo. O rádio precisa ser verdadeiro e o ouvinte, como usuário e verdadeiro dono do rádio, precisa ser respeitado tanto como consumidor como ser humano. A educação no rádio deve ser praticada para evitar excessos, mas algumas críticas, às vezes infundadas, aos ouvintes deveriam ser feitas de modo a que estes tivessem a chance de se defender ou se justificar. Será que os ouvintes só falam besteira no rádio? Será que suas participações não têm sentido? Mesmo que estas respostas sejam positivas, o ideal seria mostrar a verdade do que pensam os personagens de rádio e emitir mensagens sérias e verdadeiras sobre o que se pensa do ouvinte.
A lógica do dinheiro
Os ouvintes de rádio são, sim, maltratados. Há casos em que estes são deixados horas à espera de uma participação, enquanto o radialista fala à vontade, sem se preocupar com quem está do outro lado da linha. Há casos em que os operadores são orientados a deixar o telefone ocupado, através de medida técnica, para evitar que os ouvintes tenham direito à participação nos programas. Não seria mais honesto dizer que não querem a participação dos ouvintes? Há programas que dizem claramente que não querem participação dos ouvintes para não atrapalhar... A forma como os ouvintes são tratados no rádio é sinônimo de descaso, desrespeito e desvalorização de quem deveria ser tratado como consumidor vip.
A participação dos ouvintes é uma fase importante da emissão radiofônica. Em meio à participação nos programas de rádio, temos reclamações, dicas de saúde, indicações de problemas e até conhecimento de problemas que estão acontecendo em tempo real e podem contribuir claramente para acelerar a informação e o conhecimento. Nos bastidores de rádio, muitos ouvintes que têm participação efetiva em muitos dos programas são tratados como "malas", ou seja, indesejáveis. Não queiram saber o que muitos radialistas pensam dos ouvintes, pois a verdade do rádio é um pouco obscura e precisa ser mudada para o bem do rádio e da comunicação.
No entanto, há muitos ouvintes ainda ingênuos que continuam acreditando neste meio de comunicação e ainda fazem muito por ele, embora continuem sendo destratados, desrespeitados e, muitas vezes, humilhados. Há programas de rádio que alertam aos ouvintes no sentido de não fazerem críticas aos gestores que pagam propagandas oficiais em alguns programas. Claro que este não é o sentido do rádio, porém esse artifício continua sendo utilizado no meio rádio como um verdadeiro exemplo de censura motivado pelos interesses econômicos. O meio rádio, em seus bastidores, tem desprezo pelo ouvinte e não entende que sem ouvintes não há comunicação e que estes são usuários e precisam ser tratados como tal. Muitos que fazem rádio continuam a desfazer da figura do ouvinte, que deveria se objeto de reverência e respeito, mas eles jamais entenderão a lógica da comunicação, pois a lógica do dinheiro sempre fala mais alto...Uma pena que seja assim...

terça-feira, 24 de maio de 2011

PALESTRA COM AMANDA GURGEL

AMANDA GURGEL - A PROFESSORA QUE CALOU OS DEPUTADOS E MOSTROU A TODOS A VERDADEIRA FACE DA EDUCAÇÃO ESTARÁ EM FORTALEZA AMANHÃ. DARÁ PALESTRA NO SINTRO - AVENIDA TRISTÃO GONÇALVES , 1380 A PARTIR DAS 18 : 30 HORAS.
AMANHÃ TAMBÉM OS PROFESSORES MUNICIPAIS ESTARÃO REUNIDOS PARA VOTAÇÃO DA MENSAGEM DA PREFEITURA QUE ANIQUILA A LEI DO PISO. SERÁ AS 7 HORAS NA CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA.
CONVOCAMOS TODA SOCIEDADE A SER FAZER PRESENTE.

PIADAS DE SALÃO

MARIDO/MULHER
Cheguei em casa de madrugada. De madrugada não, já tava era amanhecendo o dia. Bati na porta. A mulher abriu. Aí eu falei:
-Bom dia meu amor
Estou chegando agora
O dia já raiou
Passei a noite fora.
E ela:
-Bonito, hem! Além de corno, deu agora pra poeta!

SECRETÁRIA
Cheguei no Escritório do Riso, minha secretária falou:
   -Seu Zebrinha, sua garagem ta aberta.
   -Garagem???
   -Sim.
   -Ah! (Fechei a braguilha) - Você viu minha Ferrari vermelha?
   -Não... Eu vi seu Fusquinha caindo os pedaços...

CARTOMANTE
Fui na cartomante, ela botou lá o baralho e falou:
No seu passado, vejo uma linda morena que infernizou sua vida...
   - É Minha mulher, a Jupira...
   E no meu futuro, o que é que diz aí?
No seu futuro vejo uma loura que vai infernizar sua vida ainda mais...
   - É minha mulher, a Jupira É que ela pintou o cabelo.

EMPRÉSTIMO
Eu tava com a minha Banquinha, vendendo laranja,  na frente do Banco do Brasil, de repente chega o meu amigo Pupunha:
  -Zebrinha, tô meio aperreado; me empresta aí 50 reais.
Eu disse:
  -Meu amigo Pupunha, dinheiro eu até tenho; mas infelizmente eu não posso te emprestar.
  -Mas porque?
  -Fiz um acordo com o gerente do Banco: Nem eu empresto dinheiro nem ele vende laranja.

NOME CIENTÍFICO
Para assistir ao comício
No meio da multidão
O Zé subiu numa árvore
Caiu e rasgou o calção.


-Olha o testículo do Zé
Gritou o amigo Ricardo
O deputado que ouviu
Ficou muito admirado.

-Parabéns! – disse ao garoto
Por seu modo de falar
Gostei da sua cultura
Não disse o nome vulgar.

