domingo, 28 de novembro de 2010

para refletir...

EDUCAR, É SOBRETUDO, LUTA...

Vejam estas pessoas, quantas lutas por um mundo melhor. Sigam estes exemplos e faça parte do rol dos que querem mudar o mundo e talvez um dia ele seja melhor e mais forte...
Pela ordem:

  1. CHE GUEVARA
  2. DARCY RIBEIRO
  3. CHICO MENDES
  4. IRMÃ DOROTHY
  5. LUIZ CARLOS PRESTES
  6. LÊNIN
  7. ZUMBI DOS PALMARES
  8. PAULO FREIRE
  9. DOM HÉLDER CÂMARA
  10. LEONEL BRIZOLA
  11. TANCREDO NEVES
  12. NELSON MANDELA
  13. MARTIN LUTHER KING
  14. TIRADENTES
  15. FIDEL CASTRO
  16. MADRE TEREZA DE CALCUTÁ
  17. RACHEL DE QUEIROZ
  18. DRAGÃO DO MAR
  19. ZILDA ARNS
  20. JOHN LENNON
  21. BÁRBARA DE ALENCAR 
  22. JOSÉ SARAMAGO
  23. KARL MARX
  24. FLORESTAN FERNANDES 
  25. DOM ALUISIO LOSCHEIDER 

UMA HOMENAGEM A GUILHERME NETO

UM MESTRE DE GERAÇÕES 

Sexta, dia 26, a TV no Ceará fez 50 anos. Guilherme Neto, um de seus criadores, tem 85 de idade e constitui uma legenda de realizações em seis décadas de atividades como cantor, jornalista, radialista, cronista, poeta, publicitário e dramaturgo. 

Suas referências artísticas começam na Ceará Rádio Clube dos anos 40 onde se profissionaliza como intérprete de músicas de compositores cearenses. Depois, de 1954 a 1960, dirige a emissora.

Em 26 de novembro de 1960 integra a equipe de implantação da TV Ceará Canal 2, nossa pioneira, e no ano seguinte assume a direção desse núcleo de produção local anterior à aparição do vídeo-tape. É de sua autoria, por exemplo, Poeira Vermelha, primeira telenovela da televisão cearense, no ar em 1961.

Ainda durante os anos 60, cria a disciplina Introdução à Linguagem de TV, no curso de Arte Dramática da Universidade Federal do Ceará.

No início da década de 70, sua gestão no Canal 2 instaura o sistema de transmissão em cores e coordena a realização de programas responsáveis pela difusão do então emergente movimento musical posteriormente conhecido por “Pessoal do Ceará”.

Como diretor artístico, inaugura em 1974 a Televisão Educativa Canal 5 e consolida até 1995 o sistema de tele-ensino no Estado.

Trata-se de um mestre de gerações. Não fez tão-somente. Soube fazer com que inúmeros profissionais fizessem, transformando-se em um deflagrador de vontades, um semeador de consciências. Transcende, portanto, a si mesmo. Além de detentor de talentos, é detector de talentos. 

Na crônica de nossa cosmopolita província, eis um dos autores e personagens mais amados: um sacrossanto boêmio, santo profano, padroeiro das prostitutas, uma espécie de Oxalalufã, testemunho da matéria-prima reciclável do tempo.

Seresteiro, saudoso enamorado da noite, ele ainda canta. No Clube dos Gatos, confraria que às quintas-feiras se instala no Náutico para ouvi-lo, sua voz lunar ecoa fazendo com que os ouvintes, enluarados pelo vigor das graves e agudas paixões, possam ser como preconiza Bilac capazes de ver, de ouvir e de entender estrelas. No entanto, teimando em desmerecer as qualidades musicais que a unanimidade lhe atribui, ele ao terminar de cantar, sempre afirma: Ôh, saudade de mim! Ôh, saudade do tempo que eu era homem! Hoje não sou homem, não; sou velho.

Ah, se cada um de nós pudesse se apossar de sua velhice para rejuvenescer e mais aprender com esse mago que nos ensina a viver infinitamente a exclamação de cada instante. Nele o passado, o presente e o futuro formam um tempo-trio que a um só tempo nos perpassa.

Por isso é que em nome de todos os profissionais que ele formou ao longo de sessenta anos, devemos saudá-lo assim: Ave, Guilherme Neto, ave canora! Os que viveram e os que vivem nossa cinquentenária televisão te saúdam. Obrigado por existir e por nos fazer existir. Ave, vida!
 
