terça-feira, 31 de janeiro de 2012

UM POUCO DE REFLEXÃO SOBRE NOSSA IMPRENSA.

TEXTO PUBLICADO NO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA.
TÍTULO: A QUEM A IMPRENSA REPRESENTA?

domingo, 29 de janeiro de 2012

Visões do chamado "Clássico da Paz"

  1. Alguém precisa orientar estes jovens que trabalham como mascotes de times de Futebol. No jogo de hoje o Mascote do Ceará que representa o vovô mostrou até os órgãos genitais para a torcida do Ferroviário. Não é por aí, por isso que tem tanta gente com medo da violência entre as torcidas.
  2. Alguns torcedores geralmente metem o malho quando os jogadores são da terra. Há jogadores que vem de fora que fazem e acontecem levam o dinheiro do time e não são sequer admoestados pelos torcedores que preferem os bondes de fora. Quando não há incentivo à prata da casa ainda reclamam...não dá para entender certas coisas.
  3. Algumas equipes de comentaristas de Futebol adoram criticar por criticar. Jogador Mota agora é a bola da vez...Alguns disseram até que o Fortaleza é melhor do que o Ceará ainda nem começou o campeonato e o pessoal já vem com essa. Por que fazem isso?

é assim que funciona?

veja este protesto contra o BIG BROTHER BRASIL

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

um site que fala de comunicação

Veja aqui site do Professor Fernando Morgado. Um pesquisador sobre comunicação

apenas leia - contribuição do Radialista Claudio Teran

SAUDADE DO TED BOY MARINO
By Luís Fernando Verissimo

Alguma coisa aconteceu no coração do Brasil quando acabaram com as lutas de "catch". Elas eram um sucesso na TV e seus astros viajavam em caravanas pelo País, apresentando-se em ginásios e circos. As lutas não eram lutas. Era teatro. Não eram exatamente combinadas, mas seguiam um roteiro estabelecido e havia um acordo tácito de que ninguém sairia do ringue machucado, mesmo que saísse arremessado. O roteiro básico não variava: era os bons contra os maus, e os bons sempre ganhavam. Ou só perdiam quando o adversário traiçoeiro recorria a um golpe especialmente baixo sob uivos de raiva da plateia. E a reação da plateia fazia parte do teatro. Havia uma suspensão voluntária de descrença, e todos torciam pelo Bem contra o Mal - ou pelo bonito contra o feio, o esbelto contra o barrigudo, o correto contra o falso - com um fervor que não excluía a consciência de que era tudo encenação.

Era fácil distinguir os bons e os maus. Os bons eram atletas como o Ted Boy Marino, caráter tão irretocável quanto os seus cabelos loiros. E lutava limpo. Os maus tinham nomes como Verdugo e Rasputin, e comportamento correspondente. Lembro-me de um Homem Montanha, que mais de uma vez derrubou o juiz junto com o adversário. E não havia um Tigre Paraguaio? Os bons geralmente começavam apanhando e, quando parecia que estavam liquidados e que o Mal triunfaria, vinha a eletrizante reação, durante a qual o inimigo pagava por todas as suas maldades. Humilhação e vingança. Nada na história do teatro é tão antigo e tão eficaz. Nove entre dez novelas de televisão têm o mesmo enredo.

Não sei se ainda fazem espetáculos de "catch" pelo interior do País. Hoje na TV o que se vê é o "ultimate fighting", ou "mixed marital arts", o tal UFC onde dois lutadores simbolizando nada trocam socos e pontapés sem simulação. Isso quando não se engalfinham no chão como um bicho de duas costas e oito patas em convulsão. Nessas lutas não vale, exatamente, tudo - parece que esgoelar o outro e xingar a mãe não pode. Mas é o "catch" despido da fantasia, com sangue de verdade. Não há mais mocinho e vilão, apenas duas máquinas de brigar, brigando. Nem Ted Boy Marino nem Homem Montanha, apenas a violência em estado puro. Sei não, acho que empobrecemos...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Bispo de Limoeiro do Norte CE, recusa comenda do Senado Federal.

gente veja esta situação.


