sexta-feira, 26 de junho de 2009

UM TEXTO EQUILIBRADO SOBRE A QUESTÃO DO DIPLOMA DE JORNALISTA.


Pessimismo não adianta

Á primeira vista foi como se uma bomba tivesse caído sobre nossas cabeças: de todos os cantos do país as lamentações, as lamúrias, os protestos, os choros, as velas.“Não, não é possível. Acabaram com as escolas de Jornalismo. Adeus profissão.”
Notas correram de ponta a ponta do País, cada uma mais chorosa, cheia de dores e desalento.Houve até, infelizmente, quem alimentasse esse estado de coisas. Poucas vozes serenas e lúcidas saíram na Imprensa. O que vinha de todos os cantos era a mesma coisa: “vamos às ruas”.
Sim, vamos às ruas contar a história do Decreto Lei 972/69 e criar mecanismos de refazer o caminho esburacado pelo ministro Gilmar Mendes, do STF. Dizer que nunca o Decreto que regulamentava a profissão de jornalistas, mesmo em vigência, foi respeitado, não apenas pelas empresas jornalísticas, como pelas autoridades, que não o fizeram cumprir. Dizer que havia como que um conluio entre empresas e autoridades para desrespeitar o DL. Dizer inclusive que os Sindicatos, por mais que denunciassem o exercício ilegal da profissão – considerando o DL mencionado – nunca foram levados às últimas consequências .
Sindicatos, como o do Ceará, tornavam públicos os nomes daqueles que, sem a cobertura legal para a atividade, estavam nas redações: era a única forma de pressão considerada. Tão considerada que aqui no Ceará alguns daqueles que exerciam indevidamente a profissão, ingressaram nos cursos de Jornalismo e dali saíram com o seu diploma, instrumento legal para o exercício da profissão. Muitos desses jovens, hoje, ostentam com orgulho o seu diploma e, mais do que, agradecem ao sindicato a pressão exercida, sem a qual jamais se graduariam em nível superior.
Mas, se a luta isolada deu frutos, sem a cobertura das autoridades os passos seriam, como foram, curtos e limitados. O empresariado, repito, não considerava o DL 972/69.... as autoridades não o faziam cumprir... só os sindicatos lutavam por sua vigência.Agora não existe mais o Decreto Lei. Mas algo não desaparece, não morre: o respeito à luta histórica da categoria em busca da regulamentação e da formação em nível superior da profissão.
Os Sindicatos , juntos à Federação Nacional dos Jornalistas, continuam em defesa disto que beneficia, acima de tudo, a Imprensa brasileira ou seja, movimentando-a com mão de obra de qualidade, saída das escolas de Jornalismo. Não há mais tempo para improvisação. Não há mais tempo para criar “cursinhos” em redações: a Imprensa luta contra forças poderosas e que estão à sua espreita: rádio,televisão, Internet. Não será o número expressivo de jornais que engrandecerá e garantirá espaço à Imprensa e sim a qualidade de seu produto. E isto só será possível com escolas de alta qualificação formando os quadros necessários ao momento.
Adísia SáJornalista


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