Ricardo Guilherme - Teatrólogo e escritor
ricardo-guilherme@uol.com.br

RÁDIO DO FUTURO

PARA GOSTAR DE RÁDIO

A comunicação pelo rádio é incontrolável, parece um sonho



A singularidade do rádio como veículo de comunicação reside no fato de que é o ouvinte quem faz a cena. É o ouvinte quem cria, a partir do que ouve, o cenário do que está sendo dito, sugerido ou representado. O locutor, o repórter, o ator ou mesmo o cantor, são meros deflagradores de um processo que está na cabeça, na imaginação de cada um. Por isso, o resultado da comunicação pelo rádio é incontrolável. Ela é sempre mágica, volitiva, etérea, uma quimera – quase celestial. Essa característica imponderável do rádio entre nós brasileiros parece ter vindo das primeiras experiências com as transmissões de sinais – como o código Morse – e da voz humana. É bom lembrar que entre os inventores do rádio como ainda hoje o conhecemos consta a participação de um padre brasileiro: o padre Roberto Landell de Moura. O insólito é que ele pagou caro pelo “pecado” de ter inventado um equipamento, que embora rudimentar, levava a voz humana e outros sons a distâncias consideráveis sem ter nenhuma conexão física entre um ponto e outro.
A Igreja Católica e o governo Federal da época (final do século XIX), embora não oficialmente, em uníssonos manifestaram seu espanto ignorante atribuindo ao padre-cientista pactos ocultos como demônio. Com isso o governo retardou as patentes requeridas para reconhecimento das experiências para invenção do rádio e a igreja calou o padre.
Com a atitude refratária dos mentores da fé do religioso e do governo que deveria defender seus direitos, o Brasil perdeu a prioridade no reconhecimento da invenção do rádio que então foi atribuída ao pesquisador italiano Guglielmo Marconi por ter documentação referente às suas descobertas.
Landell de Moura com a pecha de louco e bruxo foi para os Estados Unidos onde finalmente conseguiu patentear suas descobertas. “Sendo morador de um país ainda essencialmente agrário, Landell acabou não conseguindo a projeção e o patrocínio necessários para fabricar comercialmente o seu invento. Desanimado com o resultado de seu esforço intelectual, acabou indo para os Estados Unidos a fim de patentear seus inventos transmissores de informação e voz. Em outubro de 1902, o jornal norte-americano “The New York Herald” falou de seus inventos e realizou uma entrevista com o clérigo brasileiro” (Site História do Mundo).
Ao voltar para o Brasil, o padre-cientista retoma os contatos com o governo Federal para financiar os protótipos que havia desenvolvido, mas uma vez mais foi vencido. “Em 1905 o Padre Roberto Landell soube que o presidente Rodrigues Alves disponibilizara dois navios da esquadra brasileira para publicamente demonstrar a transmissão de voz sem fios, porém mandou um de seus assessores que não pôs fé no seu invento, e ainda o caluniou de lunático. Um dia após o encontro, Landell recebe um telegrama do presidente Rodrigues Alves cancelando a demonstração sem maiores explicações”.(Site História da Comunicação no Brasil).
Roberto Landell de Moura abandonou a pesquisa e recolheu-se às atividades religiosas.
No dia 21 de janeiro de 2011 estaria fazendo 100. Por enquanto, o único ato público anunciado é a homenagem que um grupo de admiradores ligados ao radioamadorismo e à radiodifusão vão fazer ao inventor. Entre os organizadores está o radioamador e pesquisador “Ivan Dorneles Rodrigues, fundador do Memorial Landell de Moura. Ele reuniu em local de sua propriedade, no bairro Menino Deus, em Porto alegre, um vasto acervo sobre o religioso. Entre os itens em exposição estão jornais antigos, livros, documentos e uma réplica do transmissor de ondas patenteado por Landell de Moura no Estados Unidos”. (Site Caros Ouvintes).
Refletindo sobre a falta de reconhecimento ao pioneirismo de Landell de Moura e o pouco caso com que continuamos vendo o rádio, percebe-se que a comunicação por esse meio vai continuar sendo incontrolável, enquanto for tratada como um sonho incompatível com a realidade.
Publicado no site www.carosouvintes.org.br