-O problema, deputado
Não é cultura, é fome
Se eu falar ovo aqui
A negada vem e come.

domingo, 22 de maio de 2011

HOMENAGEM AO SHOW DA MADRUGADA

Leitorado
No próximo dia 4, chega aos 15 anos o programa Show da Madrugada, apresentado na Verdinha por Moreira Brito, 60 anos, e Sílvio Augusto, 39. É preciso ter talento e garra para enfrentar cinco horas na madrugada durante tanto tempo. (Edilton Urano - Parquelândia)
Publicado na COLUNA É - JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE

sábado, 21 de maio de 2011

O POVO Online - Jornal Do Leitor - Obrigado Evandro Leitão

O POVO Online - Jornal Do Leitor - Obrigado Evandro Leitão

UMA DISCUSSÃO SOBRE RÁDIO DIGITAL - LEIA E DÊ SUA OPINIÃO

Rádio digital quer imitar TV

19/05/11
A batalha pelo formato ideal do rádio digital brasileiro estacionou por exaustão. Iboc e DRM não se firmaram. É hora de deixar a digitalização para lá e partir para outros formatos? Insistir no que está aí ou tentar um sistema nacional como a TV? O assunto foi intensamente debatido durante o primeiro dia do evento Brasil Rádio Show, que começou ontem no Anhembi, em São Paulo. Na mesa de debates sobre o tema Viva o Rádio Digital, André Barbosa, assessor especial da Casa Civil, disse que vai levar projeto à Câmara dos Deputados para montar o Comitê de Desenvolvimento do Rádio Digital, similar ao fórum criado para a TV.

“Precisamos espelhar-nos na experiência da TV digital, cujo fórum reúne desde 2006 todo o segmento da indústria, universidades e radiodifusores, para dialogar sobre temas e interesses complexos. O amálgama de divergências?permitiu a construção de um sistema ideal, e o mesmo deve ser feito no rádio”, argumentou Barbosa.
O diretor de tecnologia da Abert, Ronald Barbosa, afirmou que o modelo de rádio digital como era discutido acabou. “Mas, ao mesmo tempo, ele está nascendo. Nós sabemos que a velocidade para decidir um padrão é incompatível com a aceleração tecnológica que vemos no mundo”.
Marco Túlio, gerente de tecnologia do Sistema Globo de Rádio, afirmou que a experiência da CBN com o padrão norte americano HD Rádio e com o europeu DRM mostrou que os dois sistemas são muito parecidos. Outra conclusão foi de que o rádio AM não pode ser atendido com qualidade por ambos. “Os dois sistemas têm royalties e a pergunta que precisa ser feita é: qual o valorque isso tem para o anunciante, o ouvinte e o investidor?”, questionou.
Fonte: www.carosouvintes.org.br

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Propagandas antigas de rádio II

Trecho do programa Silvio Santos na Rádio Nacional

TECNOLOGIA E DEMOCRACIA - HÁ RELAÇÃO?

Especialista defende que tecnologia é essencial para democracia

Max Milliano Melo
Publicação: 13/05/2011 11:37 Atualização:

“A tecnologia é essencial para o desenvolvimento de um país plural e democrático”. Isso é o que defende o pesquisador canadense David Eaves, um dos principais expoentes do Open Data, movimento que defende a transparência nos dados públicos. Para ele, as democracias modernas, em especial aquelas mais jovens, como a do Brasil, só amadurecerão quando a tecnologia se tornar uma ferramenta ativa para a divulgação e democratização das informações governamentais e de interesse público.

Pós-graduado pela Universidade de Harvard e atualmente pesquisador do Centro de Estudos da Democracia, da Queen’s University, em Vancouver, no Canadá, Eaves defende que, do ponto de vista econômico e social, toda a sociedade pode se beneficiar da divulgação das informações públicas, o que para ele nada tem a ver com o vazamento de dados como o capitaneado pelo site WikiLeaks — que vem criando saias justas para boa parte dos governos ocidentais.

Antes de embarcar para Brasília para participar do Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônica (Consei), promovido pela Escola de Administração Fazendária (Esaf) para debater os grandes problemas da governança eletrônica e que termina hoje, David conversou com o Correio. Defendeu a ideia de que o ativismo digital pode “salvar” os governos democráticos do que ele chama de retorno das “políticas orientadas por ideologias distantes dos dados concretos”.

Qual a razão de, mesmo com o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas que possibilitam uma fácil e ampla divulgação das informações públicas, ainda ser tão difícil ter acesso a elas?
Há três respostas a essa pergunta. Muitos governos não compartilham dados porque não podem. Eles não sabem quais dados têm e suas informações estão trancadas em sistemas ultrapassados, que impedem o acesso público. Há ainda aqueles que não entendem a importância da divulgação, que são incapazes de entender como a tecnologia está mudando radicalmente não apenas a economia e a sociedade, mas a natureza do governo. No entanto, além dessas duas questões, existe uma barreira definitiva para a abertura dos dados. A principal razão para a falta de transparência é uma ideologia contrária a isso. Os governos veem no Open Data uma ameaça à sua legitimidade, quando na verdade se trata de uma maneira de reafirmá-la.

Isso quer dizer que os governos não divulgam suas informações porque não estão interessados?
A maior transparência permitirá aos cidadãos analisar melhor o seu governo. Inevitavelmente, isso significa que as ineficiências, as injustiças e os outros problemas serão vistos pelos cidadãos e por organizações. Os governos abominam qualquer crítica, e um sistema que permitirá o surgimento de críticas vai experimentar alguma resistência. Há ainda uma razão mais obscura que explica por que alguns governos se opõem aos dados abertos. Acho que estamos no meio de um ressurgimento da política orientada por ideologias, e não por dados. No fim do século 19, com o surgimento das ciências físicas e sociais, as políticas passaram a ser elaboradas a partir de dados concretos. Hoje, experimentamos um movimento inverso. No Canadá, por exemplo, o governo aboliu o recenseamento completo. Sem informações sobre uma série de questões sociais importantes, é difícil criar — e, principalmente, criticar — uma série de políticas para os marginalizados.

Então, de que forma a tecnologia poderia contribuir para o amadurecimento de jovens democracias como a brasileira?
Eu acho que a coisa mais importante que a tecnologia pode fazer para as jovens democracias é manter conversas políticas focadas nos dados. O que funciona? O que não funciona? Frequentemente, nas democracias (jovens e velhas) a conversa pode deslocar-se para valores baseados em questões ideológicas e distante dos dados concretos. Minha esperança é que a abertura dos dados públicos possa permitir a uma geração de eleitores e líderes manter seus olhos sobre o que é realmente importante — como tornar o governo mais eficaz — e evitar lutas devastadoras focadas na disputa ideológica entre as velhas noções de “certo” e “errado” que estão distantes da realidade moderna.

