terça-feira, 10 de agosto de 2010

LEIA E DIVULGUE POR FAVOR

Radiodifusão no Brasil: emissoras desativadas indevidamente

31/07/10
Domingos Alfredo Loss
No levantamento que venho realizando desde a década de 1960, cada vez mais se acentuam as irregularidades no que se refere ao funcionamento das emissoras de ondas curtas. É lamentável que isso aconteça, não só pela irresponsabilidade e desleixo dos concessionários dos canais de rádio, mas principalmente pela inoperância recorrente dos órgãos de fiscalização pagos com as contribuições da população que é lesada duas vezes: quando paga um imposto injusto e quando não recebe os benefícios dos serviços que pagaram.
Embora possa parecer desinteressante para uma boa parcela dos leitores, resolvi apresentar uma lista de emissoras com licença para operar em ondas curtas, destacando aquelas que no período do levantamento por mim realizado, estavam desativadas. Observe que a maioria dessas emissoras foram concedidas a governos estaduais.
Amazonas:
Rádio Rio Mar de Manaus. Arquidiocese – Faixas de 31 e 49 metros.
Maranhão:
Rádio Timbira. Governo do Maranhão. Faixa de 19 metros – Desativada.
Bahia:
Rádio Educadora. Governo da Bahia. Faixas de 31 e 49 metros – Desativadas.
Minas Gerais:
Rádio Inconfidência Mineira. Governo de Minas – Faixas de 49 e 19 metros – Desativada.
Rádio Itatiaia de Belo Horizonte – Faixa de 49 metros e Rádio Guarani de Belo Horizonte – Faixa de 49 metros.
Rio de Janeiro:
Rádio Globo Rio (alugou para a Rádio Novo Milênio as faixas de 25 e 49 metros. Rádio Metropolitana – Faixa de 49 metros – Desativada.
São Paulo:
Rádio Globo São Paulo (alugou para a Rádio Novo Milênio as faixas de 31 e 49 metros). Rádio Record de São Paulo – Faixas de 49, 31, 25 e 19 metros –Desativadas. Rádio Cultura de São Paulo – Faixas de 49, 31 e 16 metros – Desativadas.
Rádio Bandeirantes de São Paulo – Faixas de 49, 31 e 25 metros.
Rádio Nove de Julho de São Paulo – Faixa de 31 metros. Rádio Gazeta de São Paulo – Faixas de 49, 31 e 19 metros – Desativadas.
Aparecida: Rádio Aparecida – Faixas de 49, 31 e 25 metros.
Cachoeira Paulista: Faixas de 49 e 31 metros. Desativada.
Ribeirão Preto: Rádio Clube – Faixa de 19 metros. Desativada.
Paraná:
Rádio Clube Paranaense de Curitiba – Faixas de 49, 31, 25 metros. Desativadas.
Rádio Novas de Paz de Curitiba – Faixas de 49, 31, 25 metros.
Rádio Deus é Amor – Faixas de 49, 31 e 25 metros.
Foz do Iguaçu: Rádio Cultura – Faixa de 49 metros.
Londrina: Canal reservado em Ondas Curtas de 31 metros, 9695 kHz.
Santa Catarina:
Rádio Guarujá de Florianópolis – Faixa de 49 metros.
Balneário Camboriu: Rádio Marumbi – Faixas de 49, 31, 25 metros.
Rio Grande do Sul:
Rádio Sociedade Gaúcha de Porto Alegre – Faixas de 49 e 25 metros.
Rádio Guaíba de Porto Alegre – Faixas de 49 e 25 metros.
Rádio LBV de Porto Alegre – Faixas de 49, 31, 25 metros.
Santa Maria: Rádio RTM – Faixas de 49, 31, 25 metros.
Goiás: Rádio Brasil Central de Goiânia – Governo do Estado – Faixa de 25 metros.
Rádio Anhanguera de Goiânia – Faixa de 49 e 25 metros.
Na próxima semana a relação será completada destacando-se as demais emissoras irregularmente desativas e as que tiveram suas concessões canceladas.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

