sábado, 9 de maio de 2009

um pouco de história das comunicações...

Primeiro merchandising da telenovela brasileira
Segundo o jornalista e publicitário Hélio Kaltman (Revista de Comunicação, ano 3, nº 9, 1987, pg. 23), o primeiro merchandising nas novelas ocorreu em O Semideus, no ar em 1978/1979, cuja trama girava em torno de Hugo, estrelado por Tarcísio Meira, que se acidentava na explosão de uma lancha. Milhões de espectadores especulavam: Hugo morreu, Hugo está vivo, Hugo ficou deformado com a explosão. Na época, Kaltman trabalhava na agência Caio Domingues e Associados, que detinha a conta do Banco Halles (anos depois fechado pelo Banco Central). A produção da novela foi até a agência e propôs a gravação de uma cena na qual o personagem de Tarcísio Meira reaparecia com o rosto deformado por queimaduras, para trocar um cheque no Banco Halles. A agência aceitou, com a condição de que fosse colocado um cartaz do Halles para captação de fundos de investimento. A produção da novela global confirmou, se fosse pago uma quantia pela inseção do cartaz. Tudo acertado, conta Kaltman:
"O diretor, Walter Avancini, preocupado com detalhes, não admitiu ser interrompido por estranhos como nós. Tivemos de explicar a um câmera que o enquadramento do cartaz de propaganda do Halles estava pago e se tratava de um negócio entre o cliente, a agência e a emissora. [...] Avancini foi para dentro do caminhão de externas e a cena começou a ser gravada até que um grito estalou nos microfones: - 'Tira esse negócio daí!'
Depois de muito impasse, a equipe da agência de propaganda foi conduzida ao interior do caminhão de externas. " Ninguém me avisou nada dessa história de aparecer cartaz", disse Avancini. Novas discussões, até que o diretor da novela concordou. Diz Kaltman: "Hugo reapareceu na novela, gloriosamente, com um cartaz do Halles fazendo um fundo não muito discreto".
Sucesso mesmo fez o jornalzinho do banco, ao desvendar em primeira mão o grande mistério da novela.

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