terça-feira, 19 de maio de 2009

uma luz no fim do túnel

Rádio: S.O.S
Quando professora de Jornalismo, da UFC, desestimulei meus alunos de ingressar em rádio, para mim, então, um mero “vitrolão”. ...A profissão me levou ao microfone e com ele estou há quase 25 anos. Encontrei-me no rádio e a ele devo, sem dúvida, parcela ponderável de minha popularidade. Ainda hoje estou nele e dele tiro parte de meu sustento, como comentarista diária , sem falar na imensa satisfação que ele dá. Sou uma apaixonada pelo rádio. Percorro emissoras locais da madrugada ao anoitecer. Infelizmente, nem sempre o prazer de ouvir noticiários e música se completa com os ocupam os microfones. Se não temos mais o vitrolão de antigamente, sobram incompetência e despreparo, principalmente no improviso e nos debates. Há honrosas e preciosas exceções, onde ao talento se casa a um humor sadio, descontraído, mesclando alegria com informações . Em compensação, o descompasso entre jornalismo e baixaria é imenso e poucos se dão conta disto. Quando falo em poucos, estou me referindo aos empresários/donos das emissoras, aos diretores de programação e produção. Creio que não seja feita uma triagem entre os não qualificados e os autênticos profissionais, entre os alfabetizados e os que “alugam” o horário. Programas marcados por piadas chulas, sons pornográficos, notícias pinçadas de revistas de baixa qualidade informativa e moral . Estou falando, também, em “programas” que defendem clubes esportivos , políticos, amigos... Há aqueles (“programas”?) onde os “apresentadores” e convidados se atropelam, falando(?) várias pessoas ao mesmo tempo, tornando inaudíveis as suas palavras , quase sempre de conteudo duvidoso. Acredito que a Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão deva estar atenta ao que se passa nas nossas emissoras e se prepara para uma tomada de posição de “basta”.Acredito, também, que as direções das emissoras sabem, ouvem e recebem denúncias sobre o que “profissionais” estão fazendo de e nos seus microfones, como estou certa de que o índice de audiência esteja caindo. Afinal, rádio é outra coisa. Adísia Sá - Jornalista
adisia@opovo.com.br

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