sexta-feira, 14 de agosto de 2009

LEIA

Tenho acompanhado a discussão sobre o jabá mais de perto nos últimos dias desde que o cantor do Detonautas, Tico Santa Cruz, expôs a ferida aberta em seu blog (leia aqui).

Antes de mais nada, é muito interessante ler o ponto de vista de alguém que está dentro do processo de divulgação e pertence ao mainstream do entretenimento. Foi esclarecedor ler alguns argumentos de Tico, que a partir de agora comento aqui:

“O Detonautas antes de mais nada é uma grupo que se dedica ao rock nacional e faz parte de um cenário onde os planejamentos de lançamentos são baseados nas parcerias que existem entre Gravadoras, Rádios e artistas.”

Ok, logo de cara ele já se coloca como uma banda veiculada à uma gravadora, diga-se de passagem a poderosíssima multinacional Sony. Então devemos esquecer que não se trata na luta entre o bem e o mal. Davi, o pequeno artista independente e proletário contra Golias, a malvada rede Mix FM, capitalista – exploradora – dos – fracos – e – oprimidos. Na minha opinião, o artista omite propositadamente o nome Sony Music (só a trata como “gravadora”), para justamente não desviar a atenção dessa imagem. Na verdade, o embate é entre duas grandes empresas, titãs empresariais em seus segmentos.

“Existem muitas emissoras espalhadas por todos os estados e na maioria delas somos bem vindos, temos nossas canções tocadas diariamente e compartilhamos nosso trabalho com um número grande de ouvintes, o que mantém o Detonautas na estrada fazendo uma média de 8 shows mensais mesmo estando ausente do que muitos entendem por “mídia”, leia-se programas populares de TV e primeiro lugar nas paradas de sucesso.”

Bom, se existem muitas emissoras espalhadas pelo Brasil que tocam Detonautas, não quer dizer que eles estejam no ostracismo e muito menos fora da mídia. Pergunto-me, de forma incocente, como a gravadora Sony Music insere sua banda nessas rádios, ou o ‘maligno jabá” é apenas para a rede Mix. Ou seja, não desviemos o foco da questão. A reclamação do vocalista do Detonautas é estritamente comercial, algo que ele fala várias vezes no post. Em frente…

“Pois bem, assim como temos nossos altos e baixos é muito comum que uma Emissora se torne a principal líder de audiência enquanto as outras vão se adaptando as novas necessidades e infelizmente isso faz com que quem antes era parceiro e batia na porta convidando para Festivais, entrevistas e etc., acabe sob o efeito inebriante que o gosto do poder oferece e passe a fazer suas escolhas ignorando seus antigos aliados. Isso é muito comum neste mundo.
Quantas histórias não conhecemos de gente que chega ao topo, assume uma posição privilegiada e passa a ignorar aqueles que o ajudaram a chegar lá?”

Aqui Tico acredita que houve ingratidão da Mix em relação à sua banda. Mas esse sentimento é normalmente levado à tona muito mais em questões pessoais que profissinais. Se o texto tem como assunto-chave uma negociação comercial fracassada entre as partes, usar esse argumento é um recurso ignóbil, pois ambas as partes se beneficiaram: A Mix teve um conteúdo musical e promocional interessante (Detonautas) e os Detonautas uma vitrine privilegiada para exibir suas canções (Rede Mix). Houve uma troca justa e não uma exploração da boa vontade do grupo. Acho que Tico Santa Cruz errou um pouco a mão nesse ponto.

“Vale lembrar que não estou comentando apenas com relação a amizade, estamos falando de negócios, dinheiro, comércio. É assim no mundo inteiro, essa é a realidade. E o que é comercialmente importante torna-se obviamente alvo de cortejo dos interessados.”

Acho foi bem colocado da parte dele especificar (até mais de uma vez no texto) essa questão. Existe um conceito errôneo que apenas artistas populares pagam jabá, afinal de contas, “quem toca música sertaneja a não ser pelo jabá?”, dizem os desinformados/ mal intencionados. Em muitos fóruns, é comum ler esse tipo de colocação maniqueísta: “A Nativa aliena enquanto a Jovem Pan conscientiza o jovem.” Nada pode ser tão longe da realidade. Nesse ponto, mais uma vez, Tico Santa Cruz expõe que a relação é comercial, o que acho bem coerente e honesto da parte dele.

“Eles queriam que nós modificássemos a estrutura original da música, baixando as guitarras e refazendo os arranjos para que pudesse tocar em sua programação. Chegaram a sugerir que mandariam um produtor DELES para pegar a MASTER ABERTA de nossa gravação e colocar o padrão Mix de som. Nós batemos o pé e não aceitamos.”

