domingo, 31 de maio de 2009

UMA LEITURA PARA REFLEXÃO


Profissionais de comunicação

Adísia Sá


30 Mai 2009 -


O Ceará, através da Agência da Boa Notícia, provoca e estimula articulistas a se pronunciar sobre o que deveria ser “uma verdadeira formação humanística do profissional de comunicação.” Vem em boa e oportuna hora essa iniciativa da Agência. E por uma razão muito simples: o País discute o tema em todos os seus quadrantes, não apenas nas faculdades e escolas de comunicação, como nos encontros promovidos pelo Ministério da Educação e entidades classistas. Não ficam fora desse momento administradores e proprietários de jornais. O MEC está realizando simpósios e audiências públicas sobre “diretrizes curriculares dos cursos de Jornalismo,” em capitais brasileiras e em entidades classistas. A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) mantém grupos elaborando sugestões para o Ministério. Para aprofundar o assunto, a Associação Brasileira de Pesquisa em Jornalismo também criou um grupo de trabalho, sem se falar em simpósios acontecidos em São Paulo , Belo Horizonte. “Para comemorar os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, faculdades e entidades classistas, em São Paulo, organizam o evento “Cidadania e formação do jornalista,” com o objetivo de fornecer subsídios à organização curricular das escolas e ao debate sobre a necessidade do diploma para essa área profissional.”(Paulo Roberto Botão) Eis a questão objeto da provocação da Agência. E, com ênfase, o ponto levantado pela Fenaj: “a necessidade do diploma para essa área profissional,” consubstanciada na obrigatoriedade do diploma para o exercício profissional de jornalista. O que vamos lecionar? Eis uma pergunta importante sim, mas, sem se saber se vamos lecionar , vã é a questão. Com isto não estou insinuando que suspendamos as discussões em torno do desejável currículo, não, mas apontando que vivemos concomitantemente a luta pela manutenção da exigência do diploma para o exercício profissional. Considero de suma importância comentários e encontros para discussão de propostas curriculares , porque demonstram a convicção que temos na preservação da essência do DL 973/68, em termos da formação específica do jornalista (lato senso). Sobre o tema, o jornalista Caio Túlio Costa foi feliz quando declarou que é “fundamental que o ensino de jornalismo acompanhe essas transformações (da sociedade... da atividade) , o que não significa privilegiar apenas a formação multimídia, mas uma sólida formação humanística e ética.” Acredito na rica variedade de abordagem do tema por outros articulistas e enfatizo: discussões sobre diretrizes curriculares voltadas para a cidadania e a ética profissional sim, mas jamais divorciadas da luta maior: a exigência do diploma. Sem isso, vã é a nossa luta. ADÍSIA SÁ - Jornalista adisia@opovo.com.br

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