sábado, 10 de setembro de 2011

UM TEXTO SOBRE ARMANDO VASCONCELOS

Eterno radialista

Publicado em 10 de setembro de 2011
As dissertações póstumas são atemporais. Sempre há tempo para rememorar personalidades que marcam sua passagem neste plano de vida física tão necessariamente nosso na evolução da espécie. Hoje o registro que fazemos é em torno de Armando Vasconcelos. O eterno radialista das nossas recordações memoráveis. Estamos diante de um profissional das comunicações que entra para a história do rádio e da televisão. A retentiva fixa o comunicador frente às câmeras ou aos microfones da tradicional Rádio Iracema de Fortaleza que ele tanto amou e onde roteirizou todo o esquema do seu talento de radialista por vocação. Armando Vasconcelos nos programas de auditório e migrando para a televisão, permanecendo em atividade por 23 anos ininterruptos. O homem que comandou o "Fim de Semana na Taba", em rádio, promovendo a cultura local com rara maestria. Armando da crônica "Doa a Quem Doer" que retransmitiu por herança, em vida, para o comando e apresentação do Cid Carvalho, no grupo Cidade. Informações e entretenimentos sempre foram a tônica do seu sucesso. Um dos fundadores da TV - Ceará em programa de auditório. Sóbrio nas suas apresentações fazia do seu programa uma espécie de sala de visitas da própria cidade. Radialista cônscio de suas responsabilidades. Valorizava o seu trabalho pela forma respeitosa como entrevistava ou recebia personalidades nas suas atrações. Convidava artistas locais e de outros estados revelando um pendor natural para recebê-los com a dignidade de um apresentador que zelava pelo seu público cativo. Priorizava o estilo clássico e cortês de verbalizar suas apresentações com o equilíbrio do bom vernáculo. O Programa Armando Vasconcelos tinha a primazia da seriedade e todos os que o assistiam eram unânimes em destacar a forma personalística do seu comandante. Armando, o homem do sorriso comedido e da permanente lhaneza como tratava seus companheiros e convidados ao seu programa recordista de permanência na TV local. Um adeus que se esboça para permanecer na memória dos nossos meios de comunicação. Um homem do Direito que se impôs como o eterno radialista.

Paulo Eduardo Mendes - jornalista
Fonte: JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE