quarta-feira, 1 de agosto de 2012

ESTE É O ZÉ MIGUEL

Quem ouve o rádio cearense conhece pela voz o senhor ZÉ MIGUEL um nome assíduo nos programas de rádio de Fortaleza, natural de Quixadá ( Cipó dos Anjos) este senhor de mais de 80 anos vem dando sua participação no rádio sempre com pensamentos, ideias e até previsão da estação das chuvas através das experiências do sertão. Um nome no rádio que merece ser conhecido e enaltecido, pois como ouvinte tem suas participações sempre bem encaixadas e com muitas reflexões importantes.
Conheça aqui o ZÉ MIGUEL ouvinte de rádio e amante deste meio de comunicação que faz questão de exaltar.

DISCUTINDO A QUESTÃO DAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS


MÍDIA RADIOFÔNICA

É rádio pirata?

Por Francisco Djacyr Silva de Souza em 31/07/2012 na edição 705
Mantemos numa rádio comunitária em Fortaleza um programa denominado Ecorádio que fala de meio ambiente, cidadania e sociedade em geral. O mais engraçado e revoltante nesta situação é que todas as vezes que convido alguém para participar das atividades do programa a primeira pergunta que escuto é: “Mas não é rádio pirata, é?” Isso nos dá uma espécie de revolta, pois criminalizaram a rádio comunitária de uma foram que todas hoje são rotuladas de “rádios piratas”, o que faz com que saibamos que há um artifício da grande mídia no sentido de criminalizar a comunicação alternativa e tentar denegrir o papel tão intenso e cidadão das rádios comunitárias que sobrevivem às duras penas devido ao radicalismo das leis de comunicação e da completa e concreta falta de apoio da sociedade em relação a esta comunicação que tem a ver com a mudança do sentido do falar com o povo, de fazer cidadania na mídia e de dar às populações oportunidade de dizer o que pensa e falar sua linguagem.
Claro que há muito aproveitamento da religião e da política em relação ao rádio comunitário, mas o que fazem com as rádios comunitárias hoje é simplesmente revoltante, pois a rádio comunitária surgiu como alternativa que tem a ver com o resgate do rádio que presta serviços, que divulga o popular, o cultural e o sentido real do que o povo pensa. Geralmente temos que entender o papel da comunicação popular e dar ao povo uma comunicação que tenha a ver com o seu verdadeiro papel na sociedade e mobilizar as massas para mudar o sentido da vida e da comunicação de maneira geral.
Em cima desta criminalização da comunicação comunitária as mesmas acabam sendo prejudicadas no sentido de se manter onde é claro que não obtém apoio nem cultural nem subsídios governamentais para manutenção, pois sabemos que hoje o funcionamento de uma emissora é bem caro e demanda vários investimentos que geralmente uma simples Associação mantenedora não dá conta.
Não sei a quem interessa o preconceito contra as rádios comunitárias, que têm seus erros, sim, mas se tornam oportunidades importantes na democratização da comunicação e na melhoria do rádio em todos os sentidos dando oportunidade ao povo de fazer, ouvir e participar ativamente deste meio de comunicação. A quem interessa esta criminalização? O que está em jogo neste processo? Por que o povo assimila esta mensagem da pirataria e coloca todas as rádios comunitárias em vala comum? Precisamos romper este preconceito e esta falta de respeito a vários comunicadores que aí estão prestando serviços e dando oportunidade à cultura local que poucas emissoras fazem nos dias de hoje. É preciso resgatar o respeito pelo rádio de maneira geral e valorizar a comunicação como um todo para o bem da sociedade e das comunidades de maneira geral.
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[Francisco Djacyr Silva de Souza, presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará, Fortaleza, CE]