‎'Quem não tem sorte tem que ter atitude'

O slogan deveria ser: 'SOU CHICLETEIRO E FILHO DA P...!' ou então: 'SOU CHICLETEIRO E DETESTO FAZER JUSTIÇA!'

Chamo-me João Fernandes da Silva Filho, sou guitarrista e compositor e mais conhecido como Cacik Jonne. Fui, durante quase 21 anos (1980 a 2001), guitarrista da banda Chiclete com Banana e construtor de significativa parcela da história da música baiana. Portador de doença- Ataxia Cerebelar- venho sofrendo limitações progressivas de movimentos no decorrer dos últimos 8 a 10 anos, um problema de equilíbrio no cerebelo. Não pude mais exercer minha profissão. As condições para movimentar-me e trabalhar foram ficando cada dia mais difíceis. Em conversa que mantive com os dirigentes da banda, ficou acertado, verbalmente, que sairia da banda, mas ela assumiria o pagamento de meus honorários como se estivesse tocando e depois faríamos um acordo. Como se tratava de um acordo justo aceitei-o. Porém, o compromisso verbal não foi cumprido integralmente, porque os honorários prometidos foram sendo reduzidos gradativamente. De forma integral o acordo foi cumprido apenas no período de junho a dezembro de 2001 a janeiro/2002. A partir do carnaval de 2002 os honorários começaram a sofrer cortes inexplicáveis. Vale ressaltar que nesse período tentei inúmeros contatos com a Banda, mas todos foram em vão. Movido pela necessidade e pelo propósito de ter meus direitos restabelecidos e respeitados, busquei a Justiça. Em dezembro de 2002 foram instaurados até 2005.Ressalto que a minha saúde, com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais comprometida. O quadro agravou-se e as seqüelas da doença atingiram minha visão, comprometeram minhas articulações e afetaram meu andar. passei a necessitar de tratamentos mais especializados e onerosos. Mas, como poderia fazê-los se não dispunha de recursos financeiros para esse fim?. Meus antigos parceiros permaneceram indiferentes e irredutíveis à esta situação, estranhamente, o processo foi julgado à revelia, e o mais grave é que eu, vítima, autor da ação e principal interessado na agilidade do julgamento e do resultado, não soube dessa audiência. Meu advogado recorreu da sentença ao Tribunal Superior do Trabalho, TST, onde o processo foi arquivado. Atualmente estou sobrevivendo graças à pensão do INSS e da ajuda de amigos. Tudo o que almejo é ter o valor de meu trabalho artístico de mais de 20 (vinte) anos, interrompidos por motivos alheios à minha vontade, reconhecido financeiramente, a fim de que possa custear, sem favores, meu oneroso tratamento médico-hospitalar. É justo que alguém que colaborou de forma íntegra a uma banda e a uma história musical baiana sofra este processo de constrangimento? 'pois pra os ricos nada pega' não deixarei de falar até que a morte me leve já que sei que a justiça dos homens pode estar perdida, mas a de Deus não questiono, pois acredito, cedo ou tarde, Ela vencerá'. 
Fonte: VIA FACEBOOK...

sábado, 21 de janeiro de 2012

discussão sobre a cracolândia.

CRACOLÂNDIA: MAQUIAGEM?