Neste sentido, como a internet 2.0 pode colaborar para uma sociedade mais transparente?
A web é essencial para fornecer dados públicos, não só porque é um mecanismo pelo qual mais e mais pessoas têm acesso à informação, mas porque a internet é também o principal local onde os dados abertos são interpretados, transformados em ideias, serviços e visualizações mais facilmente compreensíveis pelas pessoas. A web permite que qualquer pessoa que usa dados abertos para criar um novo serviço e tenha alguma ideia brilhante, possa compartilhá-lo com o mundo. Sem a web, dados abertos seriam algo que interessa apenas a uma pequena elite, sem uma conexão profunda com a maior parte do público. Muitos especialistas defendem que os dados públicos sejam divulgados apenas para certos profissionais, como médicos, advogados e jornalistas. Vejo essa visão como bastante limitada. Em maior ou menor escala, as informações públicas interessam a toda a população.

Na prática, como isso acontece?
Não faltam casos concretos. Tomemos por exemplo o escândalo de despesas do Parlamento do Reino Unido. Foi por meio da web que as pessoas puderam analisar os gastos dos deputados e também foi por meio dela que as histórias sobre o escândalo puderam ser lidas e divulgadas. Os recursos multimídias dessa plataforma foram o que permitiu a visualização dos problemas e fez as pessoas entenderem o tamanho do escândalo. Outro caso é o da Morningstar, uma empresa de fundos de pensão. Ele usa dados abertos de segurança dos EUA e da Comissão de Valores Mobiliários para avaliar o desempenho dos fundos de investimento. Isso afeta como milhões de norte-americanos vão investir suas economias para a aposentadoria. Esse uso é totalmente inesperado e é uma forma muito interessante de utilização dos dados públicos.

E do ponto de vista econômico? A disponibilização de dados públicos também é economicamente vantajosa?
Existe uma enorme gama de grupos que podem se beneficiar desse tipo de ação. De ambientalistas, desenvolvedores de software e associações de bairro a grandes empresas. Veja o caso do Google. O Maps tem informações sobre o trânsito de centenas de cidades ao redor do mundo. Frequentemente, essas cidades compartilham suas planilhas de trânsito, num formato chamado GTSF. Com esses dados, empresas como o Google elaboram ferramentas de navegação. Centenas de milhões de pessoas agora podem planejar viagens em dezenas de idiomas. Se você vier a Vancouver, por exemplo, no site de planejamento local de trânsito não vai ser possível planejar uma viagem em português, mas usando o Google Maps você pode. Outro exemplo são as informações meteorológicas. No Canadá e nos EUA, todas essas informações são geradas por estações do governo, então o trabalho das empresas é traduzir isso para uma linguagem mais próxima do cidadão. Acredita-se que esses sistemas movam uma indústria de mais de US$ 2 bilhões.

A geração Y está chegando ao mercado de trabalho e aos cargos políticos. Esses jovens poderiam usar sua relação mais íntima com a tecnologia para dar mais transparência às informações de interesse público?
Talvez. Eu sou otimista, mas com certa cautela. Acho que estamos prestes a presenciar uma batalha entre a mudança trazida por uma geração e a cultura institucional já estabelecida. Muitos baby boomers (pessoas que nasceram nos anos imediatamente no pós 2ª Guerra), quando tornaram-se políticos ou funcionários de governos, acreditavam na transparência e em um governo aberto. Por que eles não conseguiram botar isso em prática? Porque o desejo das organizações de manter o sigilo é mais forte que o de um indivíduo em torná-la mais aberta. Então, tanto aqueles que estão do lado de dentro das organizações — os políticos e os funcionários públicos — como os de fora — os eleitores e cidadãos — têm um papel importante nesse processo. Nossa demanda por transparência é o que vai mudar o sistema, e não apenas a chegada de uma nova geração.

Os movimentos como o WikiLeaks não seriam uma forma forçada de dar mais transparência a esses governos que se recusam a divulgar dados?
Acho que uma coisa importante sobre o WikiLeaks é reconhecer que ele não tem nada a ver com transparência pública. O movimento transparência é sobre a criação sustentável, aberta e autorizada dos dados dos governos. É, além disso, um esforço para mudar o governo, aumentando a sua legitimidade, tornando-o mais transparente. Em contraste, o WikiLeaks é um método não autorizado que gera informações de maneira não sustentável. É um esforço para mudar o governo, mas tornando-o menos legítimo, por meio da divulgação de suas ações. Esse não é um julgamento moral sobre transparência pública ou Wikileaks, é um fato simples sobre as diferenças entre eles. Agora, se ela vai ser uma forma eficaz para cobrar dos governos? Ainda não é possível saber.


Encontro

Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi 2011)
Data: 11 a 13 de maio
Local: Escola de Administração Fazendária (Esaf)
Inscrições gratuitas no local ou pelo site www.consegi.gov.br
fonte: www.correioweb.com.br

quinta-feira, 19 de maio de 2011

MAGIA DO CIRCO - UMA BOA PEDIDA

magia do picadeiro

Mais que um circo

Publicado em 19 de maio de 2011

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Até um helicóptero aparece em cena durante as mágicas de Richard Tihany: carisma e tradição
FOTOS: NATINHO RODRIGUES
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O Circo Tihany, de passagem pela Capital, aposta em tecnologia e no talento de artistas de diversas partes do mundo para cativar o público e manter viva a magia do picadeiro
Conhecido como o "mago dos magos", Richard Tihany não se cansa de dizer: "O Tihany não é um circo, é mais que um circo, é onde a fantasia acontece". A tenda, o picadeiro, os artistas, o público e até os tambores rufando nos momentos de tensão. De fato, está tudo lá, mas parece diferente. A começar pelo tamanho. Há 54 anos na estrada, no Tihany, os números são astronômicos: são 20 toneladas de equipamento, um palco de 900 metros, 76 artistas de 25 países, 500 toneladas de aparelhos de ar-condicionado e uma frota de mais de 130 veículos, incluindo trailers e um helicóptero.

Foi num deles que Richard recebeu a equipe do Caderno 3 para uma conversa, entre os dois atos do espetáculo "AbraKadabra", em cartaz, em Fortaleza, até o próximo mês. "A magia do circo está em qualquer lugar, não é preciso luxo para que ela aconteça, mas o público está cada vez mais exigente e somos obrigados a acompanhar as tendências", comenta o herdeiro de Franz "Tihany" Czeisler, o húngaro visionário que fundou o circo em Campinas, interior de São Paulo.

