terça-feira, 23 de março de 2010

um pouco de radioteatro

A MAGIA DO RÁDIO

leia este texto:

O rádio tem magia? ( ANTONIO PAIVA RODRIGUES)

12/10/09
O rádio é um dos inventos mais importantes e de grande utilidade para a humanidade. Todos os inventos têm a sua importância e finalidade cada um em sua área específica. Muitos cientistas estudaram peças, e componentes importantes para o bom funcionamento do rádio.
Nos anos trinta a diversão pública do brasileiro era escassa. Foi nesta mesma época que o rádio triunfou de maneira auspiciosa. No tempo de D. Pedro, ou de Hermes da Fonseca cada um ficava na sua. O rádio criou o público ouvinte. As classes mais privilegiadas ou menos favorecidas, desde que tivessem um rádio Phillips por perto, viravam amigos ouvintes.
A magia do rádio era essa interação entre os ouvintes, mas não cessava por aí. A comunidade de informação foi criou com a finalidade de ditar modas e costumes. Como também colocavam em comunicação rápida e instantânea milhares e milhares de pessoas. A comunicação era muito difícil em tempos passados, ao começar pelos nossos antepassados que usavam as artimanhas de gritar, pular, assobiar, tocarem tambores e até acender fogo para ser notados e a comunicação ser concretizada. Pedro Álvares Cabral quando descobriu o Brasil, em 1.500, Portugal só tomou conhecimento três meses depois. Esses três meses era o tempo em que um navio da época levava para chegar da Terra descoberta até Portugal. Já pelos meados de 1822, quando D. Pedro proclamou a Independência do Brasil, em São Paulo, a comunicação só chegou ao Rio de Janeiro sete dias depois.
Esse tempo era o que um cavalo percorria entre os dois Estados. Na guerra do Paraguai, em 1865, a notícia foi bem mais rápida, pois na época o telegrafo já tinha sido inventado. O telegrama saia nos jornais, poucas pessoas liam, visto que a maioria não sabia ler e era necessário de corresse de boca em boca para que todo o Brasil tomasse ciência da guerra que estava em andamento. A confirmação da guerra levou semanas para todos tomarem conhecimento. Com a invenção do rádio a situação foi resolvida, pois ninguém precisava ler para tomar conhecimento de algum fato era necessário possuir o rádio e ouvir.
No sertão nordestino imperava o cangaço e Virgulino Lampião era o mais bravo, quando trocou tiros com a volante policial no Estado de Sergipe, em 1938, o Brasil soube de imediato. A repercussão foi grande, pois muita gente riu e muita gente chorou. As pessoas mais populares no Brasil trabalhavam no rádio, eram os Speakers de rádio hoje conhecidos como locutores. Por serem muito ouvidos ficaram mais famosos que os próprios políticos da época. Quase todos conheciam as vozes de um locutor, mas de um deputado ninguém conhecia. Essas nuanças são mais magias do rádio.
Com uma voz suave eles brindavam o público ouvinte com a seguinte frase: “Amigo ouvinte, e entrava a qualquer hora nas residências, quebrando sutilmente o recato das famílias brasileiras. A palavra recato vem de recatar cuja sinonímia é cautela, prudência, resguardo, modéstia, pudor, lugar escondido, retirado, recolhimento, bom recato e simplicidade. Nas magias do rádio as cantoras do rádio levavam a vida a cantar. Os cantores (as) do rádio faziam mais sucesso do que os próprios locutores. O rádio encantava a todos. Os circenses, o pessoal de teatro, e aqueles que só se exibiam em saraus passaram a usar o rádio. Saraus era festa noturna, em casa particular, clube ou teatro. Concerto musical noturno. Festa literária noturna, especialmente em casas particulares. Naquela época já havia a luta pela audiência e os donos de rádios pagavam bem, pois quanto mais ouvintes mais reclames (publicidades) e os donos de emissoras tornaram-se ricos esnobando os antigos. Os famosos auditórios surgiram em 1930. Os aficionados ganharam com isso, pois um grande número de emissoras pelo Brasil aderiu à idéia.
Os grandes cantores do eixo rio e São Paulo passaram a se exibir em outros Estados e os mesmos quando chegavam muitos prefeitos decretavam feriado, até as escolas cerravam as suas portas. Quando os cantores se apresentavam o frenesi era tão grande que até desmaios aconteciam. Era mais uma vez a magia do rádio em ação. Não havia a internacionalização das músicas, pois as músicas brasileiras eram mais ouvidas. A transmissão de programa, a mensagem publicitária, as notícias, etc., destinados ao público em geral, através de ondas eletromagnéticas, cabo, eram conhecidas pelo nome de broadcasting que se refere também alta qualidade dos padrões e sistemas us. profissionalmente em broadcast.
O broadcasting era conhecido como um negócio essencialmente de brasileiro para brasileiros. Os ídolos nacionais daquela época e que ficaram conhecidos até nos dias atuais: a pequena notável Carmem Miranda, o cantor das multidões Orlando Silva, o rei da voz Francisco Alves, Noel Rosa, Ari Barroso e muitos outros. Duas irmãs pelos idos de 1936 brindaram o público ouvinte com suas belas vozes, Carmem e Aurora Miranda, interpretaram a sedução que o rádio exercia sobre o povo. A música ficou conhecida como as cantoras do rádio. Aqui no Estado do Ceará muitos cantores fizeram sucesso. José Jataí, Romeu Menezes, o “boêmio-galã” Moacir Weyne e Altair Ribeiro, Ayla Maria, Evaldo Gouveia, as irmãs vocalistas (Cleide e Adamir Souza Maia), Ivanildes Rodrigues, Lauro Maia e muitos outros. Esta é a magia do rádio