domingo, 3 de maio de 2009

PAPEL DO RÁDIO - IMPORTANTE


Iniciativa mobiliza população de Itapiúna (CE) para cobrar políticas públicas

Adital - A falta de apoio do poder público tem marcado a história de pouco mais de 50 anos de Itapiúna, cidade encravada no Maciço de Baturité, a 120 quilômetros de Fortaleza, no Ceará. Assim como acontece na maioria dos pequenos municípios brasileiros, os cerca de 20 mil habitantes se mantêm basicamente do serviço público municipal e da renda de aposentadorias e pensões.
O processo de desmobilização social, mais presente na última década, tem tornado mais agudos os problemas da cidade. "O grande trabalho social nessas áreas, sob influência do trabalho pastoral e de pessoas mobilizadas junto à Igreja Católica, ficou inoperante durante os anos 1990 e seguintes", testemunha o professor José Jurandir de Sousa, presidente da Associação de Radiodifusão Comunitária Planalto de Itapiúna (Arcopi).

Esse quadro motivou um grupo de comunicadores, professores e profissionais liberais, articulado pela Arcopi, a pensar ações conjuntas para "reaprender a andar", nos dizeres do professor cearense. A mobilização envolveu sindicatos rurais, associações comunitárias e organizações não-governamentais.

O debate fluiu e desaguou no projeto "A Cidadania Bate à sua Porta - Programa de Radiodifusão Comunitária", que recebeu apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) em 2007.

O projeto é estruturado em cinco eixos temáticos: moradia, saúde, segurança, trabalho e renda e protagonismo juvenil. "As demandas são permanentes e comuns. Como em quase todo lugar, as administrações [de Itapiúna] não têm projetos sustentáveis", critica o professor.

Segundo Jurandir de Sousa, a tarefa, iniciada em junho de 2008, é realizar pesquisa com um diagnóstico das demandas da população, que deve ser publicado em formato de cartilha. Ele diz que o processo de seminários, oficinas e outras atividades deve se consolidar em um fórum "permanente e reivindicador".

Ele conta que um dos principais fóruns de debates na cidade tem sido FM Planalto (103,1MHz), que tomou os ares de Itapiúna em 1996, após várias fases experimentais.

"Reclamações dos mais diferentes lugares expostos na rádio inquietaram secretarias municipais, forçando-as a dar respostas", exemplifica. O presidente da Arcopi diz que os temas mais debatidos na rádio acabaram moldando as diretrizes do projeto.

Em quase dez meses, o projeto já conclui cerca de 80% das atividades, inclusive os seminários sobre os eixos temáticos. O grupo já deu início ao levantamento de dados e, agora, articula a realização do "grande fórum" sobre as questões da cidade.

Jurandir de Sousa admite que o convencimento das pessoas tem encontrado obstáculos, principalmente devido à desconfiança da maioria quanto à possibilidade de mudança do contexto que vive. "É comum a pergunta: ‘E o que está ficando aí nesse papel, vem quando?’; ou as afirmações de descrenças: ‘Não faz é tempo que já sabem disso?’, ‘Já vieram outras vezes e perguntaram essas mesmas coisas... Até hoje!’", relata.

O professor argumenta que a principal resposta para os questionamentos tem sido a defesa da necessidade da mobilização social para que as reivindicações sejam efetivadas. "Temos consciência que apenas tomar conhecimento dos problemas não é o suficiente. Está na hora de pôr o dedo nas feridas e dizer: ‘vai ter que sarar!’".

Após a conclusão do cronograma, em julho próximo, a Arcopi deve dar continuidade aos esforços em nortearam o projeto.

Além da iniciativa apoiada pelo BNB, a associação participa do Projeto 1 Milhão de Cisternas (P1MC), em parceria com o Instituto Antônio Conselheiro, e matém vínculos com a Ilha Digital, do Banco do Brasil.

As matérias do projeto "Boas Ideias em Comunicação" são produzidas com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

RETIRADO DO SITE www.adital.org.br - BOAS IDÉIAS EM COMUNICAÇÃO...

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