Estou acompanhando a ação policial na Cracolândia, em São Paulo. A rua Helvetia foi ocupada. Traficantes presos. Sempre fico com um pé atrás com essas operações. Sinto que é uma tentativa de maquiar a cidade. Acaba-se com a Cracolândia em si. O povo aplaude. Ganham-se votos. Mas de fato, o que é feito pelos viciados  miseráveis que vivem lá?
Eu estive recentemente na Cracolândia, como escrevi na minha coluna da revista Época. Foi uma noite muito forte, porque talvez eu nunca tivesse convivido com a miséria humana nessa proporção. Jamais esquecerei os rostos magérrimos, encovados, sujos. Os olhares perdidos. O cheiro.
Mas também não vou esquecer da frase de um viciado com quem conversei:
– Os missionários vêm aqui e nos levam para tratamento, para a igreja. Mostram o que estão fazendo pela gente. E as verbas entram. Mas depois, a gente acaba aqui de novo.
Foi um depoimento amargo. Não concordo inteiramente com ele, pois os missionários tentam de fato retirar as pessoas do vício e de sua condição miserável. Muito mais que o poder público. Mas que a Cracolândia virou um símbolo, virou. Destruí-la tem uma ação simbólica. Pouco mais do que isso, porque o problema continua.
Segundo um ex policial com quem conversei, o que  a polícia está fazendo, de fato, é espalhar os viciados e traficantes pela cidade. Disse que já estão indo para a Praça da República e outros lugares do centro.
Daqui a pouco mostram a cidade bonitinha, em fotos, com as casas da Cracolândia recuperadas. Mas o problema continua o mesmo. Se estão enviando assistentes sociais e o pessoal da saúde, como o prometido, por que não fizeram isso antes da ação policial? Para de fato levantar o número de viciados, retirá-los, levar a tratamento?
E tem mais: soube que tem uma Cracolândia no Glicério. Outra próxima do Largo 13 em Santo Amaro.
Isso só em São Paulo. Cracolândias existem em todas as cidades do país, pelo que sei. E nas regiões agrícolas onde lavradores fumam crack para trabalhar.
Até quando vai continuar a maquiagem? Quando a questão vai ser encarada de frente, com um projeto sério e profundo para eliminar o crack e os traficantes? Ou alguém acha que o crack era produzido na própria Cracolândia?
Por falar nisso, a polícia que parece tão disposta a arrancar os miseráveis das ruas sabe onde o crack é fabricado, em São Paulo? Não seria por aí que devia começar?

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

EVANDRO NOGUEIRA UM BOM PROFISSIONAL DO RÁDIO

o radialistas Evandro Nogueira é um excelente profissional no rádio, no entanto, a título de sugestão seria interessante que em seus programas na Verdinha desse mais espaço para os ouvintes , seu programa seria interativo e , com certeza, ganharia mais audiência, pois o povo quer saber o que o povo pensa. Fica a sugestão...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

NOSSO CALENDÁRIO DE REUNIÕES

MÊS
ATIVIDADES/REUNIÕES/DATAS
JANEIRO
14 (sábado) e 28 (sábado)
FEVEREIRO
11 (sábado) e 25 (sábado)
MARÇO
10 (sábado) e 24 (sábado)
ABRIL
07 (sábado) 14 a 20 (Exposição Temática Rádio) e 28 (sábado) 
MAIO
12 (sábado) e 26 (sábado)
JUNHO
09 (sábado) e 23 (sábado – Aniversário da Associação)
JULHO
07 (sábado) e 21 (sábado)
AGOSTO
04 (sábado) e 18 (sábado) 
SETEMBRO
01 (sábado) 15 (sábado - festa do Ouvinte de Rádio) e 29 (sábado)
OUTUBRO
13 (sábado) e 27 (sábado)
NOVEMBRO
10 (sábado) e 24 (sábado)
DEZEMBRO
08 (sábado) e 22 (sábado - Confraternização Natalina)

se esta moda pegasse... aqui no Ceará...

Jornalista é jornalista, torcedor é torcedor

12/01/12
A Acerj (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro) definiu que vai punir jornalistas que comemorarem gols no gramado durante o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro. A decisão da entidade, que representa os repórteres esportivos fluminenses, acontece meses depois que Eric Faria, da Globo, foi flagrado reagindo a um gol do Vasco. A informação foi confirmada pela Acerj, que não deu mais detalhes sobre o assunto. Consultada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) disse que a decisão foi tomada pela própria Acerj em uma reunião com chefes de rádios esportivas do Rio de Janeiro.
Segundo a assessoria, o caso de Eric Faria chegou a ser citado como exemplo pelos presentes, mas não foi o real motivador da medida. O problema se aplicaria a vários radialistas que, posicionados atrás dos gols, teriam exagerado nas comemorações. A postura dos repórteres teria causado constrangimento no contato diário com os torcedores. Por isso, os próprios chefes de rádios teriam mostrado disposição para conterem os ânimos de seus funcionários.
Tenho uma passagem hilária neste tipo de situação. Nos anos 80, eu trabalhava no Jornal de Santa Catarina aqui na Capital. Tínhamos uma grande equipe, talvez maior que a da matriz. Era um domingo de clássico, Avai e Figueirense na Ressacada., fotógrafos escalados, uma atrás de cada trave. O Avai ganhou por um a zero, só que o Santa ficou sem a foto do gol. O fotógrafo alegou que tinha perdido o lance. Quando assistimos pela TV, veio a explicação. Na hora do gol o nosso fotógrafo comemorava aos pulos o gol azurra com os braços erguidos – máquina em uma das mãos. É que ele era, assumidamente, torcedor fanático do Avai. Na hora do gol do clássico não conseguiu se segurar. (De Marcos Heise, no ComGurus)
Fonte: www.carosouvintes.org.br 