Exemplo das adaptações pelas quais passou está na ausência de animais nos números do Tihany. Com exceção de uma galinha num número de mágica e dos pombos que são soltos ao fim do show, o circo apóia-se nos seus artistas e no glamour para prender a atenção do público. Modesto, Richard não admite, mas seu carisma também conta muito.

São duas horas e meia - com um intervalo de 20 minutos - de entretenimento puro, em 18 atos. Os números de magia, acrobacia, malabarismo e contorcionismo são intercalados ou misturados com coreografias. No comando das 24 bailarinas está a coreógrafa inglesa Tracey-Lee Edwards. De família circense e há 15 anos na trupe do Tihany, ela resume a vida no circo: "O melhor é fazer o que se gosta. O pior, estar sempre num lugar diferente, não criar raízes". Apesar de gostar de viajar, ela diz que, com o tempo, a rotina extenuante vai cansando. "Ainda mais quando se tem filhos".

O palhaço venezuelano Henry Zambrano, no ofício desde os 11, inspira-se em Charles Chaplim e rouba a cena sem dizer uma só palavra. "Fazer rir com mímicas é mais fácil que falando. Gestos são universais", declarou.

O time de quatro contorcionistas vem da Mongólia. Mesmo com 13 anos de circo, Tseco Lkhagva afirma que elas ainda precisam ensaiar até três vezes por semana. A filha dela, Kelly, de quatro anos, nasceu em Chicago, nos Estados Unidos. "Olha o que eu sei fazer!", gritou ela, fazendo uma abertura, enquanto a Tseco conversava com a reportagem. "Desse jeito, o circo nunca vai morrer".

Em tempos de videogame e internet, Richard Tihany concorda e diz que o circo apenas se renova. "Enquanto houver criança, o circo existirá, já dizia o mestre Orlando Orfei", declarou o mágico. "Meu estímulo para continuar é ver as pessoas se cutucando ao fim de cada número".

FILIPE PALÁCIOREDATOR

MAIS INFORMAÇÕES
Circo Tihany -
montado no estacionamento do Iguatemi, de terça a domingo, com sessões duplas nos fins de semana. Contato: (85) 3033.1001
Fonte: www.diariodonordeste.com.br

quarta-feira, 18 de maio de 2011

UM JOVEM TALENTO

HISTÓRIA DO RÁDIO

NHÔ TOTICO 
POR ONDE ANDA ?
Saudades...
Faleceu no dia 4 de abril de 1996.
Foi velado na Assembléia Legislativa de São Paulo e sepultado no cemitério da Consolação, zona oeste da capital paulista.

BREVE HISTÓRICO:
Vital Fernandes da Silva, nasceu em Belém do Descalvado, interior do Estado de São Paulo, no dia 11 de maio de 1903. Seu maior sonho era ser artista.
Deu voz a "Nhô Totico", matuto com sotaque interiorano que narrava as aventuras dos personagens da “Vila do Arrelia” na Rádio Cultura de São Paulo, nos anos 30.
Era um personagem para o público infantil, mas seu sucesso logo atingiu também adultos de várias camadas sociais.
De forma criativa ele mudava a voz para fazer as diversas etnias que compunham a cultura da cidade como o italiano, o sírio, o japonês, o português, entre outros.
Surpreendentemente não havia texto, nem um roteiro definido para programa. Tudo dependia da imaginação de um só homem que se desdobrava diante dos microfones para entreter e educar as crianças e suas famílias.
Este homem foi um dos grandes profissionais e marcou a História do Rádio paulistano. Infelizmente não há nenhum registro sonoro de seus personagens e após mais de 100 anos de seu nascimento, Nhô Totico passou a ser uma vaga lembrança nos registros da história radiofônica paulista.

homenagem merecida

Vereador homenageia Padre Landell de Moura
17
/05/2011 - terça-feira




O vereador Eliseu Gabriel (PSB-SP) entregará o Título de Cidadão Paulistano ao Padre Roberto Landell de Moura, in memoriam, nesta terça-feira, dia 17 de maio de 2011, às 19 horas, no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo.

A honraria será recebida por Zemo José Almeida de Moura, hoje com 82 anos, sobrinho-neto do homenageado, nascido em 1928, exatamente no ano em que o Padre Landell de Moura faleceu. Zemo reside no Rio Grande do Sul, de onde virá exclusivamente para a homenagem.


Landell de Moura:

Assim como registros históricos assinalam Alberto Santos Dumont como o Pai da Aviação, você sabia que o inventor do Rádio foi o padre-cientista brasileiro Roberto Landell de Moura, e não Marconi? Além do Rádio, Landell também projetou a televisão, no início do século XX, muitos anos antes da referida invenção ser anunciada ao mundo.

Ele patenteou inventos nos Estados Unidos e no Brasil, mas, por uma série de infortúnios, não conseguiu nenhum apoio para o desenvolvimento dos artefatos. Landell chegou ser taxado de maluco e de ter algum pacto com o demônio. Além de não ser reconhecido em sua época, poucas pessoas, atualmente, conhecem sua história, embora tudo esteja devidamente documentado. Historicamente, o Brasil entrou na era do Rádio com importação de tecnologia.

O Movimento Landell de Moura nasceu para corrigir um erro histórico e valorizar a ciência nacional. O Governo Brasileiro deve e precisa reconhecer oficialmente o pioneirismo do Padre Roberto Landell de Moura no desenvolvimento das telecomunicações (precursor das invenções do Rádio, da televisão e do teletipo, além da recomendação do uso das ondas curtas e da utilização em seus aparelhos do princípio do laser e das fibras ópticas).


