segunda-feira, 2 de abril de 2012

MAIS UMA VEZ A IMPORTÂNCIA DO RÁDIO - E TEM GENTE QUE NÃO VALORIZA....

Rádios argentinas fazem maratona de 30 horas pelas Malvinas
01 de abril de 2012  17h40  atualizado às 19h51

No estúdio da  FM de las Américas , um mapa das Ilhas Malvinas; no canto, à esquerda, o radialista Luis Allegrini Brignol. Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
No estúdio da FM de las Américas, um mapa das Ilhas Malvinas; no canto, à esquerda, o radialista Luis Allegrini Brignol
Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

ANA ÁVILA
Direto de Buenos Aires
"Uma verdadeira maratona". É assim que o radialista argentino Luis Allegrini Brignoli, diretor da rádio FM de las Américas, classifica as 30 horas de programação ininterruptas que uma série de emissoras transmite no aniversário da Guerra das Malvinas. Na edição do último ano, mais de 400 rádios, inclusive internacionais, se juntaram à FM de Las Américas para levar ao ar uma programação especial dedicada às Malvinas. Este ano, a programação começa às 18h deste domingo e só chega ao fim à 0h da próxima terça-feira.
Entre os entrevistados célebres, que há anos participam das transmissões, está Mario Benjamin Menédez, governador militar das ilhas à época da guerra e responsável por liderar as tropas argentinas até assinar a rendição para os britânicos. O ex-general, que hoje tem 81 anos, perdeu o cargo militar um mês após o fim da guerra e, em outubro de 1983, foi preso pelo exército argentino e enviado a uma base, onde recebeu detenção disciplinar por 60 dias.
Durante a maratona radiofônica, San Andrés de Giles e Bahia Blanca se tornam, por 30 horas, as bases de onde Brignoli e seus colegas se mantêm conectados, entrevistando veteranos e transmitindo as cerimônias por todo o país. De todos os eventos, a vigília de San Andrés de Giles (na Província de Buenos Aires) é uma das mais tradicionais.
O radialista argentino considera que a transmissão é uma maneira de impedir que a guerra e seus soldados sejam esquecidos. "Faz muito bem aos combatentes e a seus familiares. Ao menos, não se sentem abandonados, e é também uma maneira de manter viva a chama das Malvinas", diz.
Brignoli defende com entusiasmo os veteranos da guerra e tenta manter a população interessada na história do conflito, mas isso não o faz acreditar em um novo enfrentamento. Para ele, nem que quisesse a Argentina teria condições de entrar numa nova batalha com o Reino Unido. "Uma coisa que me pergunto é com que Forças Armadas? Não temos. Destruíram a Defesa. Me emociono quando vejo Brasil, Chile ou outros países cuidando de suas Forças Armadas. Aqui é o contrário", diz ele.
Apesar de testemunhos como o do radialista, que não acredita num confronto armado por levar em conta o suposto despreparo da Defesa argentina, nos últimos meses, o governo tem aproveitado qualquer oportunidade para deixar claro seu descontentamento com a soberania britânica nas Malvinas. O chanceler argentino, Héctor Timerman, chegou a declarar que o país tomará ações legais contra companhias que se envolvam na exploração de petróleo na região.
Fonte: www.terra.com.br

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