sábado, 1 de agosto de 2009

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A Copa do Mundo é nossa. Ou ‘deles’?


Escrito por Gabriel Brito
13-Jul-2009

No último dia de maio, a FIFA anunciou em Zurique as 12 cidades brasileiras que sediarão a Copa do Mundo de 2014, oficializando quais localidades também receberão maiores injeções financeiras até a data da competição. Como se sabe, as nomeadas foram São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal, Cuiabá e Manaus.

A lista por si só já traz graves injustiças e deixa claro o caráter ‘politiqueiro’, talvez único na história dos mundiais, das escolhas, excluindo cidades que de diversos pontos de vista, principalmente o esportivo, mereciam ser contempladas. Nunca se viu tantos políticos e agregados em reuniões da entidade máxima do futebol, a ponto até de constranger os altos executivos da FIFA.

Quanto ao orçamento do evento, pouco adianta agora tentarmos praticar exercícios de imaginação e precisar o montante a ser despendido. Sabe-se que a FIFA faz diversas exigências de garantias governamentais para assegurar a realização da Copa do Mundo, o que já foi acatado pelo nosso Planalto e significa que uma grande, gigantesca, sangria pode ser infligida aos cofres públicos.

Tal como sempre procede, a entidade presidida por Joseph Blatter (suíço, mas da mesma estirpe das velhas raposas que habitam os corredores do poder esportivo) não se limita a exigências somente no que tange as quatro linhas. Serviços de alto nível em transportes, hotelaria e comunicação são pontos dos quais não se abre mão e nos quais o Brasil se encontra em baixo, em alguns casos péssimo, estado de desenvolvimento.

Isso significa que teremos de investir bilhões na melhoria desses serviços, ou até mesmo na criação de alguns deles em determinadas praças. Dessa maneira, o orçamento do mundial brasileiro deverá superar de forma estratosférica seus antecessores, como a Alemanha-2006 (20 bilhões de dólares gastos, sendo 16 bi privados) e África do Sul-2010 (cerca de 4 bi ao todo).

Segundo informou o Diário Lance!, o custo geral do evento por aqui deve ficar na casa de 80 bilhões de reais, impressionante logo de saída e que assusta quando, reitero, lembramos da eficiência brasileira nas ciências contábeis, como se viu no Pan 2007. No entanto, apesar de aparentarem, e serem, valores absurdos, muitas das obras em infra-estrutura se fazem realmente necessárias no país, como é o caso do metrô em Porto Alegre.

Entretanto, sendo irreversível a loucura de entregar uma Copa do Mundo na mão de quem deveria estar preso, como é o caso de algumas cabeças dessa empreitada, a sociedade brasileira deverá ficar vigilante ao que se fará com seus rendimentos como nunca se acostumou a estar. Sabedores de seu compromisso assumido perante a FIFA de fiador do mundial, não será difícil ver o governo pressionado por comitês organizadores e políticos requisitando mais verba para seus projetos.

Prova de que o hiperbolismo pauta nossos ‘capitães da copa’ foi o encontro realizado em Brasília, entre o governo federal e os governadores e prefeitos das cidades e estados sedes. Na audiência, foram pedidos entre todas as cidades mais 20 bilhões de reais de aporte oficial nas obras de infra das respectivas cidades. E olha que o governo já havia direcionado R$ 7,7 bilhões do PAC especificamente voltados ao mundial, o que ficou conhecido como PAC da Copa.

Até o próprio ministro dos esportes, Orlando Silva Junior, íntimo da cartolagem nacional, tentou colocar um freio, pedindo aos distintos homens públicos que se concentrem apenas em projetos viáveis e que sejam capazes de deixar um legado à região. Pois é, foi preciso reforçar tal questão. E não sem razão, pois o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), já havia dito que a cidade não estava preocupada em construir algo cuja utilidade pública fosse posteriormente garantida. Créditos a um dos grandes desmatadores do país, Blairo Maggi, com seu saco sem fundo de dinheiro proveniente de pedaços da Floresta Amazônica e do Cerrado que já não existem. Enquanto isso, a cidade e o estado seguem sem possuir um time sequer na terceira divisão nacional.

Posto isso, não fica difícil imaginar que os governantes terão uma boa margem de manobra para pressionar o governo, ainda mais em época de crise econômica sem fim previsto, o que também espanta a iniciativa privada de investir com convicção nos projetos – até porque já está acostumada com os mimos do governo e do BNDES no apoio a ela para o cumprimento de sua parte nas ‘parcerias’ que tanto já testemunhamos.

