quinta-feira, 15 de abril de 2010
COBERTURA DA TV NA III EXPOSIÇÃO TEMÁTICA SOBRE O RÁDIO
TV FORTALEZA DA CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA NA NOSSA EXPOSIÇÃO - O TEMA É INTERESSANTE E CAUSA REPERCUSSÃO.
JUSTIFICATIVA DA EXPOSIÇÃO TEMÁTICA SOBRE O RÁDIO
O rádio é um meio de comunicação de grande importância na sociedade, seu imediatismo, sua versatilidade e sua facilidade de obtenção fazem com que todo cidadão possa desfrutar de seus benefícios e contar sempre com a notícia, a solidariedade, o divertimento sadio e outras características positivas que podem ser obtidas através deste que tem história e respeito pelos que dele desfrutam.
O rádio tem que ser valorizado e respeitado por todos que são direta ou indiretamente envolvidos com sua programação e com sua emissão na luta incessante pelas melhorias de qualidade de programas e participação de ouvintes, na certeza de que os que fazem o rádio e os seus usuários contribuam para uma construção plena de um processo de comunicação séria, verdadeira e, sobretudo, cidadã.
A luta por uma programação de rádio de qualidade deve ser uma bandeira levantada pela sociedade para que tenhamos sempre uma comunicação voltada para a valorização do povo e de seus anseios mais urgentes. O povo merece uma programação de rádio pautada no fortalecimento da cidadania e na valorização de todos os que estão envolvidos na construção de um meio de comunicação que sempre fará parte do cotidiano de nosso povo.
A EXPOSIÇÃO TEMÁTICA SOBRE O RÁDIO tem como missão mostrar a importância do Rádio como um importante meio de comunicação, que através da sua história, desempenha um papel fundamental na construção da sociedade.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
uma informação sobre radionovelas
Peguem os lencinhos,
sentem-se e chorem
Fabiana Amaral
sentem-se e chorem
Fabiana Amaral

Foi assim que começou a história da radionovela no Brasil, na Rádio Nacional, em junho de 1941. Dramas já vinham sendo testados no poderoso veículo. Mas em forma de teatro, com poucos capítulos e bem curtos, a moda trazida de Cuba virou logo uma febre nacional.
O rádio ainda não era bem explorado comercialmente e a maioria de suas transmissões era dirigida ao público masculino. Foi essa a grande sacada das novelas que, na verdade, tiveram seu início com os folhetins publicados no rodapé dos jornais a partir de 1836.
Nos Estados Unidos (para variar, o tio Sam) começou-se a enxergar um filão de mercado no público. Isso lá pelos anos 30. Eram montados melodramas que faziam a mulherada se debulhar em lágrimas com histórias da carochinha. Mas ninguém dava importância para a irrealidade dos contos. A grande sacada era que, totalmente entretidas pelos dramas das personagens, o novo público-alvo, mulheres, na sua maioria donas-de-casa, absorvia tudo que lhes era despejado.
As propagandas inseridas nos dramalhões eram constantes e a indústria de sabonetes e perfumes fazia a festa com o potencial consumista até então desconhecido. Esses programas ficaram conhecidos como "soap opera" (ópera de sabão), por causa dos patrocinadores.
Mas vocação para dramalhões tragicômicos não tem outra origem que não a latina. Foi em Cuba e outras localidades de língua hispânica que o gênero se alastrou e arraigou feito câncer. E eram dessas localidades as peças consumidas pelas "senhoras e senhoritas" do Brasil.
Por aqui, as radionovelas eram disseminadas pela agência publicitária Standard Propaganda, que detinha a conta da Colgate-Palmolive. Vendo que os ianques se deram bem com a façanha inseriam com sucesso a mesma fórmula por aqui, nos horários matutinos e vespertinos, desprezados pelos comerciantes, mas comprovadamente rico em audiência feminina.
Radiomachismo
Uma nova tendência era percebida no comportamento social. A mulher agora era tida como mercado, mas sua condição não era nem um pouco exaltada. Os dramas retratavam o machismo social - não tão distante -, com histórias ressaltando o compromisso com o lar, a subserviência ao marido e as conseqüências de não ser uma boa esposa. Afinal, era dela a culpa das puladas de cerca do marido e "ai" se reclamasse.