Colaboração: Emilcio Rogério Zuliani

FONTE: www.bastidoresdoradio.com

terça-feira, 17 de maio de 2011

CRIATIVIDADE DO CEARENSE

LEIA ESTE TEXTO

O RÁDIO E A PUBLICIDADE

A audiência do rádio brasileiro é medida por institutos de pesquisa que aumentam a cada dia. E há controvérsia nesse assunto. Proprietários e profissionais da comunicação declaram abertamente não acreditar em Institutos de Pesquisa. Porque será, hein? As emissoras de FM da Grande São Paulo que lideram as pesquisas tocam música sertaneja ou nordestina, com a participação do ouvinte pelo telefone, sorteio de prêmios e quase nenhum jornalismo. São Paulo com seus 11 milhões de habitantes tornou-se há muito uma cidade de todos. O Norte e Nordeste brasileiro desembarcam todos os dias no Terminal Rodoviário do Tietê em busca de trabalho, assim como em menor número sulistas e estrangeiros também nos aeroportos.
Audiência
Nordestinos e nortistas fazem a base da audiência de emissoras como Tupi e Nativa que dominam a faixa FM. Emissoras com programas qualificados como Band FM, Gazeta, Jovem Pan, CBN, Transamérica, Eldorado e Antena Um, estão fora do topo. No AM a situação é muito parecida com Globo e Capital dividindo a liderança. Jovem Pan, Bandeirantes, CBN, Eldorado (hoje Estadão/ESPN) que tem programações direcionadas ao jornalismo e esporte, aparecem abaixo. E isso vem acontecendo há bastante tempo.
Publicidade
Porém a audiência nem sempre é traduzida em investimento publicitário para quem está nas primeiras posições. Os grandes clientes ou não anunciam como antes no rádio ou estão nas emissoras tradicionais que não aparecem em primeiro lugar, com algumas exceções. Sei que as agências analisam o tipo de programação e tudo mais para que seu cliente seja colocado no veículo certo. Mas, isso nem sempre acontece. É o caso recente de uma agência que programou uma FM de São Paulo com 15 mil ouvintes/minuto e ignorou uma AM com 100 mil ouvintes/minuto. A FM não passa dos limites da Grande São Paulo e a AM pode ser ouvida através do rádio em todo o país. O produto segundo a agência teria que ser direcionado para o sexo feminino, que é o público da AM em 80%. Essa rádio FM não tem nada específico em sua programação para o sexo feminino. Como explicar isso? Será que o cliente tem conhecimento? Vá entender!!! A verdade disso tudo é que o RÁDIO QUALIFICADO tanto em AM como em FM continua sendo ouvido por quem compra o que se anuncia. Acho que tem gente jogando dinheiro fora. É isso aí.
Leia… edemarannuseck.blogspot.com
 Autor:

domingo, 15 de maio de 2011

PALESTRA SOBRE O RÁDIO

jornalista e professora da Unifor, Erotilde Honório, fará palestra sobre "A sociabilidade criada pelo rádio a partir dos anos 1930 em Fortaleza", na próxima quarta-feira (18), às 19h30, no Espaço Cultural Porto Freire, no Parque del Sol (Cidade dos Funcionários). O evento é parte da programação da exposição Fortaleza – Memórias do Tempo e é aberto ao público. Informações: 3521.6726 / 6703
Fonte: BLOG DO LAURIBERTO - lauriberto.blogspot.com

Veja este texto sobre nosso amigo rádio - uma pérola sobre a importância do rádio

ELOGIO DA IMAGINAÇÃO

"Algum tempo atrás a BBC perguntou às crianças britânicas se preferiam a televisão ou o rádio. Quase todas escolheram a televisão, o que foi algo assim como constatar que os gatos miam e os mortos não respiram. Mas entre as poucas crianças que escolheram o rádio, houve uma que explicou:
- Gosto do rádio, porque pelo rádio vejo paisagens mais bonitas."
(Eduardo Galeano do livro DE PERNAS PRO AR - A ESCOLA DO MUNDO AVESSO, PORTO ALEGRE - RS, L & PM EDITORAS, 2009)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

uma pesquisa sobre rádio no Brasil

Dados sobre o Rádio no Brasil:
Pesquisa da equipe da Rádio2 , sobre o rádio e seus principais dados no Brasil. O estudo está disponível também no site "Rádio em Foco".
1 - Números:

- 83% dos veículos no Brasil possuem rádio.
- Nos últimos 5 anos a audiência média do rádio cresceu 44%.
- Pesquisa PROPEG aponta o rádio como a mídia com maior índice de satisfação do público: 73%.
- A participação da mídia rádio no bolo publicitário cresceu 25% nos últimos 5 anos.

2 - As Maiores redes de rádio:
(por Índice de Potencial de Consumo das praças onde atuam):

1. Jovem Pan Fm 43 emissoras - IPC: 34,7
2. CBN AM 21 emissoras - IPC: 31,7
3. Bandeirantes AM 30 emissoras - IPC: 30,2
4. Antena 1 FM 32 emissoras - IPC: 28,4
5. Transamérica FM 35 emissoras - IPC: 26,9
6. Bandeirantes FM 14 emissoras - IPC: 16,4
7. Jovem Pan AM 20 emissoras - IPC: 16,3
8. Rede Gaúcha 46 emissoras - IPC: 2,3
9. Rede Líder 08 emissoras - IPC: 2,1

3 - Região por Região:
No Brasil 90,2% dos domicícios possuem rádio, ou seja: 38.400.000 casas sintonizadas.. Confira a distribuição destes números por região:

Norte 2.050.000 aparelhos ou 78,6% dos domicílios.
Nordeste 8.802.000 aparelhos ou 81,8% dos domicícios.
Centro-Oeste 2.622.000 aparelhos ou 88,0% dos domicílios.
Sudeste 18.273.000 aparelhos ou 94,7% dos domicílios.
Sul 6.653.000 aparelhos ou 96,0% dos domicílios.








Nosso País tem 2986 rádios espalhadas por todo o território nacional. Veja como elas estão distribuidas:

Norte - 192 emissoras:

Rondônia - 40
Acre - 13
Amazonas - 48
Roraima - 05
Pará - 62
Amapá - 09
Tocantins - 15

Nordeste - 678 emissoras:

Maranhão - 62
Piauí - 67
Ceará -112
Rio Grande do Norte - 41
Paraíba - 62
Pernambuco - 85
Alagoas - 34
Sergipe - 30
Bahia - 185

Centro-Oeste - 244 emissoras:

Mato Grosso do Sul - 66
Mato Grosso - 59
Goiás - 97
Distrito Federal - 22

Sudeste - 1099 emissoras:

Minas Gerais - 369
Espírito Santo - 47
Rio de Janeiro - 135
São Paulo - 548

Sul - 773 emissoras:

Paraná - 275
Santa Catarina - 168
Rio Grande do Sul - 330





4 - Perfil do Ouvinte de rádio no Brasil:
Sexo

53% mulheres (90% das mulheres ouvem rádio regularmente)
47% homens (91% dos homens ouvem rádio regularmente)