Por mais espetacular que seja abrigar uma Copa do Mundo, e por mais que tal ocasião seja um sonho para os fãs do futebol, não dá pra engolir que a graça tenha sido trazida pelas mesmas pessoas que infestam o Senado de podridão política e institucional, pelos mesmos que faliram o futebol nacional (quando não o roubaram diretamente) e outros ilustres, como Francisco Mussnich, do Comitê Organizador, cunhado e advogado do inefável Daniel Dantas – o próprio. Faz parte da mesma excrescência do projeto olímpico Rio 2016, sem falar do já ocorrido Pan de 2007, que por si só explica bastante nossos temores.

Como disse no início do texto, os tais 80 bilhões de orçamento devem ser encarados apenas como chute, uma mera previsão inicial, sujeita a todos os sabores dos lobbies políticos e justificativas escoradas na crise mundial, que, aposto, fará a iniciativa privada tirar o pé como ninguém ainda alerta. Mas, como diz o jargão futebolístico, dá pra dizer de antemão que esta costuma ‘pipocar’ feio quando a maré não está a favor.

Portanto, brasileiros, preparai vossos bolsos (parte 1543465).

Gabriel Brito é jornalista.




Comentários (3)

1 Irresponsabilidade futebolística
Escrito por Raymundo Araujo FilhoEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email , em 15-07-2009 13:58
Hoje teremos em BH o jogo da finalíssima da Libertadores da América, entre o Cruzeiro e o Boca Juniors da Argentina.

A Argentina, exatamente hoje, é o segundo país com mais mortes pela Gripe A (suína), em um padrão epidemiológico ainda crescente, a exemplo do que começa a suceder no Brasil, que corre sim, risco de grande epidemia. Não duvidem!

Desde ontem, BH está sendo ocupada por milhares de argentinos, que não são culpados pela gripe, mas provêm de um país em grave e ascendente quadro contaminante.

As imagens dos jornais televisivos de ontem e hoje me deixaram apreensivos. Nenhum cuidado especial na chegada destes egressos de um país em alto risco, nenhum cuidado nos hotéis (instrução para os funcionários e áreas mais ou menos monitoradas, etc e tal. Afinal, seria muito difícil segregar como párias os festivos torcedores que, repito, não são culpados. Mas que podem trazer um grande foco de contaminação para cá, lá isso podem.

Porque será que o ministro Temporal, digo Temporão, em tempo hábil, não fez um Decreto de Emergência Epidemiológica, PROIBINDO este jogo com torcidas a campo (pois seria injustiça só permitir a cruzeirense), além de uma triagem rigorosa nos jogadores quando aqui chegassem, além de exigência que saíssem de lá com CERTIFICASDO SANITÁRIO OFICIAL, de isenção de sintomas e com exames de sangue que não mostrem alterações da série branca (linfocitose), que poderiam trazer suspeição de infecção viral.

Nada fizeram e depois vão chorar pelo leite derramado e pelas ineses mortas.

Que nossa sorte não permita que isso aconteça.

E que nós não permitamos que esta incompetência governamental perdure, ao menos sewm graves e radicais protestos populares.

Senão óóóó!

Senão óóóó!

GONZAGÃO NA UNIVERSITÁRIA FM

Atenção - A Rádio Universitária FM estará com programação especial sobre GONZAGÃO em homenagem aos 20 anos de sua ausência. Excelente pedida. Será neste domingo dia 2 de AGOSTO. Vale a pena conferir.
VEJA A PROGRAMAÇÃO
7 horas – Sempre aos Domingos – Xotes, xaxados, marchas e baiões cantados por Luiz Gonzaga em gravações das décadas de 40, 50 e 60.
10 horas – Brasileirinho – valsas e choros instrumentais tocados por Luiz Gonzaga na sanfona e seu regional ao longo de sua carreira
14 horas – Memória 107 – Show “Volta prá Curtir” feito no Teatro Tereza Raquel no Rio de Janeiro em 1972 com Luiz Gonzaga cantando e contando um pouco da sua história e acompanhado por Dominguinhos (acordeon), Ivanildo Leite (zabumba), Maria Helena (voz e triângulo), Porfírio Costa (baixo elétrico), Raimundinho ( reco-reco), Renato Piau (guitarra) e Toinho ( triângulo).
No repertório, entre outras:1. Boiadeiro/Cigarro de Paia2. Moda Da Mula Preta / Lorota Boa 3. Siri Jogando Bola / Macapá 4. Qui Nem Jiló / Oiá Eu Aqui de Novo 5. Asa Branca / a Volta Da Asa Branca 6. Assum Preto / Ana Rosa 7. Hora do Adeus 8. Estrada de Canindé / Respeita Januário 9. Numa Sala de Reboco / o Cheiro Da Carolina / o Xote Das Meninas
P.S. Nos 3 programas nenhuma música interpretada ( cantada ou tocada na sanfona ) por Luiz Gonzaga será repetida".