Quanto mais fantasioso o enredo, mais lágrimas, mais comoção, mais alienação e mais dinheiro para os patrocinadores. Todavia, o público masculino começou a dar um pouco mais de atenção ao programa das senhoras. E para agradar também a esse público o jeito foi jogar um pouco mais de realidade nas tramas, e ainda assim não perder o ar "a la" México. Característica fundamental.
Nessa onda de sucessos estrondosos, destacou-se O Direito de Nascer, do cubano Félix Cagnet. Ele sabia que essa fórmula com sonhos, anseios e fantasias vendia muito, daí a necessidade de fazer chorar. E as lágrimas rolaram quando Maria Helena, disse ao doutor a clássica frase:
O rádio ainda não era bem explorado comercialmente e a maioria de suas transmissões era dirigida ao público masculino. Foi essa a grande sacada das novelas que, na verdade, tiveram seu início com os folhetins publicados no rodapé dos jornais a partir de 1836.
Nos Estados Unidos (para variar, o tio Sam) começou-se a enxergar um filão de mercado no público. Isso lá pelos anos 30. Eram montados melodramas que faziam a mulherada se debulhar em lágrimas com histórias da carochinha. Mas ninguém dava importância para a irrealidade dos contos. A grande sacada era que, totalmente entretidas pelos dramas das personagens, o novo público-alvo, mulheres, na sua maioria donas-de-casa, absorvia tudo que lhes era despejado.
As propagandas inseridas nos dramalhões eram constantes e a indústria de sabonetes e perfumes fazia a festa com o potencial consumista até então desconhecido. Esses programas ficaram conhecidos como "soap opera" (ópera de sabão), por causa dos patrocinadores.
Mas vocação para dramalhões tragicômicos não tem outra origem que não a latina. Foi em Cuba e outras localidades de língua hispânica que o gênero se alastrou e arraigou feito câncer. E eram dessas localidades as peças consumidas pelas "senhoras e senhoritas" do Brasil.
Por aqui, as radionovelas eram disseminadas pela agência publicitária Standard Propaganda, que detinha a conta da Colgate-Palmolive. Vendo que os ianques se deram bem com a façanha inseriam com sucesso a mesma fórmula por aqui, nos horários matutinos e vespertinos, desprezados pelos comerciantes, mas comprovadamente rico em audiência feminina.
Radiomachismo
Uma nova tendência era percebida no comportamento social. A mulher agora era tida como mercado, mas sua condição não era nem um pouco exaltada. Os dramas retratavam o machismo social - não tão distante -, com histórias ressaltando o compromisso com o lar, a subserviência ao marido e as conseqüências de não ser uma boa esposa. Afinal, era dela a culpa das puladas de cerca do marido e "ai" se reclamasse.
Quanto mais fantasioso o enredo, mais lágrimas, mais comoção, mais alienação e mais dinheiro para os patrocinadores. Todavia, o público masculino começou a dar um pouco mais de atenção ao programa das senhoras. E para agradar também a esse público o jeito foi jogar um pouco mais de realidade nas tramas, e ainda assim não perder o ar "a la" México. Característica fundamental.
Nessa onda de sucessos estrondosos, destacou-se O Direito de Nascer, do cubano Félix Cagnet. Ele sabia que essa fórmula com sonhos, anseios e fantasias vendia muito, daí a necessidade de fazer chorar. E as lágrimas rolaram quando Maria Helena, disse ao doutor a clássica frase:
"Doutor, não posso ter este filho que vai nascer" (seguidos dos Oh! Ah!).
Mas nasceu, virou comoção nacional e foi visto, depois, na TV.
Embora o sucesso fosse grande e a massificação irremediável, demorou para a radionovela se tornar diária. Isso só aconteceu na década de 1960, com o advento da telenovela. E apesar de ser avidamente consumida no Brasil, as produções radiofônicas eram veiculadas duas vezes por semana, num tempo de 20 minutos, aproximadamente. Pouco até, para o estrago que faziam.
Em trabalho acadêmico, Antonio de Andrade, professor de Comunicação Social na Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), cita o sociólogo Orlando Miranda, que dá uma idéia do que era o rádio em seu apogeu. Ele afirma que "o impacto do rádio sobre a sociedade brasileira a partir de meados da década de 30 foi muito mais profundo do que a televisão viria a produzir 30 anos depois". Para isso, as radionovelas foram fundamentais.