sábado, 14 de janeiro de 2012

uma reflexão importante sobre um sucesso musical.

“Ai se eu te pego”: uma análise comparativa
ESCRITO POR GABRIEL PERISSÉ   
SEXTA, 13 DE JANEIRO DE 2012

Analiso abaixo a letra da canção “Ai se eu te pego”, interpretada por Michel Teló, sucesso nacional e internacional. Na primeira estrofe, temos...

Sábado na balada
A galera começou a dançar
E passou a menina mais linda
Tomei coragem e comecei a falar

Cada verso e cada palavra de Teló nos conduzem a universos paralelos da cultura. O primeiro verso faz menção ao “Porque hoje é sábado”, em que Vinícius de Moraes revê a criação do mundo.

A balada a que se refere Teló alude àquele antigo poema com que se narrava alguma tradição histórica, acompanhado ou não por instrumentos musicais. Ou àquela peça puramente instrumental como cultivavam Chopin, Brahms ou Liszt.

A supracitada galera (“turma”, “amigos”, “gente”) de Teló se equipara ao decassílabo “Vogo em minha galera ao som das harpas”, de um poema de Castro Alves.

Reportando-se de novo ao poetinha Vinícius de Moraes (“Garota de Ipanema”), Teló também contempla a menina linda que passa. E vai além. Em êxtase, tomado pela excitação poética, num ato de coragem extrema, o baladeiro se declara:

Nossa, nossa
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Delícia, delícia
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego

A dupla exclamação — “nossa, nossa” — nos remete à admiração de que falava Aristóteles como ponto de partida da reflexão filosófica, ou pode se tratar também de uma forma reduzida da interjeição “Nossa Senhora!”, inserindo o poema no amplo cenário (e não menor mercado) das composições religiosas.

Outra referência inconfundível é o locus poético em que amor e morte se encontram — o clássico “morrer de amor”. O verso “Assim você me mata”, que o cantor faz acompanhar com o abanar da mão em direção ao rosto (simulando morte por asfixia ou enfarte), equipara-se a momentos sublimes da poesia romântica de Gonçalves Dias ou Casimiro de Abreu. Há, entre outros exemplos, um soneto em que Camões, dirigindo-se ao Amor, com ele se queixa: “Que vida me darás se tu me matas?”

Aqui termina o poema de Teló, com uma concisão que lembra Paulo Leminski e Mario Quintana.

Mas parece que os imortais que acima citei não gostaram das comparações feitas aqui. Das suas tumbas erguem-se vozes, cantando em uníssono:

Perissé, Perissé
Assim você nos mata!

Gabriel Perissé é doutor em Educação pela USP e escritor.

NOVIDADE NO RÁDIO

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

QUANDO VOCÊ NASCEU... O QUE ESTAVA TOCANDO?

Descobri esta novidade via facebook. Vale a pena ver..
Veja aqui

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

UM POUCO DE REFLEXÃO.

QUE TAL DISCUTIR ISSO NO RÁDIO? 

uma reflexão sobre informação

Da necessidade de informar

09.01.201201:30
Foi-se o tempo em que o dever de informar era exclusivo da imprensa. Hoje, por conta de uma primorosa expansão dos canais de comunicação, a informação de interesse público não pode, nem deve, depender única e exclusivamente dos meios tradicionais. Ferramentas como as redes sociais, por exemplo, comunicam atualmente com uma força muito maior que um programa de televisão ou um jornal.