Faixa Etária

10 a 14 anos: 13% (92% ouvem rádio regularmente)
15 a 19 anos: 12% (97% ouvem rádio regularmente)
20 a 29 anos: 24% (95% ouvem rádio regularmente)
30 a 39 anos: 21% (91% ouvem rádio regularmente)
40 a 49 anos: 13% (87% ouvem rádio regularmente)
50 a 64 anos: 12% (84% ouvem rádio regularmente)
+ de 65 anos: 5% (74% ouvem rádio regularmente)

Classe Econômica

A1: 2% (93% ouvem rádio regularmente)
A2: 6% (91% ouvem rádio regularmente)
B1: 13% (90% ouvem rádio regularmente)
B2: 15% (91% ouvem rádio regularmente)
C: 36% (91% ouvem rádio regularmente)
D: 24% (89% ouvem rádio regularmente)
E: 4% (84% ouvem rádio regularmente)


5 - Penetração do rádio em alguns mercados:
(percentual de consumidores dos produtos ou serviços listados que ouviram rádio nos últimos 15 dias).

Refrigerantes tipo cola: 93%
Outros refrigerantes: 91%
Cerveja: 91%
Vinho: 88%
Móveis: 97%
Viagens nacionais: 90%
Lanchonetes: 94%
Restaurantes: 94%
Auto-peças: 93%







6 - os maiores anunciantes do rádio em 1997:
(valores em US$ mil).

01. DM Farmacêutica 16.941
02. Casas Bahia 13.075
03. Bradesco 5.223
04. Cerveja Kaiser 4.110
05. Ponto Frio 3.734
06. Casas Sendas 3.160
07. General Motors 3.044
08. Antártica 3.005
09. Brahma 2.987
10. S.N.Babolin 2.945
11. Grupo Bandeirantes 2.751
12. Lojas Copel 2.223
13. Luper Farmacêutica 2.055
14. Supermerc. Mundial 2.038
15. TAM 1.777

O rádio é o veículo que oferece a melhor relação entre investimento publicitário e mercado que atinge. Veja abaixo a relação entre investimento e consumo de alguns meios de comunicação:

Rádio 1: 22,75
Revista: 1: 5,95
Jornal 1: 2,44
TV 1: 1,62



Fonte:
Elvio Mencarini - Diretor Geral da Rádio2. Roberto Mencarini - Profissional de Marketing da Rádio 2. Alfredo Nastari - Publicitário do Escritório de Comunicação. Instituto de Pesquisas Mídia Dados. Instituto de Pesquisas Ibope.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Abertura Clube Dos Teteus Colombo Sá

UMA REFLEXÃO SOBRE COMUNICAÇÃO

RELAÇÕES PÚBLICAS
A comunicação: um novo papel
Por Paulo Nassar em 10/5/2011


Reproduzido do Terra Magazine, 7/5/2011; texto debatido no Seminário "Século McLuhan" na mesa "McLuhan e a comunicação de empresas e instituições", realizado nos dias 2 e 3 de maio, no Teatro Vivo, em São Paulo
O economista escocês Adam Smith (1723-1790), em seu clássico livro A Riqueza das Nações, descreve o funcionamento de uma oficina fabricante de alfinetes, lugar onde o artesão impunha o seu jeito de produzir, livre de qualquer compromisso com o tempo e com metas de produtividade em alta escalam, e propõe um modelo de controle das etapas de produção e do artesão, com objetivo de racionalizar a produção e aumentar exponencialmente os resultados daquelas protoempresas.
O método proposto por Smith foi aperfeiçoado quase 150 anos depois por Frederick Winslow Taylor (1856-1915), em sua revolução científica do trabalho centrada no controle de tempos e movimentos. Com esse tipo de metodologia de trabalho o mundo artesanal foi enterrado. Todos perderam com a instauração de um mundo centrado no trabalho desumanizado: as pessoas e a natureza, que foi degradada.
O século 20 só aprofundou os estragos com as reengenharias e as políticas de downsizing. O resultado deste frenesi produtivo é um mundo sem fraternidade em que o tempo e as relações sociais e culturais viraram outros nomes do dinheiro.
Implicações sobre a comunicação nas empresasNo que tange à comunicação nas empresas, implantou-se uma narrativa autoritária e pobre, constituída de ordens, voltada para controle da informação nas linhas de produção e nos escritórios, que se afastou da autoria. O narrador, lembrando Walter Benjamin, deixou de marcar as suas histórias com a sua voz, o seu ritmo, o seu jeito de contar. Os discursos dentro das empresas ficaram um padrão só e afastado dos relatos mais míticos que incorporam ritos, rituais, mitos, ritos, heróis e anti-heróis. A narrativa interesseira, voltada apenas para os propósitos empresariais, empobreceu o ambiente de trabalho e também as relações entre as pessoas.
Um dos momentos de mudança desse pensamento rasteiro foi a incorporação, no início do século 20, nos Estados Unidos, de preocupações quanto à melhoria das relações do empresariado (denominados na época como os "barões ladrões") com os trabalhadores, imprensa e uma massa de pequenos acionistas, estes, público fundamental para capitalizar as empresas, por meio da bolsa de valores, para os novos desafios trazidos pela expansão do capitalismo nos Estados Unidos e no mundo. Um processo de abertura de capital, que lembra o movimento atual de entrada de grandes empresas brasileiras no universo acionário. Um processo que dá origem às Relações Públicas.
O relações-públicas surge, no ambiente das relações humanas e da comunicação, então, como o apontador de fábrica, no seu caso como padronizador da comunicação e dos relacionamentos. Ivy Lee (1877-1934) fez para as relações públicas o que Adam Smith e Taylor fizeram para a economia: deu início à padronização. O jornalismo do século 20 também foi pela mesma seara e procurou estruturar as suas narrativas em regras e manuais do como relatar. Neste contexto, do que se denominou sociedade de massas industrial, as relações públicas e o jornalismo se transformaram em feitores de diálogos e relacionamentos. Todos a serviço apenas dos grandes poderes organizacionais: o estado, a empresa, a escola e a igreja.
Repensar a comunicação e os relacionamentosA tecnologia digital e um trabalhador que é inquirido, na atualidade, a trabalhar cada vez mais conhecimentos e uma realidade indutora de controvérsias e inúmeros pontos de vista, em questões que envolvem um novo social, impactado por questões ambientais, sociais e econômicas, tiraram dos poderes do mundo, entre eles a empresa, a centralidade produtora de conteúdos. Agora todos produzem e veiculam as suas opiniões, nem sempre convergentes com as das empresas. É uma sociedade de muitas vozes.
Um universo autoral, que não deixa de ser uma retomada do caráter artesanal da comunicação, que deve procurar se assentar em narrativas mais ricas e abertas (míticas). A grande questão parece ser de como o comunicador se posicionará numa época de grande vontade democrática e articulação entre os chamados públicos sociais.