A moda se propagou e não só a Rádio Nacional detinha a guarda da criança. Todas começaram a produzir suas novelas, que alçavam à fama seus radioatores. Mas com a massificação da tevê, que teve sua primeira novela em 1951, as coisas pelo rádio começam a cambalear e o declínio pôde ser visto a partir da década de 1960, para culminar com o fim da radionovela em 1973. Isso oficialmente, pois com a facilidade e o baixo custo de produção, o gênero pode ser observado em várias regiões brasileiras. Principalmente no Norte e Nordeste. Sendo uma alternativa às caras produções televisivas.
Que o gênero novelístico seja classificado como cultura e lisonjeado pelas rodas intelectuais e artísticas tudo bem, mas conhecendo a origem mais popular que se intensificou no rádio chega a se fazer necessária uma reflexão sobre as novelas atuais. Para tanto basta lembrar com que objetivo começaram: incitar o consumismo. Senhoras, senhoritas e senhores, peguem os lenços e chorem.
Embora o sucesso fosse grande e a massificação irremediável, demorou para a radionovela se tornar diária. Isso só aconteceu na década de 1960, com o advento da telenovela. E apesar de ser avidamente consumida no Brasil, as produções radiofônicas eram veiculadas duas vezes por semana, num tempo de 20 minutos, aproximadamente. Pouco até, para o estrago que faziam.
Em trabalho acadêmico, Antonio de Andrade, professor de Comunicação Social na Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), cita o sociólogo Orlando Miranda, que dá uma idéia do que era o rádio em seu apogeu. Ele afirma que "o impacto do rádio sobre a sociedade brasileira a partir de meados da década de 30 foi muito mais profundo do que a televisão viria a produzir 30 anos depois". Para isso, as radionovelas foram fundamentais.
A moda se propagou e não só a Rádio Nacional detinha a guarda da criança. Todas começaram a produzir suas novelas, que alçavam à fama seus radioatores. Mas com a massificação da tevê, que teve sua primeira novela em 1951, as coisas pelo rádio começam a cambalear e o declínio pôde ser visto a partir da década de 1960, para culminar com o fim da radionovela em 1973. Isso oficialmente, pois com a facilidade e o baixo custo de produção, o gênero pode ser observado em várias regiões brasileiras. Principalmente no Norte e Nordeste. Sendo uma alternativa às caras produções televisivas.
Que o gênero novelístico seja classificado como cultura e lisonjeado pelas rodas intelectuais e artísticas tudo bem, mas conhecendo a origem mais popular que se intensificou no rádio chega a se fazer necessária uma reflexão sobre as novelas atuais. Para tanto basta lembrar com que objetivo começaram: incitar o consumismo. Senhoras, senhoritas e senhores, peguem os lenços e chorem.
Retirado do site www.canaldaimprensa.com.br
terça-feira, 13 de abril de 2010
JORNALISTA E RADIALISTA PAULO TADEU VISITA A EXPOSIÇÃO TEMÁTICA SOBRE O RÁDIO
JORNALISTA E RADIALISTA PAULO TADEU VISITA A III EXPOSIÇÃO TEMÁTICA SOBRE O RÁDIO
BREVE CURRÍCULO DO GRANDE RADIALISTA E JORNALISTA
Paulo Tadeu Sampaio de Oliveira, Jornalista e radialista é irmão do também radialista LOY FILHO. Começou na rádio Iracema de Fortaleza na década de 70, trabalhou também na Ceará Rádio Clube, FM Tropical e atualmente atua com o radialista Cid Carvalho na Rádio Cidade AM. Professor Universitário e Ouvidor Geral da UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ. Estimula o carnaval cearense sendo fundador do Maracatu Vozes da África ( 1980) e Nação Iracema ( 2002). A convite de Blanchard Girão , Paulo Tadeu escreveu o capítulo sobre radioteatro no Livro "SÓ AS ARMAS CALARAM A DRAGÃO" que conta a vibrante trajetória da Rádio Dragão do Mar de Fortaleza.
