domingo, 14 de agosto de 2011

COMUNICAÇÃO POPULAR NA FEIRA DE CARUARU

COMUNICAÇÃO POPULAR

Parque 18 de Maio conta com emissora de rádio

Publicado em 14 de agosto de 2011
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Uma área de 15 hectares, que é destinada ao estacionamento dos veículos, fica lotada nos dias de Feira da Sulanca
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Radialista Emanuel Aragão comanda a Rádio Park, que transmite a programação exclusivamente para a área do Parque 18 de Maio, que abriga a Feira de Caruaru
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Sulanqueira", Luciene cumpre uma dura rotina para produzir e vender suas peças
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A emissora de rádio exclusiva da Feira de Caruaru tem 500 pontos de difusão, cobrindo os seus 43 hectares
Caruaru (PE). Para fazer face à grandiosidade da Feira de Caruaru, foi montado um estúdio de rádio no Parque 18 de Maio. A ideia vingou e recebe a aprovação dos frequentadores.

"Ficou constatada a necessidade de se implantar um complexo de comunicação para atender à demanda daqui, já que as pessoas procuravam informações e não tinham a quem se dirigir. Além disso, estamos nos reportando a uma área de 43 hectares, sem se falar nos outros 15 hectares de estacionamento. Foi feita uma licitação e nós ganhamos", explica o radialista Emanuel Aragão, dono da Rádio Park.

Segundo ele, o sistema de rádio tem 500 pontos instalados em todo o parque. "Trabalhamos com um transformador de linha, ou seja, praticamente em tempo real. A matriz da rádio fica instalada no prédio da fábrica da moda. Falamos para cerca de cem mil pessoas durante a feira da Sulanca na terça-feira e também nos demais dias para aqueles que visitam o parque", destaca Emanuel Aragão.

Divulgação

"As atividades incluem a publicidade das empresas que nos procuram para divulgar suas marcas. É um comercial normal como de rádio e televisão, temos música, reportagens e apoio cultural, informativos da Prefeitura, da cidade de uma forma geral. Também fazemos utilidade pública, informando pessoas que se perdem dentro da feira. No dia de sábado, temos a Feira de Caruaru propriamente dita, que é a maior feira livre ao ar livre do mundo. As pessoas que se perdem acabam se reencontrando aqui", conclui.

"É muito interessante o funcionamento da rádio. Ela é muito profissional e nos ajuda com informações úteis. Eu mesmo já utilizei seus serviços para achar um amigo. Combinamos de nos encontrarmos aqui. Ele mora em Recife, mas jamais tinha vindo à feira. Achava que não teria problema de me encontrar. Não consegui o contato pelo celular, pois deu fora de área. Aí mandei um recado pela rádio", conta o mecânico Aurélio Feitosa.

"Quem quiser comprar qualquer coisa, basta vir aqui. Não é preciso nem titubear", anuncia a dona de casa Maria Stela Almeida, de 62 anos. "Desde uma escova de dentes até a roupa para vestir. Aqui tem de tudo, sim. Se duvidar, até um carro você pode comprar. Basta conversar com o pessoal que fica em volta do estacionamento que o negócio é fechado. Sempre fico sintonizada na rádio para me manter informada. Algumas barracas anunciam promoções e a gente corre para lá. Os fornecedores também usam o serviço para mandar o recado deles. Enfim, a Feira de Caruaru é uma beleza", garante dona Maria Stela.

MAIS INFORMAÇÕES
Administração do Setor de Feiras e Mercados de Caruaru: (81) 3701.1524; Rádio Park: (81) 3725.0888 e (81) 9981.1200

DURA ROTINA
"Sulanqueiros" viram a madrugada

Caruaru (PE). "É uma rotina pesada. Acordo às cinco horas da manhã e fico no batente durante todo o dia, às vezes, até por volta das 22 horas. Muda um pouco quando é dia de feira. Aí é pior. Não durmo de segunda para terça-feira", relata Luciene do Nascimento Cesário, uma das mais conhecidas "sulanqueiras" de Caruaru.

"O sufoco não termina aí, não. A gente tem que pegar o carroceiro e esperar que abra a banca. Meio-dia, fechamos e já vamos para a loja comprar o tecido para reiniciar a produção com vistas à próxima semana. Em relação à clientela, o pessoal de Caruaru é minoria. A maior parte vem de fora, de Municípios vizinhos ou de outros Estados. Eles adquirem nossa mercadoria e revendem em suas cidades", explica a "sulanqueira".

Preço camarada
Há 15 anos, Luciene, que é separada, trabalha na feira. Sustenta a família - um filho de 19 anos e uma filha de 21 - com o que ganha na Sulanca. "O segredo é que aqui tudo é barato. A gente faz cada peça para ganhar apenas R$ 2,00. Com isso, temos sempre uma demanda garantida. Se aumentássemos a margem de lucro, perderíamos com a diminuição da procura por parte da clientela". Luciene é responsável por toda a produção. "Quando não estou aqui, estou costurando em casa".

Todo esse esforço não é em vão. Por mês, conforme a comerciante, é possível se apurar até R$ 5 mil. "É uma boa quantia, que dá para a gente viver com dignidade. Porém, é bom ressaltar que nem sempre o apurado é esse. Às vezes, o movimento cai um pouco, mas dá para ir levando", observa Luciene.

Apesar do ganho, a "sulanqueira", reclama da organização do evento. "O maior problema que encontramos é o do horário de abertura, por volta das quatro horas. A gente não pode entrar antes, nem os clientes. O resultado é que muitos buscam outras feiras que acontecem em cidades vizinhas. Espero que, com as mudanças que estão sendo anunciadas, essa questão seja resolvida de vez", observa Luciene.

Estrutura

No Parque 18 de Maio existem, além dos boxes convencionais, de alvenaria, os chamados bancos - correspondente às barracas utilizadas nas feiras-livres de Fortaleza -, que são desmontáveis. Para se ter uma ideia do que é a Feira de Caruaru, só a feira livre conta com 1.916 bancos. A de mercado de carnes, 315 boxes; de farinha, 136 boxes; de ferragens, 208 bancos; de massas, 156 bancos; de flores, 56 bancos de madeira e de cereais, 243 boxes. (FM)

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