o resgate do rádio para ouvintes e mercado

German Hartenstein*
“Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”. A frase do narrador Fiori Gigliotti, anunciando o início de mais uma partida de futebol, está gravada na memória de muitos ouvintes  de rádio. Por décadas, a narração dos jogos de futebol era feita exclusivamente pelas rádios. A primeira delas foi em 1931, quando ouvintes de São Paulo acompanharam a narração de Nicolau Tuma (1911-2006) na Rádio Educadora Paulista. A partir daí, o rádio foi ganhando popularidade  na medida em que teve seu alcance ampliado. Para as gerações que cresceram antes do surgimento da TV, ou mesmo no início dela, é quase impossível não se lembrar das tardes de futebol sem ter o rádio como companhia. Era nas vozes de Osmar Santos, José Silvério e Fiori Gigliotti – para citar alguns exemplos – que o som se transformava em imagens, levando para o ouvinte as informações e emoções diretamente das concentrações, dos times nos estádios, com repórteres por todos os cantos.
Naquela época – décadas de 70 e 80 -, a TV ainda não trazia detalhes das partidas, informações dos times, bastidores. Sem contar que não havia TV por assinatura, emissoras dedicadas 24 horas por dia ao esporte nem a enxurrada de transmissões de futebol nacional em TV aberta, como existe hoje. O espetacular Show do Esporte, da TV Bandeirantes, tinha Luciano do Valle guiando um supertime por todas as modalidades – boxe, sinuca, vôlei, basquete, NBA, NFL. O futebol estava ali, também, mas na hora do grande clássico da rodada, de sentir o clima nos estádios, o caminho era o rádio.Já a internet, sequer existia para o grande público. Era o rádio, logo pela manhã, à tarde ou à noite, que acompanhava o ouvinte em casa, a caminho do trabalho ou no bar, junto a amigos ou na solidão, mas muitas vezes com o radinho de pilha colado ao ouvido. Cenas que com frequência são presenciadas nos estádios de futebol até hoje. Os talentos do rádio não estão necessariamente ligados ao esporte. O leitor deve se lembrar de alguns deles, como Zé Bettio e o seu balde d’água para acordar os mais sonolentos, José Paulo de Andrade e o seu Pulo do Gato, o genial “vambora, vambora” do Jornal da Manhã da Jovem Pan, Paulo Barbosa, Ely Correa, Gil Gomes e por aí vai.
Pois bem, com o avanço das novas mídias, principalmente da internet, muitos analistas decretaram o fim do rádio. Para eles, essa mídia não teria mais valor diante da programação da TV por assinatura ou do acesso, a qualquer momento, à internet. Mas os fatos dos últimos anos mostram que esse cenário de queda, cravado como uma certeza, está longe de apagar a importância do rádio para os ouvintes e, consequentemente, para o mercado. A cobertura da Copa do Mundo na África do Sul é uma prova concreta desse panorama no qual o rádio, reinventado e presente em diferentes mídias – como internet, celulares, iPod, entre outros aparelhos de última tecnologia -, ampliou seu canal de comunicação com o ouvinte, principalmente entre os jovens. Sem contar com as rádios online que, presentes na rede há alguns anos, se reinventaram nos últimos tempos, principalmente no universo de redes sociais. Há 30 anos o rádio não promovia uma cobertura tão completa como ocorreu na África do Sul. Com mais de 30 profissionais, a Eldorado ESPN levou a maior equipe em uma Copa e comprovou que o rádio continua gozando de alta popularidade.
Os valores de faturamento corroboram com esta análise. De acordo com pesquisa do Projeto Inter-Meios, do Grupo M&M, o faturamento das rádios no Brasil com vendas de espaço publicitário foi de R$ 354 milhões entre janeiro e maio de 2009, ante R$ 420 milhões no mesmo período em 2010 – um crescimento de 18,56%. A participação do meio no bolo publicitário em abril ficou acima da internet, TV por assinatura, do cinema, da mídia exterior e do setor de guias e listas.Nos próximos grandes eventos será possível mensurar se a recuperação do rádio é estável e duradoura. Mas, ao que tudo indica, ele está bem longe do fim, e continua tão emocionante como sempre foi. O espetáculo deve continuar.
*Diretor geral da Disney & ESPN Media Networks, no Meio e Mensagem

