segunda-feira, 13 de julho de 2009

PARA LER E COMENTAR

Segunda-feira, 13 de abril de 2009

Profissional da voz. Eles já existiram

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Sempre que reservo dez minutos do meu dia para recarregar meu carro, algo me acontece..

Ontem pela manhã, mal tinha começado e meu filho apareceu.
"Pai, sabe o Seu João ?" ele disse enquanto mexia nos tubos de energia solar.
"Quem?" mesmo que não estivesse concentrado na minha atividade-o que não era o caso-, não me lembrava de ninguém com esse nome.
"O Seu João, que cuida dos sensores eletrônicos da escola." parecia levemente irritado.
Talvez fosse aquele senhor simpático e falante que de vez enquando vinha conversar comigo.
"Sei sim, nos falamos essa semana quando você chegou na escola, não é ?"
"Ele mesmo. Ontem eu ouvi ele dizendo que já foi profissional da voz" sua expressão era de total desconhecimento.
Acionei o botão de carregamento automático, sentei por alguns segundos e parei para ouvi-lo.
"Todo mundo achou engraçado.. O que pode ser profissional da voz?"
"Filho, houve um tempo em que certas pessoas eram contratadas para falar bonito."
Quando ouviu ele gargalhou, depois percebeu que eu me incomodei e engoliu o riso.
"Não é engraçado".fiz uma pausa e continuei:" Já faz algum tempo, mas era um trabalho muito legal."
"O que era exatamente um profissional da voz?"
"Era alguém que era pago para ler textos, apresentar eventos, gravar comerciais..."
"Comer...o que ?" ele me interrompe.
"Comerciais. Era uma maneira de vender produtos de empresas, mas isso foi antes mesmo dos leitores de mente. Chegou um tempo em que perceberam que estavam insistindo na fórmula errada e escolheram outros caminhos. Mas falávamos do profissional da voz.."
"..Isso. Não consigo entender como alguém era pago para ter voz bonita."
"Como eu ia dizendo, isso já faz muito tempo. No tempo em que tudo era pura imaginação. Que uma voz do outro lado representava um estímulo para sonhar, criar mundos.." Me percebo saudosista e levanto do banco para checar os níveis de carregamento.
"Poxa pai, era tudo tão diferente....O que houve depois?"
"Depois a imaginação começou a ser trabalhada a partir de outras ferramentas, as pessoas descobriram outros meios de comunicação e o profissional da voz foi perdendo terreno."
"Perderam os empregos?" agora ele prestava atenção na história.
"Mais ou menos. Primeiro eles aceitaram ganhar menos. Com o que ganhavam, os bons foram embora e a qualidade passou a ser duvidosa. Sem qualidade os profissionais foram ainda mais desvalorizados e isso criou um circulo vicioso."
"Que triste. Será que foi por isso que o Seu João foi parar lá na escola?"
"Talvez. Mas o fato é que pouco a pouco os profissionais da voz foram substituidos por gente com outras qualificações como atores e jornalistas."
"E isso é ruim?"
"Não necessáriamente. Esse movimento fez com que os que ficaram buscassem meios para competir com os que chegavam e isso os deixou mais versáteis."
"E depois?"
"Mais versáteis, buscaram outros caminhos, encontraram mídias próprias e abriram seu mercado de trabalho."
"E o seu João?"
"Sobre ele não sei,mas talvez tenha sido um dos que não se mexeu. Essa é uma parte importante: Alguns dos que já eram pagos para ter uma voz bonita não aceitaram as mudanças e ao invés de se adequarem, se magoaram."
"E onde eles estão agora ?"
"Cuidando de escola, trabalhando em lanchonete... as vezes encontro um deles por aí."
Ele não disse mais nada. Ficou pensativo, talvez pensando no Seu João, na história que eu disse, ou talvez com os pensamentos em outro lugar.
Hoje em dia as crianças são assim.
Um dia estão aqui, em pouco tempo em lugares totalmente diferente ; são os novos tempos.
Quanto a mim, voltei para o meu trabalho. Enquanto o carro carregava, pensei nos velhos tempos. Deixei a memória viajar lá atrás, para 2009 quando eu era um dos profissionais da voz.
Faz tanto tempo, fiz outros caminhos, o mundo mudou e a profissão também.
Apesar disso, guardo na memória cada som. Quando fechos os olhos, lembro dos caminhos e dificuldades, dos colegas e dos ouvintes.
Bons tempos aqueles em que ainda existiam os profissionais da voz.
Hoje não procuro falar nisso, é assunto passado, as pessoas nem entendem do que se trata.
Prefiro guardar para mim. Ainda sinto tenho as sensações.. De vez enquando volto no tempo e ,ao som de alguma música antiga, revivo os momentos que só entende quem pode estar lá.
Quem já sabe do que falo, nunca vai esquecer.
Boas vindas Lui !
O site ganha. O mercado também.
Lui é um grande profissional e tem muito a dizer.
Sábios os que atentarem para sua coluna.
Fico feliz por estar dividindo espaço com esse grande cara.