domingo, 8 de maio de 2011

BELA CAPA JORNAL O POVO

Veja esta entrevistra sobre o mundo da tecnologia

Ser e estar no mundo da Cultura Tecnológica. Entrevista especial com Eduardo Vizer

06/05/2011 |
Redação
IHU - Instituto Humanitas Unisinos
“A Cultura Tecnológica é, hoje, nosso novo meio natural, nossa natureza domada e dominante”, comenta o pesquisador argentino Eduardo Vizer. Em entrevista à IHU On-Line, realizada por e-mail, ele fala sobre como a Cultura Tecnológica intervém em nossa vida social, em nossa compreensão quanto a ser e estar no mundo de hoje. “Toda tecnologia tem dois lados: um pode nos liberar, nos potencializar e nos projetar mais além de nossos limites físicos tradicionais. No outro lado, nos fazemos dependentes desses dispositivos. E mais ainda: as Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs podem registrar e transformar qualquer ação humana em informação. E quem tem acesso a essa informação pode controlar ou incidir – direta ou indiretamente – sobre nossas ações e nossos movimentos”, analisou.
Eduardo Andrés Vizer é graduado em Sociologia pela Universidad de Buenos Aires (UBA) com especialização em Teorias da Comunicação Linguística e Semiologia pelo Instituto Di Tella e em Psicodrama Terapêutico e Pedagógico Grupal pela Associação Argentina de Psicodrama e Psicologia de Grupo. É doutor em Sociologia pela Universidade de Belgrano (Argentina). Realizou pós-doutorado pela Universidade de Bonn (Alemanha), University of Massachusetts (EUA) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Atualmente, é professor na UBA e na Universidade Federal da Integração Latino-Americana. É autor de A trama (in) visível da vida social: comunicação, sentido e realidade (Porto Alegre: Sulina, 2011), Mídia e movimentos sociais: linguagens e coletivos em ação (São Paulo: Paulus, 2007), entre outros.
Confira a entrevista:
*
IHU On-Line – Como as ciências da comunicação podem servir de aporte à intervenção social?
Eduardo Vizer –
A comunicação já é uma intervenção na vida social. Estamos permanentemente “intervindo” nos contextos sociais. Porém, acredito que a pergunta é sobre uma intervenção “profissional”. Neste sentido, há várias metodologias e técnicas desenvolvidas pelos saberes comunicacionais.
Por exemplo, em minha disciplina de Comunicação Comunitária e Promoção Social na Universidade de Buenos Aires – UBA desenvolvemos a socioanálise como um método para pesquisar, diagnosticar problemas e intervir nas comunidades e instituições. A pesquisa-ação é um exemplo específico de intervenção da comunicação.

IHU On-Line –
O senhor aponta que temos deixado de viver em ambientes naturais. Em que tipos de ambientes estamos hoje?
Eduardo Vizer –
Basta ver onde e como vivemos: os lugares em que vivemos, nossos bairros e cidades. Não vivemos mais “na” natureza, mas “dentro das” nossas culturas marcadas pela ciência, tecnologia, cálculos, dispositivos técnicos que controlam e organizam a infraestrutura física (material) de acordo com os centros e fluxos de energia e dispositivos tecnológicos (ou seja, uma cultura tecnológica).
O que acontece com nossas cidades e nossas vidas quando há cortes de energia e apagões? A humanidade tem cultivado e desenha constantemente a natureza e nossos entornos físicos, como faz um urbanista com as cidades, um arquiteto com os edifícios e o agricultor com a terra. Brasília é um exemplo perfeito: nos espaços verdes que existem é proibido construir. Esses espaços verdes são para exercitar a memória e apreciar culturalmente quem sobreviveu ao espaço natural anterior.
IHU On-Line – A Cultura Tecnológica atual é de controle, como Deleuze afirmava há 20 anos?
Eduardo Vizer –
A Cultura Tecnológica é, hoje, nosso novo meio natural, nossa natureza domada e dominante. A genialidade de MCLuhan foi a de conceber visionariamente esta nova cultura moldada como uma ecologia que associa uma infraestrutura "hard" (dispositivos eletrônicos e os fluxos de energia elétrica) com uma “superestrutura soft”: informação, percepção humana, as linguagens digitais, as projeções subjetivas associadas a redes e representações virtuais.
Toda tecnologia tem dois lados: um pode nos liberar, nos potencializar e nos projetar mais além de nossos limites físicos tradicionais. No outro lado, nos fazemos dependentes desses dispositivos. E mais ainda: as Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs podem registrar e transformar qualquer ação humana em informação. E quem tem acesso a essa informação pode controlar ou incidir – direta ou indiretamente – sobre nossas ações e nossos movimentos.
É o caso das denúncias contra a telefonia móvel que registra nossos movimentos no espaço. Esses “mapas espaciais virtuais” adquirem um enorme valor econômico. A informação obtida por esses meios pode “desenhar” mapas espaciais que revelam nossos interesses e preferências de circulação e de consumo. Sustento que o valor econômico na nova economia surge mais dos processos de circulação do que da própria produção, como correspondeu à economia industrial. Por outro lado, vemos a proliferação das câmeras nas ruas e nos edifícios que registram tudo o que se passa desde um ponto fixo durante 24 horas por dias e certos celulares podem fazer isso a partir de um sujeito em movimento.
IHU On-Line – Como o senhor descreve esse ambiente tecnológico no qual estamos vivendo hoje?
Eduardo Vizer –
Em primeiro lugar, temos que reconhecer que há ao menos três níveis diferentes, talvez três etapas correspondentes a um processo universal. Primeiro, a maior parte da humanidade – ao menos no mundo pré-industrial – ainda vive em ambientes pré-tecnológicos, ainda que o rádio e a telefonia móvel estejam penetrando e modificando as formas de vida tradicionais.
Numa segunda instância, temos uma maioria que migra das cidades e passa a viver em ambientes tecnológicos correspondentes à era industrial. É a cultura dos meios de massa que paulatinamente cria padrões de modernização social e cultural: o cinema, a televisão, o telefone, etc. É o ambiente tecnológico da emissão que obriga o receptor a prestar atenção de forma fisicamente passiva, ainda que subjetivamente não seja percebido assim no “ambiente escuro” de um cinema ou na intimidade da casa.
Por último, temos setores ainda minoritários que estão começando a viver em ambientes hipermidiatizados pelas TICs. Quando pensamos em rótulos como “Sociedade da Informação” ou “do Conhecimento”, estamos apontando para esses setores “de ponta” onde a digitalização tem se transformado na palavra mágica do ingresso de novas realidades que fundem o virtual com o real, e que, além disso, o realizam.
IHU On-Line – Como esse ambiente vai alterar os modos de ser e estar no mundo?
Eduardo Vizer –
Está é a pergunta de um milhão de dólares. O que sabemos é que as TICs são capazes de construir e redefinir nossas percepções sobre o tempo e o espaço. E sempre vivemos no tempo e no espaço, mas já não são naturais: são construídos por meios e dispositivos técnicos dos quais nos apropriamos para colocá-los a nosso serviço, ainda que, ao fazer isso, também estamos modificando nossas percepções, nossas ações, nossos modos de ver e estar no mundo.
Nossos modos de “estar” no mundo irremediavelmente modificaram nossos modos de “ser”, já que se virtualiza a própria realidade (pensemos no exemplo do Avatar e, por outro lado, pensemos em como se redefine a proposição fenomenológica dos “mundos da vida”). Nossos mundos da vida passam a estar cada dia mais “midiatizados” por dispositivos tecnológicos, pelo processamento da informação, pelos processos de percepção conformados pelo uso e pelos rituais de operação e manipulação dos dispositivos técnicos.