leia esta entrevista

A ANATEL E OS INTERESSES DA SOCIEDADE

domingo, 8 de agosto de 2010

LEIA E DIVULGUE POR FAVOR

O Futuro do Rádio
(*) Por Fernando Morgado em 29/07/2010
Por muitos anos, um pequeno grupo de “futurólogos” pregava o fim de determinadas formas de comunicação, toda vez que uma novidade tecnológica surgia. Várias possíveis vítimas já foram apontadas e o rádio ­— dado o seu grande alcance e tradição — sempre foi um dos alvos preferidos dessas profecias. Esses teóricos caíram em descrédito quando se comprovou — pela experiência prática em todos os principais países do mundo, incluindo o Brasil — que a evolução na forma de transmissão e consumo de conteúdo não é sinônimo de extinção de linguagens de comunicação. Assim, o rádio deixou de ser visto como uma mídia em queda e passou a ser encarado por investidores, anunciantes, profissionais e consumidores finais como um exemplo de renovação e bom aproveitamento das muitas novidades técnicas que apareceram principalmente nas últimas três décadas. E mais: as novas tecnologias não apenas ajudaram na expansão do rádio como reforçaram vocações já possuídas por ela desde muito tempo.
O tão falado futuro do rádio, na verdade, começou com o advento do FM, que dobrou o número de emissoras até então existentes — com elevação da qualidade do som — e, com isso, aprofundou uma forte característica dessa mídia: a sua alta capacidade de segmentação. Seja a partir do foco num determinado estilo de programação ou perfil de público, o rádio consegue oferecer soluções para os anunciantes que muitas outras mídias não conseguem.
Outro passo importante foi dado com a chegada dos satélites, que permitiu a formação de redes nacionais e, com elas, a viabilização econômica de diversas emissoras de pequeno e médio porte em todo o País, dando novos contornos ao processo de integração nacional iniciado pelo rádio e posteriormente aprofundado pela televisão.      
A popularização da Internet, maior argumento empregado pelos “futurólogos” citados no começo deste texto, acabou beneficiando o rádio sob os mais diversos aspectos:
• Trouxe de volta muitos ouvintes jovens que haviam perdido o hábito de usar aparelhos de rádio;
• Ilimitou o espaço para empresas ou mesmo pessoas comuns lançarem novas estações, transformando a Internet num campo livre para o surgimento de novas músicas, locutores, programas e marcas que podem até, no futuro, ganhar espaço nos dials;
• Permitiu que os ouvintes de rádios com baixa qualidade de sinal pudessem ouvir um som mais limpo através dos seus computadores;
• Reforçou a interação que sempre existiu entre o locutor/comunicador e o seu público, que passou — através de email, de salas de bate-papo e de redes sociais — a interferir instantaneamente na programação;
• Fez estações locais do mundo todo ganharem uma audiência mundial, ampliando o potencial de internacionalização que o rádio sempre teve e que é o objeto principal da paixão de pessoas como os dexistas — aqueles que, através dos seus aparelhos receptores, procuram ouvir programações dos lugares mais distantes.
A telefonia móvel — cujas ondas prejudicam, especialmente nas grandes metrópoles, a transmissão das ondas de rádio — também acabou ajudando as rádios em FM, pois, hoje em dia, praticamente todos os celulares recebem essas estações.
A chegada do rádio digital ao Brasil poderá possibilitar novos avanços, apesar das discussões em torno da robustez do sinal e do alto preço dos receptores. O rádio, cada vez mais, será encarado como uma “central de convergência de mídias”, onde, juntamente com o áudio, o ouvinte poderá receber textos e até fotos. No novo sistema, o som das emissoras AM recebe qualidade de FM e as FMs ganham som de CD. Cada frequencia poderá ter até quatro programações simultâneas, o que aumentaria — e muito — a audiência alcançanda, a variedade de opções para o anunciante e, por conseguinte, os empregos gerados pelo setor.
Há também o rádio por assinatura via satélite, que, nos Estados Unidos, é uma realidade bem-sucedida. A Sirius, líder deste mercado, oferece mais de 130 canais de áudio digitais, com programações muito variadas, vinculadas à marcas importantes (como Disney, CNN, Fox, BBC, Playboy, Oprah e NFL) e com som impecável para os seus quase 20 milhões de assinantes.
Com toda essa evolução, vale a pena pensar: se o rádio está crescendo e se expandindo para novas plataformas, como será que as emissoras devem se posicionar enquanto marcas e negócios? A resposta está naquilo que o rádio verdadeiramente oferece e vai além de qualquer discussão relacionada com tecnologia de transmissão ou recepção de sinal — afinal, isso muda o tempo todo.
Quando realizam-se pesquisas com o objetivo de detectar aquilo que os ouvintes sentem com relação à uma emissora, uma palavra sempre se destaca: pertencimento. A sensação de que aquela programação é feita “sob medida”, reforçada com a forte interatividade promovida tanto dentro quanto fora do ar, despertam no ouvinte a ideia de que aquela emissora “é dele” e que, através dela, ele pertence a um grupo especial de pessoas. Essa identificação, mais forte no rádio que em outras mídias, é a base que constrói uma audiência fiel e confiante para consumir não apenas os conteúdos oferecidos pela emissora como também os produtos anunciados nos seus espaços comerciais, afinal, fidelidade também envolve credibilidade: algo primordial para a obtenção de resultados junto aos ouvintes.
Como se vê, mais do que vender tempo, uma rádio vende — e promove — relacionamento, seja entre pessoas, seja entre pessoas e empresas. Todos os grandes grupos de comunicação do mundo já atentaram para isso e estão trabalhando suas estações como marcas que promovem uma nova gama de relacionamentos e formas de transmissão de conteúdo que vão além, inclusive, da própria programação e se tranformam, por exemplo, em eventos, mensagens de texto para celular, colunas em jornais, portais na Internet e até programas de TV, sendo tudo sustentado por grifes multimídias que nasceram no rádio e que, de tão fortes, expandiram suas fronteiras de atuação.
As rádios — graças a toda a essa sensação de pertencimento falada anteriormente e as novas formas de distribuição que surgem a todo momento — tem atuado como líderes dessa nova forma de pensar e gerir negócios de mídia, o que reforça a sua importância para os tempos atuais e abre caminhos para um futuro baseado na convivência entre todas as linguagens de comunicação integradas a partir de marcas posicionadas em pontos estratégicos da mente e do coração dos ouvintes, leitores, internautas etc.
* Artigo extraído do site www.carosouvintes.org.br

dia dos pais