quarta-feira, 23 de março de 2011

Veja este artigo - bons nomes do rádio merecem respeito.

Com o título “O Rádio de luto”, eis artigo do jornalista e radialista Paulo Limaverde, em tom de homenagem aos radialistas Antônio Alberto que, entre várias de suas boas tiradas, era imitador do conhecido Coronel Ludugero, e Jaime Rodrigues. Confira: 
O Rádio cearense, nesta semana, ficou mais triste. Quando a semana mal, fechava chegou-nos a noticia de que havia falecido Jaime Rodrigues um dos mais perfeitos narradores de futebol que o Ceará já produziu.O Jaime tinha uma voz possante e inconfundível e a usava tanto para o futebol como para a leitura de noticiosos e gravações de “spots”. Foi estrela na Radio Nacional do Rio, onde pontificou por muitos anos na época áurea daquela emissora. Aqui, foi dono de imensa audiência ao microfone da Rádio Uirapuru.
Quando estávamos a nos refazer da noticia da morte do Jaime, eis que o Antônio Alberto nos prega uma peça e resolve também ir embora. Nós, que estivemos ao lado dos dois profissionalmente e fomos agraciados por Deus com a amizade de ambos, nos sentimos de repente sozinhos diante da estupenda arma comunicativa que é o radio transformado, de uma hora para outra, numa baladeira sonora onde pontificam falsos valores e pessoas sem nenhuma qualificação para falar em microfone.
Graças a Deus, ainda existem o Nonato Albuquerque,o Augusto Borges e o Narcelio Limaverde fieis depositários da “Época de Ouro do Rádio”.
O Antonio Alberto  era  o companheiro leal, o amigo e contador de causos… Era imbatível numa reunião festiva e sabia como nunca tomar seus tragos sem se exceder jamais…
O melhor momento do Antonio Alberto era quando ele incorporava a figura do Coronel Ludugero e, falando alto, proferia uma série de palavreados transformando qualquer encontro numa explosão de euforia. Convivi com ele na COELCE, mais precisamente na Assessoria de Comunicação, e nunca esquecerei os bingos que ele comandava num barzinho próximo ao nosso local de trabalho, principalmente  um memorável sorteio onde o  prêmio principal era um peba dentro de um camburão pronto para ser sacrificado logo após o sorteio.
Pois é… lá se foram o Jaime e o “Coronel” e ficamos nós, aqui, como testemunhas estáticas diante dos desígnios de Deus. Resta-nos  rezar pelos dois e pedir para que intercedam lá de cima por um radio melhor por estas bandas. O Ceara merece!
* Paulo Limaverde,
Jornalista, radialista e correspondente internacional. 
Nota: PUBLICADO ORIGNALMENTE NO BLOG DO ELIOMAR