segunda-feira, 1 de agosto de 2011

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LEIA ESTE TEXTO - A INDÚSTRIA CULTURAL E OS ÍDOLOS

25/07/2011 - 20:42
Que destino tem a juventude e a sociedade que ficam cada vez mais dependentes de ídolos que são gestados pela mídia e a chamada indústria cultural (!?) neste século. O prematuro falecimento da cantora britânica Amy Winehouse no sábado, 23, traz a amarga lembrança de que os jovens da modernidade permanecem como eternos rebeldes sem causa.
O que estamos observando nestes tempos modernos é uma inversão de valores, sem fins ou compromissos. Sem objetivos os sonhos são escassos de ideais. O Planeta de Jovens é pequeno hoje no universo do pensar. A curtição é mais emocional do que racional, e o comportamento flui como descompromissados com a normaoidade. Nem Freud explicaria tal multiétnica de comportamentos.
O passamento de Amy Winehouse é emblemático sob o ponto de vista de que, a carreira dela foi forjada já como contraponto ao real. A fantasia de esteriótipo que agradava às 'tribos' foi o ângulo encontrado por Amy para a vertiginosa ascensão no mundo 'business'. Alguém teria por acaso inquirido sobre a vida pessoal dela nos momentos entrecortados pela clareza e o psicodelismo? Sob a pressão de compromissos artísticos, a cantora afundava na satisfação ilusória da fama e o frenesi dos 'súditos'.
É preocupante o que estamos colhendo nesta selva de tecnologia, onde o virtual é mais palatável que o calor do abraço. Onde as emoções são proferidas pelos palavrões nas redes sociais como territórios livres de expressões. Se não há fronteiras, também não há leis que precisam ser obedecidas. Criamos assim um vácuo ao tempo que, assistimos manifestações de legiões de jovens que projetavam em Amy Winehouse o modelo absoluto do desapego à vida e de representação ideal.
No contexto geral não discutimos o talento da artista Winehouse. O que apavora é que Amy está inserida na mesma 'catedral' ilusória frequentada pelos turbinados Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin, Kurt Cobain. Em comum além da fama e arrebatamento de jovens espalhados pelos quadrantes da Terra, a convulsão, o caos e a guerra perdida contra o álcool e drogas e a tragédia como ato final. 'Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparência não enganam, não/ você diz que depois deles não apareceu mais ninguém', Belchior. O compositor cearense neste trecho da música 'Como nossos pais', no umbral descrevia o estágio que vivemos agora?
Fonte: www.cearaagora.com