quarta-feira, 25 de maio de 2011

VEJA ESTE ARTIGO - COMO DEMOCRATIZAR A COMUNICAÇÃO

Democratização da comunicação, já!

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Depois do extraordinário sucesso do XXI Ciclo de Debates Nordeste Vinte e Um, realizado no último 18 de março, no auditório da Faculdade de Direito da UFC, com a presença dos jornalistas Altamiro Borges e Paulo Henrique Amorim, Fortaleza dá mais um passo na democratização da comunicação no Brasil. No próximo final de semana, dias 28 e 29, a capital cearense sediará o I Encontro de Blogueiros Progressistas do Ceará. O evento acontecerá no Cuca da Barra do Ceará. Além de Miro Borges e PHA, já confirmaram presença outros nomes de destaque nacional que defendem a democratização da comunicação no País.
Depois de duas décadas perdidas e do desmonte do Estado pelos neoliberais tucanos-pefelistas, nos últimos oito anos o Brasil avançou muito, reduzindo as desigualdades sociais e regionais, deixando de ser coadjuvante para se tornar protagonista no concerto das nações. Porém muito ainda falta ser feito para que o Brasil possa ser considerado um país democrático, e isto só acontecerá com a democratização da comunicação.
É inadmissível que tão somente dez famílias dominem toda a comunicação no País. A ditadura midiática tem sido uma das principais responsáveis pelo atraso em que vivemos. Contudo, algumas iniciativas já foram tomadas para que esse quadro se modifique, sendo a principal delas a realização da I Conferência Nacional da Comunicação (Confecom), realizada em Brasília no ano passado, convocada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que contou com a participação milhares de democratas em todos os estados brasileiros. No que pese o boicote da velha mídia conservadora, venal e golpista, tendo o GAFE (Globo, Abril, Folha e Estadão) como núcleo central, a Conferência foi um sucesso.
Por iniciativa do jornalista Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, o então presidente Lula reuniu-se com blogueiros progressistas de todo o País, ocasião em que foi debatida a imperiosa radicalização da democratização da comunicação. Em vários estados da Federação já foram realizados encontros de blogueiros, sendo o último em Recife – Pernambuco, no pretérito final de semana.
Não é temeroso afirmar que o evento será um sucesso. Isto porque o interesse tem sido muito grande e o número estabelecido de participantes, 300, já foi superado. Vale ressaltar o empenho de profissionais como Daniel Bezerra, editor do Blog da Dilma no Ceará; Francisco Bezerra, editor da Revista Nordeste Vinte e Um; jornalista Luiz Carlos Antero, advogado Deodato Ramalho, dentre outros.

Messias Pontes - Jornalista
 

O RÁDIO QUE NINGUEM VÊ....

MÍDIA RADIOFÔNICA
O rádio que ninguém vê
Por Francisco Djacyr Silva de Souza em 24/5/2011
Nesse mundo do rádio há muitas coisas obscuras que têm muito a ver com o desrespeito a que seus usuários são submetidos por alguns que se dizem profissionais e grande parte daqueles que são personagens do rádio. Radialistas, quando não estão no ar, proferem agressões a ouvintes que, às vezes, participam dos seus programas e são bastante elogiados nas emissões radiofônicas. No mundo oculto do meio rádio predomina a alcunha de "mala" para aqueles que muitas vezes têm contribuições inestimáveis a ser dadas à sociedade no momento em que fazem qualquer reclamação ou mesmo mandam mensagens de alento, fazem campanhas e cumprimentam pessoas. No entanto, no momento em que rola o tal do vil metal, há muitos elogios, nem sempre gratuitos, a quem tem poder e a quem patrocina os programas, pois poder, dinheiro e fama acabam modificando muitas pessoas.
A transparência tão cobrada por outros setores da sociedade não existe no meio rádio e muitos que o questionam passam a ter nome maldito no momento das programações e no processo de emissão do rádio como um todo. O rádio precisa ser verdadeiro e o ouvinte, como usuário e verdadeiro dono do rádio, precisa ser respeitado tanto como consumidor como ser humano. A educação no rádio deve ser praticada para evitar excessos, mas algumas críticas, às vezes infundadas, aos ouvintes deveriam ser feitas de modo a que estes tivessem a chance de se defender ou se justificar. Será que os ouvintes só falam besteira no rádio? Será que suas participações não têm sentido? Mesmo que estas respostas sejam positivas, o ideal seria mostrar a verdade do que pensam os personagens de rádio e emitir mensagens sérias e verdadeiras sobre o que se pensa do ouvinte.
A lógica do dinheiro
Os ouvintes de rádio são, sim, maltratados. Há casos em que estes são deixados horas à espera de uma participação, enquanto o radialista fala à vontade, sem se preocupar com quem está do outro lado da linha. Há casos em que os operadores são orientados a deixar o telefone ocupado, através de medida técnica, para evitar que os ouvintes tenham direito à participação nos programas. Não seria mais honesto dizer que não querem a participação dos ouvintes? Há programas que dizem claramente que não querem participação dos ouvintes para não atrapalhar... A forma como os ouvintes são tratados no rádio é sinônimo de descaso, desrespeito e desvalorização de quem deveria ser tratado como consumidor vip.
A participação dos ouvintes é uma fase importante da emissão radiofônica. Em meio à participação nos programas de rádio, temos reclamações, dicas de saúde, indicações de problemas e até conhecimento de problemas que estão acontecendo em tempo real e podem contribuir claramente para acelerar a informação e o conhecimento. Nos bastidores de rádio, muitos ouvintes que têm participação efetiva em muitos dos programas são tratados como "malas", ou seja, indesejáveis. Não queiram saber o que muitos radialistas pensam dos ouvintes, pois a verdade do rádio é um pouco obscura e precisa ser mudada para o bem do rádio e da comunicação.
No entanto, há muitos ouvintes ainda ingênuos que continuam acreditando neste meio de comunicação e ainda fazem muito por ele, embora continuem sendo destratados, desrespeitados e, muitas vezes, humilhados. Há programas de rádio que alertam aos ouvintes no sentido de não fazerem críticas aos gestores que pagam propagandas oficiais em alguns programas. Claro que este não é o sentido do rádio, porém esse artifício continua sendo utilizado no meio rádio como um verdadeiro exemplo de censura motivado pelos interesses econômicos. O meio rádio, em seus bastidores, tem desprezo pelo ouvinte e não entende que sem ouvintes não há comunicação e que estes são usuários e precisam ser tratados como tal. Muitos que fazem rádio continuam a desfazer da figura do ouvinte, que deveria se objeto de reverência e respeito, mas eles jamais entenderão a lógica da comunicação, pois a lógica do dinheiro sempre fala mais alto...Uma pena que seja assim...