IHU On-Line –
Quais são as ordens e as desordens presentes na trama social atual?
Eduardo Vizer –
Devemos pensar que as tramas, os vínculos sociais são somente um sistema ou domínio semiautônomo. Uma comunidade, um bairro, uma organização, estão inseridos dentro de tramas e relações sistêmicas: físicas, políticas, econômicas e culturais. De modo que a ideia de ordem e desordem são sumamente relativas. Associamos “ordem” à organização, estabilidade, previsibilidade. E é precisamente a entrada em crise de todas essas ideias que nos levam a entender nossas realidades presentes no outro extremo do conceito de ordem: vivemos cada dia em meio de sistemas, contextos e processos marcados pela falta de ordem, de previsibilidade e de estabilidade.
A ordem econômica e financeira, a ordem política, a ordem geopolítica do pós-guerra estão sendo constantemente desafiadas por novas forças: desde os derivativos financeiros que multiplicam a forma virtual por quase 50 o movimento da economia real, às demandas das instituições democráticas mais participativas e o surgimento dos novos centros de poder mundial.
Tudo isto incide sobre a “ordem das tramas sociais”. A vida urbana com suas novas práticas e sociabilidades tendem a instalar a desordem na vida cotidiana como novas formas de lidar com o imprevisível (no trabalho, por exemplo). A desordem e a insegurança passam a ser o preço que pagamos por novas possibilidades e liberdade que temos ganhado. Para conviver com a desordem, precisamos gerar sentido, significados mentais, ideias e certos saberes que nos ajudem a gerar certa previsibilidade, certa estabilidade emocional. Se aplica perfeitamente ao princípio dos construtivistas radicais como Von Foerster [1] ou Maturana [2]: nos vemos na necessidade de gerar formas de ordem a partir da desordem.
IHU On-Line – Podemos dizer que os novos modos de comunicar transformaram a cidadania?
Eduardo Vizer –
Em meu livro A trama (in) visivel da vida social: comunicação, sentido e realidade", abordo precisamente as questões de como se “instituem” as redes, as relações e as práticas produtivas e as políticas (como a questão do poder), a apropriação (e o cultivo) dos espaços e dos tempos na vida cotidiana; como se constituem os vínculos e as representações sociais e culturais nas comunidades e as instituições.
Os modos de viver e comunicar, de cultivar espaços e lugares, de regular os tempos para as diferentes atividades, os modos de construir – e de se opor – ao poder constituído, a absoluta necessidade de estabelecer vínculos, de ser como aranhas numa teia (como mundo da vida). E como essa trama se constitui pela linguagem, pela ação, pelos rituais, pelos imaginários e pelas experiências vividas. As TICs vão aceleradamente estabelecendo-se como mediadoras entre e dentro das redes, entre os atores sociais e entre todas as instâncias mencionadas anteriormente.
Os novos modos de nos comunicarmos são também os novos modos de “ser e estar” no mundo. O conceito de cidadão se refere, sobretudo, à dimensão política do ser e estar no mundo, ao modo de relacionarmos com o Estado e as novas formas de institucionalização dos coletivos sociais. Com o avanço da midiatização social, paulatinamente se vai aceitando a noção do e-Government, as exigências de transparência pública e novas formas institucionalizadas de participação cidadã. Mas não devemos esquecer que a comunicação pública é, sobretudo, um campo de luta de interesses e não um lugar bucólico de inocentes indivíduos que buscam dialogar simetricamente entre eles para chegar à verdade. Lamentavelmente, essa é uma visão ingênua e “habermasiana” de constituição do público. O paradigma subjacente aos discursos “politicamente corretos” de uma visão da democracia como um diálogo entre iguais esconde uma realidade muito mais “darwinista” de constituição do público.

Notas:

[1] Heinz von Foerster foi um cientista austríaco-americano que combinava física com filosofia. Juntamente com Warren McCulloch, Norbert Wiener, John von Neumann, Lawrence J. Fogel, Gregory Bateson, Humberto Maturana, Francisco Varela e outros, von Foerster foi um dos arquitetos da cibernética.
[2] Humberto Maturana é um neurobiologista chileno crítico do Realismo Matemático e criador da teoria da autopoiese e da Biologia do Conhecer, junto com Francisco Varela. Faz parte dos propositores do pensamento sistêmico e do construtivismo radical.

FONTE: SITE www.fndc.org.br