Por Flavio Siqueira - 13/abril/2009
E-mail flaviosiqueira@rocketmail.com

Flavio Siqueira, 34 anos, com passagem pelas principais emissoras da Capital de São Paulo. Atualmente mora em Porto Alegre e coordena a Jovem Pan 2 FM 97.5. Confira o blog do radialista (http://www.flaviosiqueira.wordpress.com) e os podcasts (www.flaviosiqueira.podomatic.com)

ENTREVISTA INTERESSANTE - www.tudoradio.com

Laerti Moreira

Hoje nossa conversa é com um dos respeitáveis sonoplastas de rádio do circuito paulistano. No começo, achou que talvez seria mesmo locutor, mas algo de diferente aconteceu depois de algum tempo. Descubra com a entrevista que fizemos com Laerti Moreira, Lalá ou simplesmente, o DJ Lalá. Vale a pena conferir no Entrevistas.


Onde tudo começou para você no mundo do rádio?

Eu estava na Av. Paulista procurando emprego junto com um amigo e ao passar em frente do Ed. Eluma ele me disse: - Vamos conhecer uma rádio nova que tem aqui nesse prédio? Subimos e fomos conhecer a Rádio Cidade FM, isso foi em Dezembro de 1980. Depois de conhecer a rádio, percebemos que ali também era a sucursal do Jornal do Brasil. Perguntamos se estavam precisando de Office-boy, e arrumamos emprego lá.

O que você fazia antes da profissão?

Eu era office-boy e nas horas vagas já fazia bailinhos de garagem.

Quais foram os seus inspiradores profissionais?

Eu comecei a aprender sobre produção e sonoplastia na Rádio Cidade e quem me ensinou muita coisa foi um operador de lá que mora em Santos, o Carlinhos de Jesus. Além dele, o coordenador da Cidade, o Carlos Townsend também foi importantíssimo, pelo profissionalismo e por ser uma pessoa que quer tudo nos mínimos detalhes, coisas que incorporei para toda a minha carreira. A partir de 1983 comecei a prestar atenção nas produções da Jovem Pan 2, feitas com maestria pelo Paulo Alcorage.

Você depois de determinado tempo passou a dedicar-se mais a produção de áudios do que a locução em rádio. Por que houve essa mudança?

Eu nunca fui locutor na verdade. Sempre fui produtor/sonoplasta, desde 1982, quando fui transferido do JB para a rádio Cidade, já como operador de gravação, com DRT e tudo.

Você além de trabalhos como produtor, hoje tem um programa de radio e também e DJ. Dá para conciliar tanta coisa assim?

Hoje eu tenho a A.P.I., minha própria produtora e tanto o trabalho de produção como o programa de rádio eu faço aqui, então fica fácil. Como DJ, eu toco aqui em SP e às vezes viajo para tocar fora também. Como isso geralmente acontece nos finais de semana, fica fácil de conciliar.

O locutor e DJ Judge Jules (um dos melhores do mundo) da BBC London também costuma discotecar em seus programas no rádio. Há talvez uma máxima no exterior que diz que DJ de pista e DJ (locutor de radio) são quase que a mesma coisa. No Brasil isso parece ser diferente. Qual a sua definição para o termo Disc-Jockey?

O Disc-Jockey é o cara que conduz uma festa, seja no rádio ou numa pista de dança. Pra mim não há nenhuma diferença.

Suas vozes prediletas. Aquelas que você curti e curtiu ouvir num spot, numa produção de áudio.

Voz, depende do estilo. Para cada produção cabe uma voz. Hoje em dia, a publicidade já está abrindo mão de vozeirões para usar mais a criatividade. Existem vozes com as quais eu trabalhei, que foram muito marcantes: César Rosa, Ferreira Martins, Walker Blas, Kaká, Edson Mazieiro, Viviane, e por ai vai...só pra lembrar alguns vozeirões. Agora, como produtor de vinhetas para rádio, na minha opinião, são poucos que sabem mesmo "colocar" a Voz: Emílio Surita, Waguinho e Domênico Gatto são os meus preferidos.

Lembra de algo curioso na profissão que sempre ti traz muita alegria? Pra mim foi engraçado saber que você tirou o bigode que durante tanto tempo foi característico. Mas...

(risos). Você deve estar enganado, eu nunca usei bigode. Rsrsrsrsrs. De onde você tirou isso?

Ah tá! (risos). Desculpe. Não era bigode mesmo. Era cavanhaque! Agora acertei. (risos). Fui longe agora, hein?

Percebi. Cavanhaque sim. Eu usava cabelo comprido, tipo "rabo-de -cavalo". Mas bigode, nunca.

Você acha que as grandes cidades - a maioria capitais - ainda são a coqueluche do rádio para se ter sucesso profissional?

Infelizmente só nas grandes cidades ainda existem emissoras sérias, cujo os donos trabalham em pró de um rádio melhor, criativo, investindo em estrutura e em profissionais.

O que ainda ti impressiona positiva e negativamente no rádio hoje em dia?

Ultimamente o que está me impressionando é a falta de criatividade do rádio. O baixo nível intelectual, o marasmo, e a falta de iniciativa.