Diante desse novo contexto, em que toda e qualquer pessoa ou instituição pode e deve comunicar, os silêncios são ainda mais perigosos. O episódio recente da greve dos Policiais Militares e Bombeiros no Ceará, por exemplo, é categórico para que a gente avalie a centralidade de um fluxo coerente e responsável de informação no nosso cotidiano. Boa parte do medo que tomou conta das pessoas era fundamentado em informações que não procediam.

Enquanto se multiplicavam denúncias de arrastões e vídeos eram montados artificialmente com helicópteros sendo derrubados por marginais, o pânico se irradiava. Nesse jogo de disse-me-disse, erra quem produz esses factoides idiotas, mas erra ainda mais quem não puxa para si a responsabilidade de negar cada um desses casos fantasiosos. A confusão da última terça-feira Ceará afora não foi apenas por falta de segurança, foi também de falta de informação.

Faltou ao Governo do Estado e a chamada Cúpula da Segurança Pública bem mais que trato para negociar com o movimento grevista, faltou responsabilidade com a informação que, tanto quanto a segurança, é um direito da população. Sem pronunciamentos consistentes, o medo se alastrou. Tudo bem, a greve acabou. O medo, a insegurança e a desinformação, porém, permanecem aí, bem ao acesso do discurso oportunista e eleitoreiro que, com vistas em outubro, já começa a despontar.

Magela Lima 
magela@opovo.com.br 
Editor executivo do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO

domingo, 8 de janeiro de 2012

NOVAS COLUNAS NO DIÁRIO DO NORDESTE

As novas Colunas do Diário do Nordeste SIARÁ e DIARINHO são um primor. O jornal está dando um show de independência e reportagens sempre seguras e não atreladas ao poder. Já O POVO...

política é assim mesmo?



sábado, 7 de janeiro de 2012

um pouco de coragem - poucos tem...

PÉS DE BARRO

Por: Mourão

OPOVO – Opinião – 07.01.2012

Um governo que constrói maioria absoluta numa Assembleia Legislativa sempre obsequiosa; que tem sustentação num arco partidário chamado de imbatível – capaz até de eleger um poste -; que levanta prédios onde deverão funcionar hospitais, postos de saúde, delegacias de Polícia; que compra as armas mais sofisticadas e os veículos mais luxuosos para a Polícia poderia se acreditar acima do bem e do mal. Que nada lhe aconteceria, pois reinava absoluto. Mas eis que teimosos professores e rebeldes policiais colocaram esse governo de quatro. Foi à lona e até nos questionamos se não houve um grave nocaute.
A grande questão a refletir é exatamente a dimensão política dos episódios em causa. Por que um governo supostamente tão forte é nitidamente tão fraco?

Recordo que os manuais de Ciências Políticas advertem: “quanto mais um poder mostra força, mais fraco ele está”. O exemplo do Ceará é bem ilustrativo. Os pés são de barro. Os assessores insistem, através de seus ventríloquos midiáticos, que foi um episódio isolado, de líderes tresloucados, de uma turba ignara. Bando de irresponsáveis. Aproveitadores infiltrados. Voga tapar o sol com a peneira?

Estes acontecimentos exigem do governante que baixe a bola, busque soluções objetivas. Essa sustentação política, patrocinando tantas secretarias, autarquias e cargos a apaniguados, não é sólida. Existe outra realidade. O povo não aceita mais ser “encabestrado”. Por isso, é urgente que outros canais sejam construídos, onde possa ser gestado um novo pacto social. O arbítrio, a prepotência, a arrogância – o tempo dos coronéis biônicos e eletrônicos – fizeram água. Acabou-se. Não dá mais para desconhecer.

O povo do Ceará está mostrando mais maturidade do que seus dirigentes. Não dá mais para encobrir com propagandas enganosas. Voga a realidade. A dura realidade enfrentada por todos, no cotidiano. Há que sair dos palácios e dos canapés festivos dos chalaças. E, descobrir na rua, o que significa o clamor desse povo.

Fora disso vira desatino. Feliz ano novo, governador.

Antonio Mourão Cavalcante
Médico, antropólogo e professor universitário