terça-feira, 13 de outubro de 2009

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O dia em que nos tornamos um povo

F. J. Amaral Vieira
13 Out 2009 - 01h31min


A maioria dos brasileiros se deu conta da importância da escolha da cidade que vai sediar os Jogos Olímpicos de 2016, ao observar que quatro chefes de estado estavam em Copenhague para defender as candidaturas de Chicago, Madrid, Rio de Janeiro e Tóquio. Essa mobilização foi mais do que justificada, pelo que o evento representa em termos de estímulo à economia local e da visibilidade que pode proporcionar ao país que o hospeda.

Tínhamos a nosso favor um projeto impecável, os encantos da Cidade Maravilhosa, a amabilidade de seu povo e a circunstância de que nenhum país da América do Sul já tivera tal privilégio. Além disso, se escolhida Madri, teríamos duas olimpíadas seguidas na Europa. E, para completar, fizemos uma apresentação primorosa.

Mas havia notórios pontos fracos: grande parte do projeto brasileiro estava por ser executado e o Rio precisaria resolver crônicos problemas de segurança, transporte, hotelaria e infra-estrutura grosseiramente ressaltados pelo porta-voz do comitê olímpico de um dos países concorrentes. Escolher o Rio, portanto, representaria também um voto de confiança plena no Brasil.

Os motivos pelos quais merecemos esse crédito de confiança estampado no escore de 66 votos para o Rio contra 32 para Madrid, foram explicados no inspirado discurso do Presidente Lula ressaltando a solidez de nossa economia, os progressos no campo social, o clima de liberdade democrática que desfrutamos, o fato de ser nossa voz ouvida e respeitada no seio das grandes nações e de que nunca estiveram tão vivos o nosso modo de ser alegre e solidário. Por tudo isso, teremos no Brasil, numa mesma década, uma Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

Senti grande orgulho, como brasileiro, ao ver o presidente Lula, no seu pedestal de estadista, revelando ao mundo o Brasil pelo qual esperamos por tanto tempo, no dia em que nos tornamos um povo e em que o orgulho nacional foi plantado nos nossos corações. Para sempre.

F. J. AMARAL VIEIRA
Consultor Científico da Funcap
fONTE: jornal o povo...