Uma Frase de Paulo Tadeu : " SÓ O SHALOM CALOU A DRAGÃO"
PROFESSORA ADÍSIA SÁ HOMENAGEADA NOS DEBATES DO POV
Por ocasião do programa debates do povo especial sobre o rádio a Professora Adísia Sá foi homenageada pela sua luta e ação no rádio cearense. Veja na foto abaixo a homenagem do Programa DEBATES DO POVO.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
III EXPOSIÇÃO TEMÁTICA SOBRE O RÁDIO - SHOPPING BENFICA
PRIMEIRO DIA DA III EXPOSIÇÃO TEMÁTICA SOBRE RÁDIO COM PRESENÇA DA RADIALISTA TEREZINHA DE JESUS - 12 DE abril de 2010
uma leitura para conhecimento histórico
O PRIMEIRO APARELHO DE RÁDIO
Como o tempo voa! Parece que foi ontem...E, no entanto , o 1922 já vai ficando distante.E 16 anos são passados na ampulheta inexorável.
Foi naquele centenário da Independência, comemorado país afora com tantas festas deslumbrantes, que Fortaleza veio a possuir o primeiro aparelho radiorreceptor.
Sua construção deve – se à habilidade curiosa do radio – amador cearense Clóvis Meton de Alencar.
Corria o mês de outubro. De volta do Rio, onde fora assistir aos festejos retumbantes ali realizados, e onde tivera ensejo de assistir ao funcionamento de uma aparelho de rádio, na residência do então ministro Francisco Sá, o engenhoso cearense meteu – se de corpo e alma na empresa árdua de fabricar coisa idêntica.
Naquela ocasião , os receptores existentes na capital da república eram em número diminuto.
Para consecução do seu desejo , lutou com várias dificuldades, principalmente com a falta de material adequado. Ainda no Rio tratou de munir – se do necessário.
Percorreu inutilmente várias casa comerciais cariocas e grande foi sua desilusão a verificar que não existia permissão para a venda de tal material.
Por informação de uma amigo, soube que a companhia West Electric, com estação experimental instalada no alto do Corcovado, a fim de funcionar durante a exposição centenária, tinha distribuído , a título de propaganda , no recinto da feira comemorativa, algumas lâmpadas receptoras(válvulas) 216 – A , fabricadas por aquela empresa.
Com não pequenos embaraços, comprou uma dessas lâmpadas pela importância de 150$000.. Foi esse todo material que obteve para o seu receptor , o qual trouxe para Fortaleza, onde desembarcou a 25 de setembro.
Logo no dia seguinte deu início aos seus trabalhos , vindo a montar o receptor num simples pedaço de madeira medindo trinta centímetros de cumprimento, tendo vinte e cinco de altura.
Os elementos componentes, tais como soquete , condensadores variáveis e fixos , resistência, bobinas e baterias, afora a lâmpada adquirida na capital do País, foram confeccionados por ele próprio.
O aparelho assim armado, apesar de nada ter de artístico , passou a funcionar satisfatoriamente.
E naquele 4 de outubro, com um grupo de amigos, Clóvis conseguiu , a tantas horas da noite, ouvir, com perfeita nitidez uma audição irradiada do Rio pela estação, então em experiência no Corcovado, que era a Rádio Clube do Brasil.
Foi grande a satisfação que sentiram todos, principalmente Clóvis Meton, que era a primeira pessoa que tinha ouvido radiotelefonia, não só em Fortaleza com também em todo Norte do Brasil.
Na opinião dos técnicos , a esse tempo, as transmissões radiofônicas pelas grandes estações de então tinham um alcance compreendendo de 5000 a 10 000 metros .
Assim, quando Clovis disse a alguns amigos que estava construindo um receptor para captar as irradiações da Europa, eles levaram – no na troça, pois não podiam compreender que um aparelho tão rudimentar pudesse ouvir a uma tal distância. No entanto, graças à sua tenacidade e à sua habilidade , conseguiu o almejado desiderato, sendo esse aparelho de rádio construído exclusivamente devido ao seu próprio esforço.
O mestre que o encaminhou na organização desse receptor , foi um brochura francesa de Conste, que ensinava a construção de um aparelho regenerativo para ouvir , em Paris, as irradiações da Torre Eiffel.
Do primitivo aparelho de Clóvis Meton, hoje nada mais resta senão os condensadores e as bobinas.
E foi esse o primeiro radiorreceptor que apareceu, na capital cearense , naquele 1922, que já vai ficando longe...
Texto retirado do Livro COISAS QUE O TEMPO LEVOU(RAIMUNDO DE MENEZES) – CRÔNICAS HISTÓRICAS DA FORTALEZA – FORTALEZA, EDIÇÕES DEMÓCRITO ROCHA, FORTALEZA, 2006
Assinar:
Postagens (Atom)