quinta-feira, 19 de maio de 2011

MAGIA DO CIRCO - UMA BOA PEDIDA

magia do picadeiro

Mais que um circo

Publicado em 19 de maio de 2011

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Até um helicóptero aparece em cena durante as mágicas de Richard Tihany: carisma e tradição
FOTOS: NATINHO RODRIGUES
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O Circo Tihany, de passagem pela Capital, aposta em tecnologia e no talento de artistas de diversas partes do mundo para cativar o público e manter viva a magia do picadeiro
Conhecido como o "mago dos magos", Richard Tihany não se cansa de dizer: "O Tihany não é um circo, é mais que um circo, é onde a fantasia acontece". A tenda, o picadeiro, os artistas, o público e até os tambores rufando nos momentos de tensão. De fato, está tudo lá, mas parece diferente. A começar pelo tamanho. Há 54 anos na estrada, no Tihany, os números são astronômicos: são 20 toneladas de equipamento, um palco de 900 metros, 76 artistas de 25 países, 500 toneladas de aparelhos de ar-condicionado e uma frota de mais de 130 veículos, incluindo trailers e um helicóptero.

Foi num deles que Richard recebeu a equipe do Caderno 3 para uma conversa, entre os dois atos do espetáculo "AbraKadabra", em cartaz, em Fortaleza, até o próximo mês. "A magia do circo está em qualquer lugar, não é preciso luxo para que ela aconteça, mas o público está cada vez mais exigente e somos obrigados a acompanhar as tendências", comenta o herdeiro de Franz "Tihany" Czeisler, o húngaro visionário que fundou o circo em Campinas, interior de São Paulo.

Exemplo das adaptações pelas quais passou está na ausência de animais nos números do Tihany. Com exceção de uma galinha num número de mágica e dos pombos que são soltos ao fim do show, o circo apóia-se nos seus artistas e no glamour para prender a atenção do público. Modesto, Richard não admite, mas seu carisma também conta muito.

São duas horas e meia - com um intervalo de 20 minutos - de entretenimento puro, em 18 atos. Os números de magia, acrobacia, malabarismo e contorcionismo são intercalados ou misturados com coreografias. No comando das 24 bailarinas está a coreógrafa inglesa Tracey-Lee Edwards. De família circense e há 15 anos na trupe do Tihany, ela resume a vida no circo: "O melhor é fazer o que se gosta. O pior, estar sempre num lugar diferente, não criar raízes". Apesar de gostar de viajar, ela diz que, com o tempo, a rotina extenuante vai cansando. "Ainda mais quando se tem filhos".

O palhaço venezuelano Henry Zambrano, no ofício desde os 11, inspira-se em Charles Chaplim e rouba a cena sem dizer uma só palavra. "Fazer rir com mímicas é mais fácil que falando. Gestos são universais", declarou.

O time de quatro contorcionistas vem da Mongólia. Mesmo com 13 anos de circo, Tseco Lkhagva afirma que elas ainda precisam ensaiar até três vezes por semana. A filha dela, Kelly, de quatro anos, nasceu em Chicago, nos Estados Unidos. "Olha o que eu sei fazer!", gritou ela, fazendo uma abertura, enquanto a Tseco conversava com a reportagem. "Desse jeito, o circo nunca vai morrer".

Em tempos de videogame e internet, Richard Tihany concorda e diz que o circo apenas se renova. "Enquanto houver criança, o circo existirá, já dizia o mestre Orlando Orfei", declarou o mágico. "Meu estímulo para continuar é ver as pessoas se cutucando ao fim de cada número".

FILIPE PALÁCIOREDATOR

MAIS INFORMAÇÕES
Circo Tihany -
montado no estacionamento do Iguatemi, de terça a domingo, com sessões duplas nos fins de semana. Contato: (85) 3033.1001
Fonte: www.diariodonordeste.com.br