quarta-feira, 22 de julho de 2009

EMILIANO QUEIROZ - UM NOME IMPORTANTE QUE VEIO DO RÁDIO


Emiliano Queiroz


Emiliano de Guimarães Queiroz nasceu no dia 1º de janeiro de 1938 em Aracati, uma pequena aldeia do litoral cearense, onde passou sua infância e adolescência. Seu pai era ourives e sua mãe, professora primária. Começou a participar de pequenos espetáculos teatrais na escola, por volta dos seis anos de idade. Aos 14, trabalhava como ator na Rádio Clube e integrava um grupo de teatro experimental dirigido por B. de Paiva.

Aos 17 anos, deixou o Ceará, de carona num caminhão e foi para a cidade de São Paulo, que só conhecia através de revistas e filmes da Vera Cruz. Lá trabalhou como datilógrafo, comissário de bordo, fazendo pontas em filmes e participando de shows em boates. Três anos mais tarde, aceitou o convite de Péricles Leal e voltou para Fortaleza para a inauguração da primeira emissora de televisão local, onde trabalhou por dois anos como ator, humorista, apresentador de programas, produtor, cenógrafo e contra-regra.

No início dos anos 1960, retornou a São Paulo para trabalhar em teatro, entrou para a EAD, Escola de Arte Dramática. Estudou com Eugênio Kusnet, uma dos mais renomados professores de teatro do Brasil, e trabalhou com Maria Della Costa em uma montagem de Depois da queda, de Arthur Miller. Na mesma época, foi convidado para participar da novela Eu amo esse homem, produzida pela TV Paulista, em 1964. Quando a emissora foi comprada pela TV Globo, a produção da novela foi cancelada e Emiliano Queiroz, assim como outros atores e técnicos, foi contratado para trabalhar na TV Globo no Rio de Janeiro.

Da primeira fase da teledramaturgia da emissora, o ator participou de quase todas as novelas, em geral escritas pela autora cubana Glória Magadan. Fez sucesso no papel do vilão nazista Hans Stauben na novela O sheik de Agadir, em 1966. No ano seguinte, a convite de Glória Magadan, o ator assumiu a tarefa de escrever Anastácia, a mulher sem destino, adaptação do folhetim francês A touti negra do moinho, ambientada na Rússia, no início do século. Sem experiência prévia como escritor de novelas, acabou tendo problemas para dar conta do número excessivo de personagens e controlar a narrativa da trama. Foi, então, substituído pela dramaturga Janete Clair, que para diminuir o elenco e alterar radicalmente os rumos da novela, escreveu um capítulo em que mais da metade dos personagens era eliminado por um terremoto.

Em 1970, ao participar da novela Irmãos Coragem, escrita por Janete Clair, Emiliano Queiroz compôs o personagem antológico Juca Cipó, que alcançou uma grande popularidade, inclusive junto ao público infantil. Participou ainda de O homem que deve morrer, em 1971, e Selva de pedra, em 1972. No ano seguinte, o ator integrou o elenco de O bem-amado, primeira novela a cores da televisão brasileira, escrita por Dias Gomes e dirigida por Régis Cardoso. Seu personagem, Dirceu Borboleta, deixou uma marca considerável em sua trajetória e entrou para a galeria dos personagens inesquecíveis da televisão brasileira, com seu jeito nervoso de mexer com as mãos e com os joelhos, e sua gagueira compulsiva. Dirceu Borboleta acompanhou Emiliano Queiroz muito além da exibição da novela. Entre 1980 e 1984, o ator retomou o personagem no seriado O bem-amado e, a partir de 1994, no humorístico Escolinha do professor Raimundo.

Durante todos esses anos, Emiliano Queiroz participou de várias outras novelas. Entre elas, Pecado capital (1975), Estúpido cupido (1976), Maria, Maria (1978), Pai herói (1979), Cambalacho (1986), Sexo dos anjos (1989), Barriga de aluguel (1990), Deus nos acuda (1992) e Era uma vez... (1998), As filhas da mãe (2001) Começar de novo (2004), Senhora do destino (2004) e Alma gêmea (2005). O ator teve também significativas participações nas minisséries Tenda dos milagres (1985), Abolição (1988) Tereza Batista (1992), Chiquinha Gonzaga (1999) Um só coração (2004), Hoje é dia de Maria (2005) e Carandiru, outras histórias (2005). Em 2007, interpertou o padre Agnaldo na novela Eterna magia, de Elizabeth Jhin.

Seus personagens no cinema e no teatro lhe renderam críticas bastante elogiosas, considerável reconhecimento de público e alguns prêmios importantes. Ganhou, por exemplo, o Kikito de Ouro no festival de Gramado, como melhor ator coadjuvante por uma participação de três minutos no filme Stelinha (1990), de Miguel Faria Jr. Entre os seus trabalhos no cinema destacam-se: A extorsão (1975), de Flávio Tambellini, O Xangô de Baker Street, de Miguel Faria Jr. (2001), Madame Satã (2002), de Karim Ainouz, e Casa de areia (2005), de Andrucha Waddington. Também atuou em Mulheres do Brasil (2006), de Malu de Martino, e Xuxa - Gêmeas (2006), de Jorge Fernando.

No teatro, destacam-se personagens como o Veludo da peça Navalha na carne (1969), de Plínio Marcos, o Tonho de Dois perdidos numa noite suja (1971), também de Plínio Marcos, o Dr. Martin da peça Equus, de Peter Shafer, e sua antológica composição de Geni na Ópera do malandro, de Chico Buarque de Hollanda.


Retirado do site http://www.memoriaglobo.com.br/


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