Gostaria que seu filho seguisse a mesma carreira?

Não, hoje o rádio paga mal e carece de prestígio.

Qual a sua opinião sobre as novas tendências que estão chegando. Web Radio e Rádio Digital.

Diante das novas tecnologias (Ipod, mp3 Players, Web rádios) o rádio como veículo terá que rever seus conceitos e se reinventar, pois no momento, só ta perdendo espaço. O número de ouvintes só vem caindo. E a chegada do Rádio Digital (ao mesmo tempo em que gerará novos empregos, pois será necessário se produzir mais conteúdo) também fará com que o número de emissoras seja multiplicado por 3. Mais opções, maior disputa, mais rádios para dividir um audiência cada vez menor.

Algo que conquistou, está conquistando e gostaria de conquistar num futuro próximo.

Saúde, graças a Deus e quero poder continuar trabalhando e com saúde.

O que tem ouvido ultimamente de rádio?

Quase nada, aqui em São Paulo ouço a Rádio Eldorado.

O que diria sobre a profissão, para os mais novos na carreira?

Sejam criativos, ouçam de tudo, e sejam ousados.

Sua fórmula para uma grande rádio ter $uce$$o.

Depende do segmento, mas no Brasil o rádio precisa aprender a usar a pesquisa.

Laerti, suas considerações finais.

Puxa vida, agradeço a você Tutuba pela entrevista, a rapeizi do site e pra todo mundo. Abraços e muito obrigado de verdade.


Bate-Bola Rápido

Eu sou: DJ e Radialista
Mas poderia ser: Rico
Locução, produção ou discotecagem: Produção e Discotecagem.
Vinyl ou CD: Vinyl
O meu melhor Set foi: Ontem
Time do coração: Palmeiras
Amor: Família
Música especial: Michael Jackson - Billie Jean
Um arrependimento: Nenhum
Uma grande lembrança: Rádio Cidade-SP
Um sonho: Um Porche
Sou grato a: Deus
Mais amigos ou colegas: Poucos e Bons Amigos
Esporte: Automobilismo
Laerti Moreira by DJ Lala: É o que é!


Por Rodrigo Viriatto - 10/julho/2009
E-mail tubaraum.loc@hotmail.com

Rodrigo Viriatto, conhecido no meio como Tubaraum. Onze anos como locutor, profissional formado. Atualmente está na Sete Colinas FM mas já teve passagens por algumas rádios de Uberaba e região: Nova, Cidade, 89, América, Terra, SuperSom, Difusora, Band Sat entre outras. Atualmente desenvolve trabalhos como AudioBooker e em breve dublagens. Tem 31 anos de idade e é mineiro de Itaúna.

um modo de organização dos ouvintes...


OUVINTES DEBATEM SOLUÇÕES PARA LEVANTAR TRANSAMÉRICA POP

Escrito em 4 de julho de 2009



Estamos numa época em que se debate soluções para levantar o dial carioca. Já se cogita até mesmo a volta da saudosa RPC. Mas no mês passado alguns ouvintes começaram a debater soluções para levantar uma rádio que já existe: a Transamérica Pop FM 101,3. Boa parte deles defende que a atual direção da rádio precisa ser mais ousada, produzir mais programação local e seguir fielmente o modelo de rádio pop criado pela matriz paulistana. Sem tolices como funk ou axé.A própria matriz fez uma pequena melhora: o jornalístico Transnotícias, de "estilo AM", foi cortado pela metade. De duas horas passou a ter uma, de segunda a sexta, de 6 a 7h. Mas ainda falta muito para acabar com o AeMão da Transamérica. Falta acabar de vez com o Transnotícias e com todo o futebol na rádio.A parte técnica também precisa ser ajustada, aproveitando que a rádio se mudou neste ano para a Rua São Cristóvão.De todos os comentários de ouvintes, destaco um de hoje, do ouvinte Ernando da comunidade Dial Rio de Janeiro:Vamos levantar a Transamérica Rio, sem redeGalera a Transamérica tem tudo para se levantar, tinha uma amiga que estagiou lá por 1 ano, e ela me disse que o atual diretor do Rio não se esforça realmente para ter uma programação local forte por contenção de despesas. A rádio tem tudo para se levantar e ser o que outrora era. Competitiva, locutores de primeira linha, e brigando com a RPC FM e com a antiga Rádio Cidade. Lembro-me que quando a RPC tocava uma música, logo em seguida a Transa colocava a mesma. Fora as antigas vinhetas da rádio que eram show. Falta pulso realmente para levantar essa rádio que tem potencial e ainda tem um nome. A Transa tem que acabar com os jabás. Tocam umas bandas que ninguém nunca ouviu falar. Vamos levantar essa bandeira sim. Transamérica Rio, sem rede. Quando os estúdios ficavam na Marechal Rondon, era de ponta. Tinha até estúdios para apresentação de bandas ao vivo, o antigo Chá das Cinco. Qual a volta da RPC FM, ou ela muda ou vai cair no esquecimento.De fato, a Transamérica precisa ser levantada. Voltaria a ser uma grande rádio pop.