Aqui temos uma decisão pessoal da banda e nem cabe julgamento algum. De qualquer forma, há muito tempo artistas internacionais já fazem diferentes versões de uma música justamente para encaixar suas músicas em vários formatos de rádio. Acho uma decisão inteligente que deveria ser levada mais em consideração pelos nossos artistas.

Depois o texto entra em meandros que não cabe neste post. A essência que me interessa é justamente a abertura para o grande público dos acordos comerciais do mundo pop. Fato também explicitado por Tico em outra entrevista (leia tudo aqui):

“Ficar nas mãos dos interesses comerciais de alguns homens me angustia muito e sei que faço parte desse sistema e que em vários momentos compactuei com eles quando me interessou, mas o jogo é assim e quem não se enfia no meio não sabe exatamente como funciona e sem saber como funciona não sabe como pode mudar.”

Não deixa de ser admirável essa postura. Apesar de muitos não acreditarem, rock é tão legítimo como o sertanejo, pagode e calipso. São produtos comerciais de grandes gravadoras, geralmente multinacionais, que em última instância investem para ter lucro. E não poderia ser diferente.

O fato é que o jabá é tão antigo e enraizado na própria cultura do brasileiro que se torna impossível a sua extinção. Se Elis Regina entrou no rádio pelo jabá, porque os Detonautas ou Victor e Léo não entrariam? Poucos sabem, mas o sabão em pó que está em destaque no supermercado ou o best-seller exposto na principal gôndola da livraria é fruto do mais puro e legítimo jabá.

Não deixa também de ser um “jabá pessoal” quando baixamos músicas na internet, quando o certo seria comprarmos o cd. Alguém está levando vantagem e somos nós, não é verdade? Que atire o primeiro mouse quem nunca pensou isso.

O combustível do rádio comercial é o sucesso! Essa é a regra. E sucesso quer dizer maiores repetições nas programações das emissoras, para que a música fixe na memória do ouvinte. Existem duas limitações. O período de maior atenção do público é curto e o número de artistas que deseja o olimpo da fama é grande. A lei da oferta e da procura, tão importante quando a da gravidade, entra em ação. É um espaço valioso. Isso serve para qualquer emissora e formato musical. É um processo que se auto-alimenta. O rádio ainda tem uma atuação importante nessa área. Lembremos que internet atinge apenas 20% da população brasileira.



A grande hipocrisia é ler que o rádio é uma concessão pública e bla, bla, bla… Bobagem. Quem usa esses termos só o faz simplismente porque tem seus interesses PESSOAIS prejudicados, só isso. “O rádio é do povo!” Bradam eles! Mas quando o rádio tocavam rock nos anos 80, nenhum deles pediu mais música caipira, carimbó ou baião no rádio, pediram? Não, TAVA BOM DEMAIS, certo? Afinal o som que EU gosto já ouvia nas ondas do FM. Acho legítimo reclamar da falta de diversidade no rádio, mas sem usar relativismos ou argumentos toscos.

A realidade: Não há rádios para todos os estilos musicais! Sempre um segmento será esquecido, até porque a música hoje é muito mais complexa do que há 15 anos. Solução: Vá para a internet. É o único universo sem imite para a música. Não está satisfeito com o mídia? Seja a mídia. Faça sua webrádio! Faça o que você gostaria que estivesse no ar.
fonte: gabrielpassajou.blogspot.com
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NOSSA CARTEIRINHA


ATENÇÃO A PARTIR DE NOSSA PRÓXIMA REUNIÃO ESTAREMOS DISPONIBILIZANDO PARA SÓCIOS A CARTEIRA DE ASSOCIADO. CASO QUEIRA SUA CARTEIRA ENTRE EM CONTATO CONOSCO NOS TELEFONES DO SITE http://www.aouvir.com.br/

ZEUDIR QUEIROZ - UM RÁDIO DEMOCRÁTICO


O PROGRAMA DOS MUNICÍPIOS APRESENTADO POR ZEUDIR QUEIROZ TEM UMA CARACTERÍSTICA INTERESSANTE: APESAR DE TER POUCOS MINUTOS O OUVINTE TEM DIREITO DE SE EXPRESSAR E DAR SUA OPINIÃO. E OLHE QUE O PROGRAMA TEM POUCOS MINUTOS - PARECE QUE 15. E COM A PARTICIPAÇÃO DO OUVINTE AINDA TEM NOTÍCIAS IMPORTANTES O QUE PROVA QUE NÃO É O OUVINTE QUE ATRAPALHA O PROGRAMA BASTA GOSTAR DO QUE SE FAZ E RESPEITAR QUEM ESTÁ DO OUTRO LADO DA PROGRAMAÇÃO.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O RÁDIO E O PAPEL DOS RADIALISTAS


