terça-feira, 1 de dezembro de 2009

DEMOCRATIZANDO AS COMUNICAÇÕES - LEIA ESTE TEXTO

Democratizar as comunicações

Brendan Coleman Mc Donald - Redentorista e professor titular aposentado da UFC
01 Dez 2009 - 02h03min
A 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) acontece a partir de hoje, indo até dia 3 de dezembro, em Brasília (DF), reunindo mais de 1.500 representantes do poder público, de movimentos sociais e de entidades empresariais.

Promovida pelo Ministério das Comunicações, a Conferência tentará ajudar os brasileiros a ver a radiodifusão como um serviço público. O povo em geral não sabe que poucas famílias (Marinho, Saad, Abravanel, Macedo e Sirotsky, entre outras) controlam 83% das emissoras de TV e rádio do País, e que algumas dessas famílias editam jornais e revistas de ampla circulação ficando com 95% da audiência e 90% do faturamento. A Conferência, entre outras coisas, quer questionar este monopólio e o oligopólio existentes no setor das comunicações.

É importante lembrar que as emissoras de rádio e TV são exploradas por entidades privadas mediante uma concessão pública dada pelo Estado. Portanto, elas têm obrigações junto ao público, assim como as empresas privadas fornecedoras de energia elétrica, gás, água e serviços de telefonia etc. A Confecom abrirá o debate sobre a implantação de políticas democráticas de comunicação no Brasil e ações essenciais que podem contribuir na reorganização do sistema de comunicação e na ampliação das possibilidades de democratização. O poder dos detentores das concessões de TV é grande e perigoso demais. Embora não devam, às vezes, discriminam ou ignoram opiniões contrárias às deles. Ridicularizam, às vezes, as minorias como, negros, homossexuais, deficientes ou crenças religiosas que não sejam suas crenças etc. Além de promover, através de publicidade, candidatos indignos a cargos públicos.

Assim, para garantir que se manifestem a pluralidade e a diversidade de visões de mundo presentes na sociedade, é preciso garantir a ampla participação dos diversos setores sociais nesses espaços. A arena pública é controlada por poucas empresas familiares, por grupos trans nacionais e políticos. Para a maior parte da população, a comunicação se torna mero serviço e a informação (controlada), uma mercadoria a ser consumida.

Brendan Coleman Mc Donald - Redentorista e professor titular
aposentado da UFC