segunda-feira, 13 de julho de 2009

ENTREVISTA INTERESSANTE - www.tudoradio.com

Laerti Moreira

Hoje nossa conversa é com um dos respeitáveis sonoplastas de rádio do circuito paulistano. No começo, achou que talvez seria mesmo locutor, mas algo de diferente aconteceu depois de algum tempo. Descubra com a entrevista que fizemos com Laerti Moreira, Lalá ou simplesmente, o DJ Lalá. Vale a pena conferir no Entrevistas.


Onde tudo começou para você no mundo do rádio?

Eu estava na Av. Paulista procurando emprego junto com um amigo e ao passar em frente do Ed. Eluma ele me disse: - Vamos conhecer uma rádio nova que tem aqui nesse prédio? Subimos e fomos conhecer a Rádio Cidade FM, isso foi em Dezembro de 1980. Depois de conhecer a rádio, percebemos que ali também era a sucursal do Jornal do Brasil. Perguntamos se estavam precisando de Office-boy, e arrumamos emprego lá.

O que você fazia antes da profissão?

Eu era office-boy e nas horas vagas já fazia bailinhos de garagem.

Quais foram os seus inspiradores profissionais?

Eu comecei a aprender sobre produção e sonoplastia na Rádio Cidade e quem me ensinou muita coisa foi um operador de lá que mora em Santos, o Carlinhos de Jesus. Além dele, o coordenador da Cidade, o Carlos Townsend também foi importantíssimo, pelo profissionalismo e por ser uma pessoa que quer tudo nos mínimos detalhes, coisas que incorporei para toda a minha carreira. A partir de 1983 comecei a prestar atenção nas produções da Jovem Pan 2, feitas com maestria pelo Paulo Alcorage.

Você depois de determinado tempo passou a dedicar-se mais a produção de áudios do que a locução em rádio. Por que houve essa mudança?

Eu nunca fui locutor na verdade. Sempre fui produtor/sonoplasta, desde 1982, quando fui transferido do JB para a rádio Cidade, já como operador de gravação, com DRT e tudo.

Você além de trabalhos como produtor, hoje tem um programa de radio e também e DJ. Dá para conciliar tanta coisa assim?

Hoje eu tenho a A.P.I., minha própria produtora e tanto o trabalho de produção como o programa de rádio eu faço aqui, então fica fácil. Como DJ, eu toco aqui em SP e às vezes viajo para tocar fora também. Como isso geralmente acontece nos finais de semana, fica fácil de conciliar.

O locutor e DJ Judge Jules (um dos melhores do mundo) da BBC London também costuma discotecar em seus programas no rádio. Há talvez uma máxima no exterior que diz que DJ de pista e DJ (locutor de radio) são quase que a mesma coisa. No Brasil isso parece ser diferente. Qual a sua definição para o termo Disc-Jockey?

O Disc-Jockey é o cara que conduz uma festa, seja no rádio ou numa pista de dança. Pra mim não há nenhuma diferença.

Suas vozes prediletas. Aquelas que você curti e curtiu ouvir num spot, numa produção de áudio.

Voz, depende do estilo. Para cada produção cabe uma voz. Hoje em dia, a publicidade já está abrindo mão de vozeirões para usar mais a criatividade. Existem vozes com as quais eu trabalhei, que foram muito marcantes: César Rosa, Ferreira Martins, Walker Blas, Kaká, Edson Mazieiro, Viviane, e por ai vai...só pra lembrar alguns vozeirões. Agora, como produtor de vinhetas para rádio, na minha opinião, são poucos que sabem mesmo "colocar" a Voz: Emílio Surita, Waguinho e Domênico Gatto são os meus preferidos.

Lembra de algo curioso na profissão que sempre ti traz muita alegria? Pra mim foi engraçado saber que você tirou o bigode que durante tanto tempo foi característico. Mas...

(risos). Você deve estar enganado, eu nunca usei bigode. Rsrsrsrsrs. De onde você tirou isso?

Ah tá! (risos). Desculpe. Não era bigode mesmo. Era cavanhaque! Agora acertei. (risos). Fui longe agora, hein?

Percebi. Cavanhaque sim. Eu usava cabelo comprido, tipo "rabo-de -cavalo". Mas bigode, nunca.

Você acha que as grandes cidades - a maioria capitais - ainda são a coqueluche do rádio para se ter sucesso profissional?

Infelizmente só nas grandes cidades ainda existem emissoras sérias, cujo os donos trabalham em pró de um rádio melhor, criativo, investindo em estrutura e em profissionais.

O que ainda ti impressiona positiva e negativamente no rádio hoje em dia?

Ultimamente o que está me impressionando é a falta de criatividade do rádio. O baixo nível intelectual, o marasmo, e a falta de iniciativa.

Gostaria que seu filho seguisse a mesma carreira?

Não, hoje o rádio paga mal e carece de prestígio.

Qual a sua opinião sobre as novas tendências que estão chegando. Web Radio e Rádio Digital.

Diante das novas tecnologias (Ipod, mp3 Players, Web rádios) o rádio como veículo terá que rever seus conceitos e se reinventar, pois no momento, só ta perdendo espaço. O número de ouvintes só vem caindo. E a chegada do Rádio Digital (ao mesmo tempo em que gerará novos empregos, pois será necessário se produzir mais conteúdo) também fará com que o número de emissoras seja multiplicado por 3. Mais opções, maior disputa, mais rádios para dividir um audiência cada vez menor.

Algo que conquistou, está conquistando e gostaria de conquistar num futuro próximo.

Saúde, graças a Deus e quero poder continuar trabalhando e com saúde.

O que tem ouvido ultimamente de rádio?

Quase nada, aqui em São Paulo ouço a Rádio Eldorado.

O que diria sobre a profissão, para os mais novos na carreira?

Sejam criativos, ouçam de tudo, e sejam ousados.

Sua fórmula para uma grande rádio ter $uce$$o.

Depende do segmento, mas no Brasil o rádio precisa aprender a usar a pesquisa.

Laerti, suas considerações finais.

Puxa vida, agradeço a você Tutuba pela entrevista, a rapeizi do site e pra todo mundo. Abraços e muito obrigado de verdade.


Bate-Bola Rápido

Eu sou: DJ e Radialista
Mas poderia ser: Rico
Locução, produção ou discotecagem: Produção e Discotecagem.
Vinyl ou CD: Vinyl
O meu melhor Set foi: Ontem
Time do coração: Palmeiras
Amor: Família
Música especial: Michael Jackson - Billie Jean
Um arrependimento: Nenhum
Uma grande lembrança: Rádio Cidade-SP
Um sonho: Um Porche
Sou grato a: Deus
Mais amigos ou colegas: Poucos e Bons Amigos
Esporte: Automobilismo
Laerti Moreira by DJ Lala: É o que é!


Por Rodrigo Viriatto - 10/julho/2009
E-mail tubaraum.loc@hotmail.com

Rodrigo Viriatto, conhecido no meio como Tubaraum. Onze anos como locutor, profissional formado. Atualmente está na Sete Colinas FM mas já teve passagens por algumas rádios de Uberaba e região: Nova, Cidade, 89, América, Terra, SuperSom, Difusora, Band Sat entre outras. Atualmente desenvolve trabalhos como AudioBooker e em breve dublagens. Tem 31 anos de idade e é mineiro de Itaúna.

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