OS RADIALISTAS TEM PAPEL FUNDAMENTAL NO RÁDIO E DEVEM SEMPRE PROCURAR PAUTAR AS PROGRAMAÇÕES DE FORMA QUE O OUVINTE TENHA A NOTÍCIA VERDADEIRA , O ENTRETENIMENTO SADIO E A BOA MENSAGEM QUE TRAGA AOS SEUS USUÁRIOS A CERTEZA DE QUE A COMUNICAÇÃO É SEMPRE UM BEM PARA OS QUE DELA PRECISAM OU QUE DELA DESFRUTAM. NÃO PODEMOS DEIXAR DE ACREDITAR NUMA COMUNICAÇÃO ÉTICA E VERDADEIRA QUE FAÇA COM QUE TODOS TENHAM OPORTUNIDADE DE CONTRIBUIR PARA UM MUNDO MELHOR E MAIS JUSTO.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

PARA TRABALHAR A EDUCAÇÃO NO RÁDIO...


11-Agosto-2009

2ª Edição - Projeto ?No Ar: Todos Pela Educação? comemora um ano com novo site e novos materiais para radialistas

Tudo Rádio - Rádio News - Rádio

Segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Desenvolvido pelo movimento Todos Pela Educação em parceria com o Unicef, o projeto “No Ar: Todos Pela Educação” consiste no envio mensal a radialistas de todo o País de um kit com informações, depoimentos de radialistas e personalidades; músicas e spots com dicas de como a população pode fazer a sua parte pela melhoria da Educação. Este mês, o 13º kit fala da importância da Prova Brasil, principal avaliação educacional do País. Entre os destaques do mês estão os depoimentos de Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, presidente-executivo do Todos Pela Educação e Sérgio Sitchin, Diretor Comercial da Rádio Bandeirantes - SP.
Criado em agosto de 2008, durante as eleições municipais, o projeto teve como objetivo inicial colocar a Educação na agenda de candidatos e eleitores. Ao longo do tempo, o projeto foi ganhando força e cada vez mais radialistas incluíram a pata “qualidade do ensino” em sua programação. Nesse período, foram produzidos 12 kits de conteúdo mensais, distribuídos a 5 mil radialistas, que resultaram em mais de 33 mil downloads dos materiais, por rádios de todo País.
Realizado com o apoio do Grupo ABC e da produtora Friends Áudio, a iniciativa também conta com o apoio da Abert – Associação Brasileira de Rádio e Televisão, das Associações Estaduais de Rádio e Televisão e do GPR – Grupo de Profissionais do Rádio. O jornalista Gilberto Dimenstein e a rádio CBN também colaboram com o projeto disponibilizando a todos os radialistas os depoimentos veiculados no programa “Prazer em aprender”. Em agosto, o entrevistado é o nadador Gustavo Borges.

Novo site e novos materiais

Para acompanhar a evolução do projeto, este mês o “No ar: Todos Pela Educação” ganha um novo site que reúne em um mesmo ambiente todas as peças de áudio produzidas, arquivos em PDF, vinhetas para a rádio personalizar, sugestões de pauta, notícias publicadas nos principais jornais do País e dados sobre a Educação no Brasil, em cada um dos estados, municípios e escolas. Outra novidade é um roteiro de perguntas sobre o tema do mês, desenvolvidas para que os radialistas possam se aprofundar e discutir com gestores, professores e a sua comunidade.
Outro destaque é o boletim “Rádio Pela Infância”, produzido pelo Unicef, que traz informações, dicas e sugestões de pauta ligadas ao tema do mês. Nesta edição, além de abordar a importância da Prova Brasil, o boletim explica como é construído o Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e cita o relatório Aprova Brasil, que traz exemplos de escolas que conseguiram bons resultados na avaliação em 2005.
O Todos Pela Educação acredita que o rádio, com seu grande alcance, tem o papel estratégico de mobilizar a sociedade brasileira. Todos os materiais estão disponíveis e podem ser baixados pela internet.
O Tudo Radio.com apóia o projeto Todos Pela Educação.

Por Carlos Massaro - 10/agosto/2009
carlosmassaro@yahoo.com.br

terça-feira, 11 de agosto de 2009

PARA LER E DEBATER...

MÍDIA RADIOFÔNICA
O rádio tem história e merece respeito

Por Francisco Djacyr S. de Souza em 11/8/2009

É importante o conhecimento da história do rádio e verificar sua importância durante muitos anos na vida das pessoas e no decorrer do processo histórico de cada cidadão. É importantíssimo resgatar essa história e mostrar a todos cidadãos e, principalmente, aos jovens, o que foi feito na vida radiofônica através de exemplos, casos práticos e observações. Como é excitante conhecer a história do rádio e compreender fatos relacionados a seu processo de formação, implementação e papel na vida diária de nossos povos.
Por que esquecer Padre Landell de Moura, Roquete Pinto, Repórter Esso, radionovelas, cantoras do rádio? Por que ocultar o papel do rádio na mobilização da população, nas notícias da Segunda Guerra Mundial e no divertimento dos programas de auditório que levavam diversão e alegria para tantos brasileiros?
O rádio é tão importante que hoje grupos políticos sempre investem na implementação de emissoras. No Senado há uma rádio que opera com notícias da casa. Nas Assembléias Legislativas estão crescendo o número de emissoras oficiais para que os feitos dos parlamentares, ou sua propaganda antecipada política, chegue às casas das pessoas. O próprio presidente da República mantém hoje um programa semanal de rádio, pois sabe que será fácil emitir suas idéias a todos os rincões do país. Toda esta importância do rádio merece ser resgatada, enaltecida e valorizada para o bem da comunicação sadia, segura e, sobretudo, ética.

Práticas de valorização

O trabalho de valorização do rádio deveria começar dentro das próprias emissoras, que deveriam reservar parte de sua programação para mostrar ao povo aspectos da história do rádio, momentos de sua história, curiosidades sobre o meio e mostrar as idéias veiculadas nas emissões radiofônicas para promover conhecimento sobre o meio e verificar sua importância. É preciso investir mais no rádio, melhorando qualidade de programas com produção, interatividade, participação popular e divulgação do que se passa na programação – para o bem de todos e para um melhor aprofundamento da história deste meio de comunicação. É preciso compreender o papel-cidadão do rádio no contexto histórico, na formação do povo, na consolidação da formação cultural e no aprendizado das pessoas que ouvem rádio e dele fazem o companheiro de todas as horas.
No processo de resgate da história do rádio é reservado um papel importantíssimo para os ouvintes, que devem exercer sua cidadania cobrando dos supostos proprietários qualidade tanto na emissão quanto na mensagem. É preciso exercer fortemente o corporativismo do ouvinte para lutar por direitos de consumidor diante de alguns programas que destoam completamente do verdadeiro pensamento do público ouvinte. É preciso que os empresários vejam o rádio com outros olhos e coloquem seus departamentos de marketing e mídia no entendimento do papel do rádio, nos índices de audiência, no imediatismo que só o rádio tem o que certamente será uma oportunidade segura de retorno em relação às propagandas veiculadas no rádio.
Os empresários do meio radiofônico têm de desenvolver práticas de valorização de seus personagens dando a estes o prazer de trabalhar no rádio (radialistas, operadores e colaboradores), bem como ouvir rádio (ouvintes-consumidores). O rádio precisa ser valorizado urgentemente pelos que detêm as concessões, que têm de saber o que se passa no rádio sem preocupação meramente com o balancete do final do mês, e sim, do seu papel no contexto político, econômico e social no exercício pleno da democracia.

Regras de cidadania

Os que fazem rádio precisam valorizar seus consumidores procurando sempre fazer dos programas exercícios de cidadania, valorização ética, protagonismo e criar programas atrativos para todas as classes sociais e etárias fazendo com que o rádio seja para todos e todas. O rádio precisa criar programas adequados às faixas etárias através de uma pesquisa dos interesses de seus usuários. O rádio precisa incentivar conselhos de ouvintes para analisar e propor mudanças na programação. Os radialistas têm de valorizar seus ouvintes, respeitá-los e ouvir o que eles dizem para saber o que se passa no mundo afora e como o rádio poderia contribuir para melhorar a vida.
No contexto da formação de radialistas devem constar urgentemente noções de ética, de respeito radiofônico, de participação popular e outros aspectos que envolvam a vida cultural e socioeconômica do mundo em que vivemos. O rádio precisa ser respeitado, tanto pelos usuários quanto pela sociedade em geral, para a construção de um mundo pautado em regras de cidadania, formação ativa e resgate da justiça para todos.

LEIA E DISCUTA ESTA TEMÁTICA...

leia este texto publicado no correio da cidadania.
É uma discussão interessante que merece ser debatida no meio rádio
L E I A