domingo, 10 de fevereiro de 2013

UMA EXPLICAÇÃO CIENTÍFICA PARA LESÕES DE JOGADORES.

Seria muito bom que alguns radialistas divulgassem esta impressão abalizada sobre lesões em jogadores de Futebol. é muito esclarecedor


Razões para grande incidência de lesões de LCA no futebol moderno.
Por Lucas Oaks*
Pesa muito aos cofres de um clube de futebol ter um atleta lesionado. O cenário fica ainda pior quando o jogador precisa passar por procedimento cirúrgico para reconstrução do ligamento cruzado anterior, LCA, já que o tempo médio de recuperação varia entre seis e oito meses.
Esse ligamento tem como principal função evitar o movimento da tíbia no sentido anterior ao fêmur. Por essa razão, quando ocorre uma ruptura desse ligamento, além de enorme dor, é gerada uma enorme instabilidade no joelho do atleta, podendo acarretar lesões em outras estruturas do joelho e impossibilitar a prática em alto rendimento do esporte.
Porém, nos últimos anos, um aumento significativo e expressivo no número de atletas acometidos de ruptura do LCA está ocorrendo. Existem alguns motivos que podem nos ajudar a entender o que favorece tal fato, que serão abordados abaixo:
1. Intensidade de jogos. Com a evolução da preparação física, a intensidade de jogo teve um grande aumento. Na década de 80 um jogador profissional percorria durante uma partida oficial cerca de oito quilômetros com uma intensidade média de 75% da frequência cardíaca máxima (FCmáx). Atualmente, em média, um atleta percorre cerca de 10 quilômetros com uma intensidade média de 87 a 90% da FCmáx. Notem que esse aumento expõe o atleta a um maior risco de trauma em todas as articulações.
2. Densidade de jogos e recuperação inadequada. O calendário brasileiro é um dos grandes responsáveis por aumentar o número de lesões nos atletas. A equipe do Ceará Sporting Club, caso chegue à todas as finais das competições em disputa na temporada de 2013, realizará 82 partidas, o que dá uma média de 8,2 jogos por mês, considerando que Dezembro é férias e Janeiro “pré-temporada”. Um quadro menos alarmante é fazer 64 jogos, no mínimo. Especialmente nessa temporada o quadro se agrava já que todas as competições nacionais serão paralisadas durante a Copa das Confederações, aumentando ainda mais esse densidade de jogos durante os meses competitivos. É obvio que os contratos publicitários, de TV e de imagem forçam federações, clubes e atletas a disputarem grande número de partidas, fazendo com que essa situação vá na contra-mão de uma recuperação adequada.
Outro fator que contribui para uma recuperação inadequada são as dimensões continentais do nosso país. As longas distâncias, o curto espaço de tempo e um sistema de transporte aéreo que carece de melhorias em nada ajuda o atleta na recuperação do desgaste físico de uma partida de futebol.
Para exemplificar esse fato, se jogam mais partidas nos campeonatos estaduais, inclusive debate este que está em alta na nossa federação, do que no Campeonato Brasileiro, séries A ou B. A fadiga acumulada com o decorrer das partidas faz com que ocorra uma diminuição do tônus e força muscular. Assim, no momento em que se faz necessário grande força para estabilizar o joelho, isso não ocorre, acarretando assim torção e ruptura do LCA.
3.  Evolução tecnológica. O avanço tecnológico de chuteiras, cada vez mais leves com travas com ângulos que não favorecem escorregar, também é um fator agravante para lesões articulares. Um atleta profissional, devido a grande força e potência muscular, consegue gerar um torque de aceleração como o de um velocista olímpico durante os 90 minutos da partida. Giros com velocidades acima de 22 km/h são comuns e muitas vezes necessários para que se vença a barreira tática coletiva ou individual do adversário. Sendo assim, quando o pé do atleta se prende ao chão e involuntariamente ele gera esse torque para mudar a direção, fatalmente ocorrerá uma lesão articular e, na maioria das vezes, o LCA é acometido de ruptura.
4.  Descaso das autoridades. Outro fator determinante para lesão articular é o estado do gramado. Um campo esburacado, com gramado em péssimas condições, iluminação inadequada, passa a ser um aliado para as lesões. Cabe aos dirigentes das federações estipular um padrão mínimo de gramado no estádios para que os mesmos sejam liberados.
5.  Evolução tática. Quem não se lembra do gol do Gérson na Copa de 70, quando ele passa quase 10 segundos ajeitando a bola até finalizar e marcar um belo gol pro Brasil? Hoje nem o goleiro pode ficar com a bola na mão por mais de seis segundos. A compactação tática está em um nível tão alto que se posicionam 20 atletas em uma faixa de 40 metros de campo. Esse fator aumenta o contato físico dos atletas, giros, mudanças de direção mais bruscas, aceleração e desaceleração, fatores que contribuem para lesão articular.
Embora esses e outros fatores coadjuvantes para o surgimento de graves lesões a evolução da medicina esportiva, fisioterapia e preparação física, formam um time aliado ao atleta. Se antigamente uma lesão de joelho poderia sacramentar o fim de uma carreira esportiva, como Reinaldo do Atlético MG, hoje temos inúmeros exemplos de atletas que se submetem à cirurgia e meses depois estão de volta à pratica esportiva, não interferindo em nada sua performance esportiva
Felizmente a preparação física bem realizada dando ênfase em prevenção de lesões articulares ajuda aos atletas não sofrerem tantas lesões articulares, à terem maior longevidade no esporte e desempenhar sua profissão em maior nível atlético.
Fica o meu desejo de mudança de postura das autoridades quanto ao calendário de competições, e uma rápida recuperação ao atleta Alex Maranhão, do Fortaleza Esporte Clube, e atletas de todas as equipes acometidos com tal lesão, para que possam estar o mais breve possível voltando à prática de sua profissão.
*Lucas Henrique Martins Oaks, 27 anos, Fisiologista do Exercício do Ceará Sporting Club. Já trabalhou no Cruzeiro e no Atlético-GO.  É Bacharel em Educação Física na UFMG, Pós-Graduando em Fisiologia do Exercício e prescrição da atividade física.

UMA OPINIÃO SOBRE O RÁDIO

Já ouvi as mais diferentes opiniões dos apaixonadas pelo rádio, como eu. Uns acham que a frequência AM tem cada vez menos ouvintes pelas interferências que ocorrem no som e que é por isso que o FM predomina. Os números mostram a diferença entre as emissoras. As 15 primeiras em FM de São Paulo somam dois milhões e duzentos mil ouvintes por minuto e as 15 primeiras em AM chegam a 350 mil ouvintes. Algumas rádios em FM tenta seguir hoje o que o AM fez e faz baseado no radio-jornalismo. Outras – em sua maioria – que não se dedicam ao jornalismo e ao esporte fazem a chamada mesmice com comunicadores gritando nos ouvidos dos ouvintes e música barulhenta. O que vale é o sucesso do momento, não a qualidade da música. A Prestação de Serviço implantada pela Jovem Pan e seguida por outras grandes de São Paulo continua sendo o ponto de referência das AM’S. Os chamados jornais falados mantém uma boa qualidade especialmente na Jovem Pan, CBN, Bandeirantes e Estadão. O rádio também mudou porque hoje o comunicador não se mantém mais com um só emprego. Precisa de dois ou até um terceiro para ganhar o suficiente no final do mês. Os proprietários ou os que dirigem as emissoras são os grandes responsáveis por essa situação. Infelizmente, essa é a grande realidade do rádio no Brasil. É isso aí.
 PUBLICADO NO SITE : WWW.CAROSOUVINTES.ORG.BR