segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

UM POUCO DE REFLEXÃO.

QUE TAL DISCUTIR ISSO NO RÁDIO? 

uma reflexão sobre informação

Da necessidade de informar

09.01.201201:30
Foi-se o tempo em que o dever de informar era exclusivo da imprensa. Hoje, por conta de uma primorosa expansão dos canais de comunicação, a informação de interesse público não pode, nem deve, depender única e exclusivamente dos meios tradicionais. Ferramentas como as redes sociais, por exemplo, comunicam atualmente com uma força muito maior que um programa de televisão ou um jornal.

Diante desse novo contexto, em que toda e qualquer pessoa ou instituição pode e deve comunicar, os silêncios são ainda mais perigosos. O episódio recente da greve dos Policiais Militares e Bombeiros no Ceará, por exemplo, é categórico para que a gente avalie a centralidade de um fluxo coerente e responsável de informação no nosso cotidiano. Boa parte do medo que tomou conta das pessoas era fundamentado em informações que não procediam.

Enquanto se multiplicavam denúncias de arrastões e vídeos eram montados artificialmente com helicópteros sendo derrubados por marginais, o pânico se irradiava. Nesse jogo de disse-me-disse, erra quem produz esses factoides idiotas, mas erra ainda mais quem não puxa para si a responsabilidade de negar cada um desses casos fantasiosos. A confusão da última terça-feira Ceará afora não foi apenas por falta de segurança, foi também de falta de informação.

Faltou ao Governo do Estado e a chamada Cúpula da Segurança Pública bem mais que trato para negociar com o movimento grevista, faltou responsabilidade com a informação que, tanto quanto a segurança, é um direito da população. Sem pronunciamentos consistentes, o medo se alastrou. Tudo bem, a greve acabou. O medo, a insegurança e a desinformação, porém, permanecem aí, bem ao acesso do discurso oportunista e eleitoreiro que, com vistas em outubro, já começa a despontar.

Magela Lima 
magela@opovo.com.br 
Editor executivo do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO