HOMENAGEM AO RADIALISTA BRASILEIRO NO SEU DIA:
“Seja mais coerente. A pretexto de ser sincero, não fuja à educação, ao respeito. Não faça observações deprimentes, nem aponte esse ou aquele companheiro, mesmo que verbalmente, na tentativa de querer exemplificar. Para ser verdadeiro e honesto não precisa agir com alarde. Acredita em Deus e vá em frente”. (Valdemar Barbosa).
O rádio brasileiro tem
história. Comumente ela (a história) se transformou em passado indo embelezar as matérias de escritores e de apreciadores deste invento monumental. Na faculdade de jornalismo em que nos formamos em Comunicação Social, quando começamos a estudar as disciplinas referentes ao rádio, a paixão veio de imediato. Como admiradores desse invento procuramos dentre os nossos trabalhos favoritos falar sobre o rádio e sua história, bem como sua importância para a humanidade. Confeccionamos trabalhos sobre a história do rádio para Congressos e Simpósios patrocinados pela Rede Alcar e a Metodista de São Paulo. Como integramos o quadro de colunistas do site: “Caros Ouvintes” – estamos sempre a contribuir com nossas matérias sobre o rádio.
A história da invenção do rádio é muito controvertida, pois uns alegam que foi Guglielmo Marconi o inventor (A invenção do rádio é creditada ao inventor e cientista italiano Guglielmo Marconi, nascido em 1874 na cidade de Bolonha), outros o padre Roberto Landell de Moura. Marconi só teria transmitido sinais do Código Morse, enquanto o padre gaúcho Landell de Moura em seu invento transmitiu a voz. Eis aí a questão. Marconi teve muitos precursores e Landell fez os seus estudos e práticas sem ajuda de ninguém. Por essas práticas foi condenado pela própria religião que professava. O fato primordial foi o tempo, pois quando Landell se deslocou para os Estados Unidos da América (EUA) Marconi já tinha patenteado o seu invento, três anos antes.
O padre Landell deixou de ser o inventor de fato e de direito, mas diante destas nuanças ele conseguiu outras patentes entre elas a do telefone sem fio. A 24 de julho de 2006, o Presidente da República sancionou a Lei nº 11.327, instituindo o Dia do Radialista, a ser comemorado no dia 7 de novembro, dia do nascimento do radialista e compositor Ari Barroso, homenageando todos os profissionais que tornam o rádio mais dinâmico e interessante. Por Ivan Dorneles Rodrigues (*) em 07/11/2008. Talento multiforme, Ari Evangelista Barroso, deixou um nome inesquecível no mundo do rádio, da televisão e da música. Nascido em Ubá, Minas Gerais, a sete de novembro de 1903, Ari, quando jovem, dedicou-se à composição musical. Confiante em suas produções, ainda não divulgadas, deixou Minas e tentou sua sorte no meio artístico carioca, onde fez relações que vieram a influir em seu destino. Uma delas, a de Renato Murce que o aproveitou em seu programa “Hora de Outro Mundo”.
Nessa audição radiofônica ele revelou dentre outras, as suas qualidades de humorista, cuja verve se entremostrou depois na produção de peças para o teatro de comédia e de revista, muito festejadas pelo público. Tivemos muitos nomes de destaque no rádio brasileiro: Roquette Pinto, que fundou a rádio do Rio de Janeiro, mas ainda existe a discussão em torno do assunto, já que os pernambucanos afirmam terem fundado a Rádio Clube de Pernambuco e este seria o marco da radiodifusão brasileira. Mesmo assim Roquette ficou conhecido como o Pai da radiodifusão no Brasil. A primeira transmissão da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro aconteceu às 20h30 do dia 1º de maio de 1923.
O evento aconteceu no interior de uma sala de física da Escola Politécnica, com o equipamento de radiotelegrafia que a Western Eletric trouxera dos Estados Unidos para a Exposição Comemorativa do 1º Centenário da Independência. Os poucos ouvintes da Estação da Praia Vermelha puderam ouvir, anunciado por Caubi Araújo, o discurso de inauguração da Rádio Sociedade, realizado por seu idealizador Edgar Roquette Pinto. Estava dado o passo inicial para divulgação da arte, cultura e educação através das ondas do rádio. Tivemos grandes profissionais de rádio no Brasil, mas para não cometer injustiças não iremos citar nomes. Partindo para a história da radiodifusão no Ceará temos a informar que “O Ceará, como uma experiência de povo que se insere num espaço e tempo particulares guarda em sua memória uma história coletiva de pobreza, miséria, seca, calamidades sociais que trafegam os séculos”.
Mas, essa memória-imagem se intersecciona com outras visões. O Ceará das idéias visionárias, da Confederação do Equador, da Padaria Espiritual, da Abolição da Escravatura. “É essa união entre contingência e inovação que molda o destino desse povo”.O rádio na atualidade ainda é um veículo de grande representatividade como mostram os números de aparelhos de radiodifusão sonora existentes no mundo e no Brasil, assim como as peculiaridades brasileiras sobre o hábito de escuta. Em 1997, existiam dois bilhões 432 milhões de aparelhos de rádio no mundo. Dividindo-se por mil habitantes dá um total de 418, ou seja, a cada mil pessoas 418 possuem aparelho de rádio.
Quando se compara aos aparelhos de televisão, tem-se um total de um bilhão 396 milhões, significando que a cada mil pessoas, 240 possuem televisão, quase a metade das que possuem rádio. No Brasil, nesse mesmo ano, a UNESCO aponta que existam 71 milhões de aparelhos de rádio, o que indica que a cada mil pessoas, 434 possuíam um aparelho receptor. Numa pesquisa Marplan (Instituto Internacional de Pesquisa) e IBOPE, publicada no jornal O Povo no dia 11 de novembro de 2001, sobre o rádio, tem-se a constatação de que 98% das residências possuem pelo menos um aparelho de rádio, 83% dos automóveis têm rádio e 51% da população têm walkman (rádio pequeno e portátil). E mais: 98% da população acima de 10 anos ouve rádio; 75% escuta rádio todos os dias, numa média de três horas e 45 minutos por dia.
Resumo histórico do Rádio cearense: “João Dummar o pioneiro da radiofonia cearense, fundador da Ceará Rádio Clube PRE-9 em 1934 e tantos outros”… Figuras importantes da radiofonia cearense, além dos demais que fizeram parte da fundação da PRE-9 começamos com o que teve a primazia de ser o pai da radiodifusão no Ceará: Paulo Lima Verde nos idos de 1930 e 1940 em Fortaleza era casado com dona Leda, os filhos Reyne, Narcélio, Paulo Lima Verde “o bote seu Paulo”; Eduardo Campos nos anos 1950 (Não faltam talentos nas redações das emissoras). “E ninguém perde a “Crônica do Ceará”, ao meio dia, escrita por Otacílio Colares; Nem “ponta de lança”, um comentário cáustico de Armando Vasconcelos, a fazer época com sua frase preferida; doa a quem doer”! (Eduardo Campos).
Tudo era mais bonito, fascinante, mágico, mas era o estúdio com seus locutores de vozes possantes, que causavam maior “frisson”, novelas, humorísticos, orquestra tinha gente que ia “brechar” no oitavo e nono andares do Edifício Diogo o ensaio dos artistas. Paulo Cabral, Diretor da PRE-9, contratou para trabalhar naquela emissora, quando tinha onze anos. Ma o contrato teve de ser rescindido, em face da moral doméstica. Era pecado trabalhar em rádio. A discoteca da ceará rádio Clube, no Edifício Diogo. Milhares de discos de cera cuidadosamente guardados em estantes envidraçadas. Parecia um santuário onde Gerardo Barbosa era o sumo sacerdote e Tereza Moura de Aquino, a sacerdotisa.
A Rádio Iracema de meu tempo com Armando Vasconcelos veio concorrer com a Ceará Rádio Clube, inaugurada em nove de outubro de 1948, fundada pelos irmãos Parentes (José e Flávio) e pelo Dr. José Josino da Costa e conhecida como ZYR-7 passou a funcionar no Edifício Vitória. Antes de criar a Comédia Cearense, Haroldo Serra foi locutor e radioator da Rádio Iracema, na sede própria na Praça José de Alencar. Vêm a Uirapuru fundado em 16 de junho de 1956. Fez à transmissão da eleição da Miss Brasil, Jaime Rodrigues falou de Buenos Aires e Fernando Lopes narrou o desfile. A ZYH-25, conhecido como a emissora do pássaro teve também seus momentos de glória. Aproveitando o ensejo vamos enumerar os super-astros da locução cearense: Você se lembra de alguns deles? Os irmãos Cabral de Araújo (José e Paulo); Manuelito Eduardo; João Ramos; Aderson Braz; Mozart Marinho; Almir Pedreira; Albuquerque Pereira.
Antonio Almeida; Narcélio Lima Verde: Alexandre Colares; Mattos Dourado; Wilson Machado; Valdir Xavier; Jaime Rodrigues. Augusto Borges; Ivan Lima; Oliveira Filho; José Santana; Juarez Silveira; José Júlio Cavalcante; Peixoto de Alencar; Nazareno Albuquerque; Cid Carvalho; Palmeira Guimarães; Edson Martins; Paulo Augusto; José Edilmar; Haroldo Serra; Armando Vasconcelos e muitos outros. As “Ladies-Speaker” também tiveram sua vez, cito aqui algumas que se destacaram: Maria José Braz; Laura Santos; Ruth de Alencar; Celina Maria; Karla Peixoto; Vera Lúcia; Maria de Aquino; Violeta Nogueira; Eneida Costa; Neide Maia: Orlys Vasconcelos, Ítala Ney, Ruth de Alencar. A primeira locutora do rádio cearense foi Maria de Aquino atuando na Ceará Rádio Clube.
A Rádio Verdes Mares carinhosamente conhecida como “verdinha” foi fundada em julho de 1962, das mãos de Paulo Cabral de Araújo e desse Grupo político, onde se destacaram; José Flávio Costa Lima; Hildo Furtado Leite, José Pontes de Oliveira (Banco União), foi negociada com o grupo Edson Queiroz. Os cantores Galãs: Carlos Augusto; Arnoldo Leite; Paulo Cirino seu chapéu e violão; João Bob; Joran Coelho; José Auriz Barreira; Guilherme Neto; Gilberto Silva; Fernando Menezes; Giacomo Ginari. As estrelas cantoras: Wanda Santos; Ayla Maria; Maria de Lourdes; Ângela Maria; Estelita Nogueira e Zuíla Veras; As pastoras e Paulo Cirino; (Isis Martins, Maria Alice e Maria de Lourdes); Maria Guilhermina; Cleide e Ademir Moura; Fátima Sampaio; Ivanilde Rodrigues; Terezinha Silveira; Salete Dias; Marilena Romero; Telma Regina.
Vera Lúcia; Cleide Moura. “Blanchard Girão fala – “A denominação de” Dragão do Mar”, já sugeria uma linha de protestos e lutas. “A rádio vinha para ser o “calo” do Governo Udenista, denunciando todas as deficiências administrativas e, de modo especial, os escândalos de afilhadismos que caracterizavam, de um modo geral, a prática política estadual daqueles tempos”. A Rádio Dragão do Mar, montada pelo antigo Partido Social Democrático (PSD) foi inaugurada em 25 de março de 1958, data comemorativa da abolição da escravatura no Ceará, episódio em que se glorificou o jangadeiro Francisco José do Nascimento, cognominado “Dragão do Mar”. Vêm a Uirapuru fundado em 16 de junho de 1956 que fez à transmissão da eleição da Miss Brasil, Jaime Rodrigues falou de Buenos Aires e Fernando Lopes narrou o desfile. A ZYH-25, conhecida como a emissora do pássaro teve também seus momentos de glória.
Aproveitando o ensejo vamos enumerar os superastros da locução cearense: Você se lembra de alguns deles? Os irmãos Cabral de Araújo (José e Paulo); Manuelito Eduardo; João Ramos; Aderson Braz; Mozart Marinho; Almir Pedreira; Albuquerque Pereira; Antonio Almeida; Narcélio Lima Verde: Alexandre Colares; Mattos Dourado; Wilson Machado; Valdir Xavier; Jaime Rodrigues; Augusto Borges; Ivan Lima; Oliveira Filho; José Santana; Juarez Silveira; José Júlio Cavalcante; Peixoto de Alencar; Nazareno Albuquerque; Cid Carvalho; Palmeira Guimarães; Edson Martins; Paulo Augusto; José Edilmar; Haroldo Serra; Armando Vasconcelos e muitos outros. As “Ladies-Speaker” também tiveram sua vez, cito aqui algumas que se destacaram: Maria José Braz; Laura Santos; Ruth de Alencar; Celina Maria; Karla Peixoto; Vera Lúcia; Maria de Aquino; Violeta Nogueira; Eneida Costa; Neide Maia: Orlys Vasconcelos, Ítala Ney, Ruth de Alencar. A primeira locutora do rádio cearense foi Maria de Aquino atuando na Ceará Rádio Clube.
O Brasil havia experimentado o funcionamento do Rádio por ocasião da festa do centenário da independência quando, aos sete de setembro de 1922 foi instalado no Corcovado, Rio de Janeiro, um equipamento transmissor e vários receptores em locais estratégicos da então Capital da República. Isso motivou o Sr. Edgar Roquette Pinto a fazer funcionar um ano depois a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, embora devamos fazer justiça ao estado de Pernambuco quando em Recife a sua “Rádio Clube” foi ao ar em 1919. No Ceará, apesar da euforia de 1924 com a beleza teórica e pouca aplicabilidade prática do “Rádio Clube Cearense” que de modo efêmero funcionou no prédio do Distrito Telegráfico (Fênix Caixeiral), Fortaleza ainda saboreou dessa experiência. Coincidência ou não, a segunda tentativa em radiotelefonia cearense nasceu juntamente com o Jornal O Povo, com diferença apenas de dias.
Em 1 de janeiro de 1928 O Céu da Fortaleza Antiga foi novamente cortado pelas ondas hertzianas da “Rádio Educadora Cearense”. Aos 12 de janeiro de 1928, o Jornal O Povo em sua edição nº 6, traz a seguinte nota: “Esta nova sociedade de Rádio, ciosa de seus deveres de educar o povo de nossa terra, está promovendo um concurso que sobre os aspectos, é merecedor dos aplausos do público e dentro de pouco tempo saberemos qual o melhor Rádio telegrafista…”. A sede da Rádio Educadora Cearense localizava-se na Rua General Sampaio nº 118, no local onde depois funcionaria o Instituto de Previdência do Município – IPM, esquina com a Rua Meton de Alencar, na Praça Clovis Beviláqua, que já foi “Praça da Bandeira” e na época se chamava “Visconde de Pelotas”.
Por todo o mês de janeiro (1928) e, durante os dias úteis de 19.00 até 21.00 h, ficaram abertas na sede da emissora, as propostas de matrículas aos interessados em fazerem o concurso para ficarem aptos, ao manuseio dos equipamentos da Radiotelegrafia.Essa estação radiofônica foi se impondo no conceito público pela sua programação e pelas suas altruísticas atitudes. O jornal “O Povo”, com menos de um mês de existência, já acompanhava todos os acontecimentos da cidade e publicou na edição de 23 de janeiro os nomes dos componentes da R. E. C. “Presidente: Dr. José Odorico de Moraes; Vice-presidente: Luiz Espíndola; 1º Secretário: Achiles Arraes; 2º Secretário: Pierre Pereira da Luz (Locutor); Adjunto tesoureiro: Antonio D’Oliveira Braum; Diretores fiscais: Flósculo Barreto, Benjamim Falcão e Oswaldo Fernandes”. Nessa mesma nota, o noticioso de Demócrito Rocha diz que o Sr. Antonio de Alencar Santiago (telegrafista), ficava como responsável pela a direção da Rádio, quando ausentes os diretores.
A invenção do rádio é creditada ao inventor e cientista italiano Guglielmo Marconi, nascido em 1874 na cidade de Bolonha. Por problemas que ainda ninguém conseguiu chegar a uma conclusão plausível a rádio Assunção hoje tem um nome novo: Rádio Globo Fortaleza e a rádio Dragão do Mar, rádio Shalom, a Ceará Rádio Clube, somente A Clube. Depois destas nuanças explicativas a Associação dos Ouvintes de Rádio do Ceará (Aouvirce), através de sua diretoria e associados resolveu por unanimidade que o homenageado no dia do radialista seria o escritor, jornalista e radialista Narcélio Lima verde de família tradicional de Fortaleza, em cujo pai os filhos se espelharam na arte da comunicação e da radiodifusão.
Falar das qualidades, do carisma, da maneira ordeira como trata os seus ouvintes seria desnecessário. Narcélio nasceu para o rádio e o rádio se engaja muito bem com ele, sendo uma sintonia perfeita. A história está ai para contar as qualidades desse grande profissional que passou por várias emissoras locais e hoje presta seus valorosos serviços na rádio FM Assembleia – O programa Narcélio Limaverde vai ao ar de segunda à sexta-feira, das 7h30 às 9h, na rádio FM Assembleia 96,7 MHz. Aos sábados acontece a reprise dos destaques da semana, a partir das 10 horas. Era uma vez um cearense chamado João do Mar. Nasceu na Síria, cuja capital era a cidade do Crato, “Uma terra de fartura, Capital da rapadura E campeã mundial do carrapato, onde o quibe nascia em árvores.
E o trigo do pão se colhia antes mesmo de plantado”. Uma vidente com olhos de serpente. E ouro branco nos dentes. Olhou o rosto do menino. E vaticinou seu destino: Tua vida está escrita nas linhas de tuas mãos. E não será por aqui. Deixe o Vale do Cariri. E vá pra junto do mar. Dizendo assim a vidente virou uma salada tabule. E desapareceu numa nuvem de alface. E assim o menino sírio-cearense veio pra Fortaleza, quando o barato era passear. No Passeio Público, onde poetas impúberes ensaiavam os primeiros poemas, o povo conversava política e contava anedotas, de bobeira na Praça do Ferreira. Aos domingos, se banhavam numa Praia de Iracema ainda sem poluição e sem essa mixórdia beócia e imbecil de putas. E gringos.
Não havia os bingos, Não havia a Aldeota, Nem a Beira Mar com seus horrorosos espigões. O velho farol iluminava as dunas. Fortaleza era uma província pacata. Embalada à brisa do Mucuripe. Os arrabaldes inda eram pura mata onde luziam e vagavam luminosos vaga-lumes, insetos de luz própria. Um dia, João do Mar espiou pela fechadura. Da porta do tempo. E vislumbrou o futuro. Que se escondia por detrás do muro. E esse futuro tinha um nome: co-mu-ni-ca-ção. E comunicação é que nem gripe: se espalha nas ondas do ar. E João do Mar, o Visionário, fundou nesta urbe. A- Ceará Rádio Clube. E de João do Mar. Passou a ser conhecido como o João do Ar. Se o Brasil tinha a Rádio Nacional, o Ceará tinha a PRE-9, que o povo, com carinho, chamava de Perrenove.
Todas as emoções do mundo numa caixinha de sonhos: “Faça sol ou quando chove. Ouça sempre a Perrenove”. Roupa bem lavada só com Sabão Pavão. Quer comida gostosa? Use Óleo Pajeú. Alegria? Faça a barba todo dia com Gillette Azul. Humor. Esportes. Notícias. Crônicas. Opinião. Programas de calouros. Programas de auditório. Que não deviam nada aos de São Paulo e do Rio. José Lima Verde apresenta: Hora da Saudade, Coisas que o Tempo Levou. Opinião é com Paulo Cabral. O cronista que só fala a verdade. Nesta cidade noiva do sol, Os homens escutavam o futebol. Na voz de Cabral de Araújo. Cadeiras na calçada, Falando da vida alheia. E o diabo a quatro, As comadres discutiam o último capítulo do Rádio Teatro, O Teatro verdadeiramente popular, Avô das novelas da TV.Locutores, cronistas, redatores, aprendizes, radiatrizes, radiatores.
Cantoras, cantores. Astros e estrelas tirados do balaio: Augusto Borges, Narcélio Lima Verde, Laura Peixoto, Moacir Weyne, Teresinha Holanda, Laura e Fátima Sampaio. Senhoras e Senhores: com vocês, diretamente do Edifício Pajeú: Keyla Vidigal, Salete Dias, e o Rei do Ritmo: Nozinho Silva! João Demétrio Dummar escrevia sua saga. Grandes nomes do rádio cantando por estas plagas: Orlando Silva, Silvio Caldas, Chico Viola, Zezé e Luiz Gonzaga, Ângela, Dalva, Marlene, Emilinha – talentos pioneiros! Trio Nagô, Trio Irakitan, Jackson do Pandeiro! O Ceará nunca mais foi o mesmo. E o tempo, que é uma bola vagando a esmo, foi tecendo seus mistérios. João do Ar virou um mito. Encontrou Maria Lúcia, Filha de Demócrito, que veio a ser a mãe de seus seis filhos. E avó de seus vários netos.
Hoje Fortaleza é uma cidade moderna, entre o mar e o sertão. Grande exportadora de tapioca. Para a terra carioca. Shopping Centers a dar com o pau. Turistas a doer na vista, Fashion Malls, roquenroll, linhas aéreas da Gol. Ligando a lua com o sol. Muita máfia, muito espigão, muita especulação. Mas existe uma flama, um espírito ancestral, uma alma coletiva. João Dummar, Demócrito, Quintino, Raquel de Queiroz, Jáder, Patativa. Nossas raízes, Nossos avós. Uma força, uma beleza, Que sempre permanecerá. E viva Fortaleza, Capital do Ceará. FONTE: “SUA EXCELÊNCIA O RÁDIO”; 80 ANOS DA ACI (ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE IMPRENSA ) E DETALHES SOBRE A HISTÓRIA DO RÁDIO NO CEARÁ, NO BRASIL E NO MUNDO.MEU ACERVO PARTICULAR.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-FORTALEZA-CEARÁ
A história da invenção do rádio é muito controvertida, pois uns alegam que foi Guglielmo Marconi o inventor (A invenção do rádio é creditada ao inventor e cientista italiano Guglielmo Marconi, nascido em 1874 na cidade de Bolonha), outros o padre Roberto Landell de Moura. Marconi só teria transmitido sinais do Código Morse, enquanto o padre gaúcho Landell de Moura em seu invento transmitiu a voz. Eis aí a questão. Marconi teve muitos precursores e Landell fez os seus estudos e práticas sem ajuda de ninguém. Por essas práticas foi condenado pela própria religião que professava. O fato primordial foi o tempo, pois quando Landell se deslocou para os Estados Unidos da América (EUA) Marconi já tinha patenteado o seu invento, três anos antes.
O padre Landell deixou de ser o inventor de fato e de direito, mas diante destas nuanças ele conseguiu outras patentes entre elas a do telefone sem fio. A 24 de julho de 2006, o Presidente da República sancionou a Lei nº 11.327, instituindo o Dia do Radialista, a ser comemorado no dia 7 de novembro, dia do nascimento do radialista e compositor Ari Barroso, homenageando todos os profissionais que tornam o rádio mais dinâmico e interessante. Por Ivan Dorneles Rodrigues (*) em 07/11/2008. Talento multiforme, Ari Evangelista Barroso, deixou um nome inesquecível no mundo do rádio, da televisão e da música. Nascido em Ubá, Minas Gerais, a sete de novembro de 1903, Ari, quando jovem, dedicou-se à composição musical. Confiante em suas produções, ainda não divulgadas, deixou Minas e tentou sua sorte no meio artístico carioca, onde fez relações que vieram a influir em seu destino. Uma delas, a de Renato Murce que o aproveitou em seu programa “Hora de Outro Mundo”.
Nessa audição radiofônica ele revelou dentre outras, as suas qualidades de humorista, cuja verve se entremostrou depois na produção de peças para o teatro de comédia e de revista, muito festejadas pelo público. Tivemos muitos nomes de destaque no rádio brasileiro: Roquette Pinto, que fundou a rádio do Rio de Janeiro, mas ainda existe a discussão em torno do assunto, já que os pernambucanos afirmam terem fundado a Rádio Clube de Pernambuco e este seria o marco da radiodifusão brasileira. Mesmo assim Roquette ficou conhecido como o Pai da radiodifusão no Brasil. A primeira transmissão da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro aconteceu às 20h30 do dia 1º de maio de 1923.
O evento aconteceu no interior de uma sala de física da Escola Politécnica, com o equipamento de radiotelegrafia que a Western Eletric trouxera dos Estados Unidos para a Exposição Comemorativa do 1º Centenário da Independência. Os poucos ouvintes da Estação da Praia Vermelha puderam ouvir, anunciado por Caubi Araújo, o discurso de inauguração da Rádio Sociedade, realizado por seu idealizador Edgar Roquette Pinto. Estava dado o passo inicial para divulgação da arte, cultura e educação através das ondas do rádio. Tivemos grandes profissionais de rádio no Brasil, mas para não cometer injustiças não iremos citar nomes. Partindo para a história da radiodifusão no Ceará temos a informar que “O Ceará, como uma experiência de povo que se insere num espaço e tempo particulares guarda em sua memória uma história coletiva de pobreza, miséria, seca, calamidades sociais que trafegam os séculos”.
Mas, essa memória-imagem se intersecciona com outras visões. O Ceará das idéias visionárias, da Confederação do Equador, da Padaria Espiritual, da Abolição da Escravatura. “É essa união entre contingência e inovação que molda o destino desse povo”.O rádio na atualidade ainda é um veículo de grande representatividade como mostram os números de aparelhos de radiodifusão sonora existentes no mundo e no Brasil, assim como as peculiaridades brasileiras sobre o hábito de escuta. Em 1997, existiam dois bilhões 432 milhões de aparelhos de rádio no mundo. Dividindo-se por mil habitantes dá um total de 418, ou seja, a cada mil pessoas 418 possuem aparelho de rádio.
Quando se compara aos aparelhos de televisão, tem-se um total de um bilhão 396 milhões, significando que a cada mil pessoas, 240 possuem televisão, quase a metade das que possuem rádio. No Brasil, nesse mesmo ano, a UNESCO aponta que existam 71 milhões de aparelhos de rádio, o que indica que a cada mil pessoas, 434 possuíam um aparelho receptor. Numa pesquisa Marplan (Instituto Internacional de Pesquisa) e IBOPE, publicada no jornal O Povo no dia 11 de novembro de 2001, sobre o rádio, tem-se a constatação de que 98% das residências possuem pelo menos um aparelho de rádio, 83% dos automóveis têm rádio e 51% da população têm walkman (rádio pequeno e portátil). E mais: 98% da população acima de 10 anos ouve rádio; 75% escuta rádio todos os dias, numa média de três horas e 45 minutos por dia.
Resumo histórico do Rádio cearense: “João Dummar o pioneiro da radiofonia cearense, fundador da Ceará Rádio Clube PRE-9 em 1934 e tantos outros”… Figuras importantes da radiofonia cearense, além dos demais que fizeram parte da fundação da PRE-9 começamos com o que teve a primazia de ser o pai da radiodifusão no Ceará: Paulo Lima Verde nos idos de 1930 e 1940 em Fortaleza era casado com dona Leda, os filhos Reyne, Narcélio, Paulo Lima Verde “o bote seu Paulo”; Eduardo Campos nos anos 1950 (Não faltam talentos nas redações das emissoras). “E ninguém perde a “Crônica do Ceará”, ao meio dia, escrita por Otacílio Colares; Nem “ponta de lança”, um comentário cáustico de Armando Vasconcelos, a fazer época com sua frase preferida; doa a quem doer”! (Eduardo Campos).
Tudo era mais bonito, fascinante, mágico, mas era o estúdio com seus locutores de vozes possantes, que causavam maior “frisson”, novelas, humorísticos, orquestra tinha gente que ia “brechar” no oitavo e nono andares do Edifício Diogo o ensaio dos artistas. Paulo Cabral, Diretor da PRE-9, contratou para trabalhar naquela emissora, quando tinha onze anos. Ma o contrato teve de ser rescindido, em face da moral doméstica. Era pecado trabalhar em rádio. A discoteca da ceará rádio Clube, no Edifício Diogo. Milhares de discos de cera cuidadosamente guardados em estantes envidraçadas. Parecia um santuário onde Gerardo Barbosa era o sumo sacerdote e Tereza Moura de Aquino, a sacerdotisa.
A Rádio Iracema de meu tempo com Armando Vasconcelos veio concorrer com a Ceará Rádio Clube, inaugurada em nove de outubro de 1948, fundada pelos irmãos Parentes (José e Flávio) e pelo Dr. José Josino da Costa e conhecida como ZYR-7 passou a funcionar no Edifício Vitória. Antes de criar a Comédia Cearense, Haroldo Serra foi locutor e radioator da Rádio Iracema, na sede própria na Praça José de Alencar. Vêm a Uirapuru fundado em 16 de junho de 1956. Fez à transmissão da eleição da Miss Brasil, Jaime Rodrigues falou de Buenos Aires e Fernando Lopes narrou o desfile. A ZYH-25, conhecido como a emissora do pássaro teve também seus momentos de glória. Aproveitando o ensejo vamos enumerar os super-astros da locução cearense: Você se lembra de alguns deles? Os irmãos Cabral de Araújo (José e Paulo); Manuelito Eduardo; João Ramos; Aderson Braz; Mozart Marinho; Almir Pedreira; Albuquerque Pereira.
Antonio Almeida; Narcélio Lima Verde: Alexandre Colares; Mattos Dourado; Wilson Machado; Valdir Xavier; Jaime Rodrigues. Augusto Borges; Ivan Lima; Oliveira Filho; José Santana; Juarez Silveira; José Júlio Cavalcante; Peixoto de Alencar; Nazareno Albuquerque; Cid Carvalho; Palmeira Guimarães; Edson Martins; Paulo Augusto; José Edilmar; Haroldo Serra; Armando Vasconcelos e muitos outros. As “Ladies-Speaker” também tiveram sua vez, cito aqui algumas que se destacaram: Maria José Braz; Laura Santos; Ruth de Alencar; Celina Maria; Karla Peixoto; Vera Lúcia; Maria de Aquino; Violeta Nogueira; Eneida Costa; Neide Maia: Orlys Vasconcelos, Ítala Ney, Ruth de Alencar. A primeira locutora do rádio cearense foi Maria de Aquino atuando na Ceará Rádio Clube.
A Rádio Verdes Mares carinhosamente conhecida como “verdinha” foi fundada em julho de 1962, das mãos de Paulo Cabral de Araújo e desse Grupo político, onde se destacaram; José Flávio Costa Lima; Hildo Furtado Leite, José Pontes de Oliveira (Banco União), foi negociada com o grupo Edson Queiroz. Os cantores Galãs: Carlos Augusto; Arnoldo Leite; Paulo Cirino seu chapéu e violão; João Bob; Joran Coelho; José Auriz Barreira; Guilherme Neto; Gilberto Silva; Fernando Menezes; Giacomo Ginari. As estrelas cantoras: Wanda Santos; Ayla Maria; Maria de Lourdes; Ângela Maria; Estelita Nogueira e Zuíla Veras; As pastoras e Paulo Cirino; (Isis Martins, Maria Alice e Maria de Lourdes); Maria Guilhermina; Cleide e Ademir Moura; Fátima Sampaio; Ivanilde Rodrigues; Terezinha Silveira; Salete Dias; Marilena Romero; Telma Regina.
Vera Lúcia; Cleide Moura. “Blanchard Girão fala – “A denominação de” Dragão do Mar”, já sugeria uma linha de protestos e lutas. “A rádio vinha para ser o “calo” do Governo Udenista, denunciando todas as deficiências administrativas e, de modo especial, os escândalos de afilhadismos que caracterizavam, de um modo geral, a prática política estadual daqueles tempos”. A Rádio Dragão do Mar, montada pelo antigo Partido Social Democrático (PSD) foi inaugurada em 25 de março de 1958, data comemorativa da abolição da escravatura no Ceará, episódio em que se glorificou o jangadeiro Francisco José do Nascimento, cognominado “Dragão do Mar”. Vêm a Uirapuru fundado em 16 de junho de 1956 que fez à transmissão da eleição da Miss Brasil, Jaime Rodrigues falou de Buenos Aires e Fernando Lopes narrou o desfile. A ZYH-25, conhecida como a emissora do pássaro teve também seus momentos de glória.
Aproveitando o ensejo vamos enumerar os superastros da locução cearense: Você se lembra de alguns deles? Os irmãos Cabral de Araújo (José e Paulo); Manuelito Eduardo; João Ramos; Aderson Braz; Mozart Marinho; Almir Pedreira; Albuquerque Pereira; Antonio Almeida; Narcélio Lima Verde: Alexandre Colares; Mattos Dourado; Wilson Machado; Valdir Xavier; Jaime Rodrigues; Augusto Borges; Ivan Lima; Oliveira Filho; José Santana; Juarez Silveira; José Júlio Cavalcante; Peixoto de Alencar; Nazareno Albuquerque; Cid Carvalho; Palmeira Guimarães; Edson Martins; Paulo Augusto; José Edilmar; Haroldo Serra; Armando Vasconcelos e muitos outros. As “Ladies-Speaker” também tiveram sua vez, cito aqui algumas que se destacaram: Maria José Braz; Laura Santos; Ruth de Alencar; Celina Maria; Karla Peixoto; Vera Lúcia; Maria de Aquino; Violeta Nogueira; Eneida Costa; Neide Maia: Orlys Vasconcelos, Ítala Ney, Ruth de Alencar. A primeira locutora do rádio cearense foi Maria de Aquino atuando na Ceará Rádio Clube.
O Brasil havia experimentado o funcionamento do Rádio por ocasião da festa do centenário da independência quando, aos sete de setembro de 1922 foi instalado no Corcovado, Rio de Janeiro, um equipamento transmissor e vários receptores em locais estratégicos da então Capital da República. Isso motivou o Sr. Edgar Roquette Pinto a fazer funcionar um ano depois a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, embora devamos fazer justiça ao estado de Pernambuco quando em Recife a sua “Rádio Clube” foi ao ar em 1919. No Ceará, apesar da euforia de 1924 com a beleza teórica e pouca aplicabilidade prática do “Rádio Clube Cearense” que de modo efêmero funcionou no prédio do Distrito Telegráfico (Fênix Caixeiral), Fortaleza ainda saboreou dessa experiência. Coincidência ou não, a segunda tentativa em radiotelefonia cearense nasceu juntamente com o Jornal O Povo, com diferença apenas de dias.
Em 1 de janeiro de 1928 O Céu da Fortaleza Antiga foi novamente cortado pelas ondas hertzianas da “Rádio Educadora Cearense”. Aos 12 de janeiro de 1928, o Jornal O Povo em sua edição nº 6, traz a seguinte nota: “Esta nova sociedade de Rádio, ciosa de seus deveres de educar o povo de nossa terra, está promovendo um concurso que sobre os aspectos, é merecedor dos aplausos do público e dentro de pouco tempo saberemos qual o melhor Rádio telegrafista…”. A sede da Rádio Educadora Cearense localizava-se na Rua General Sampaio nº 118, no local onde depois funcionaria o Instituto de Previdência do Município – IPM, esquina com a Rua Meton de Alencar, na Praça Clovis Beviláqua, que já foi “Praça da Bandeira” e na época se chamava “Visconde de Pelotas”.
Por todo o mês de janeiro (1928) e, durante os dias úteis de 19.00 até 21.00 h, ficaram abertas na sede da emissora, as propostas de matrículas aos interessados em fazerem o concurso para ficarem aptos, ao manuseio dos equipamentos da Radiotelegrafia.Essa estação radiofônica foi se impondo no conceito público pela sua programação e pelas suas altruísticas atitudes. O jornal “O Povo”, com menos de um mês de existência, já acompanhava todos os acontecimentos da cidade e publicou na edição de 23 de janeiro os nomes dos componentes da R. E. C. “Presidente: Dr. José Odorico de Moraes; Vice-presidente: Luiz Espíndola; 1º Secretário: Achiles Arraes; 2º Secretário: Pierre Pereira da Luz (Locutor); Adjunto tesoureiro: Antonio D’Oliveira Braum; Diretores fiscais: Flósculo Barreto, Benjamim Falcão e Oswaldo Fernandes”. Nessa mesma nota, o noticioso de Demócrito Rocha diz que o Sr. Antonio de Alencar Santiago (telegrafista), ficava como responsável pela a direção da Rádio, quando ausentes os diretores.
A invenção do rádio é creditada ao inventor e cientista italiano Guglielmo Marconi, nascido em 1874 na cidade de Bolonha. Por problemas que ainda ninguém conseguiu chegar a uma conclusão plausível a rádio Assunção hoje tem um nome novo: Rádio Globo Fortaleza e a rádio Dragão do Mar, rádio Shalom, a Ceará Rádio Clube, somente A Clube. Depois destas nuanças explicativas a Associação dos Ouvintes de Rádio do Ceará (Aouvirce), através de sua diretoria e associados resolveu por unanimidade que o homenageado no dia do radialista seria o escritor, jornalista e radialista Narcélio Lima verde de família tradicional de Fortaleza, em cujo pai os filhos se espelharam na arte da comunicação e da radiodifusão.
Falar das qualidades, do carisma, da maneira ordeira como trata os seus ouvintes seria desnecessário. Narcélio nasceu para o rádio e o rádio se engaja muito bem com ele, sendo uma sintonia perfeita. A história está ai para contar as qualidades desse grande profissional que passou por várias emissoras locais e hoje presta seus valorosos serviços na rádio FM Assembleia – O programa Narcélio Limaverde vai ao ar de segunda à sexta-feira, das 7h30 às 9h, na rádio FM Assembleia 96,7 MHz. Aos sábados acontece a reprise dos destaques da semana, a partir das 10 horas. Era uma vez um cearense chamado João do Mar. Nasceu na Síria, cuja capital era a cidade do Crato, “Uma terra de fartura, Capital da rapadura E campeã mundial do carrapato, onde o quibe nascia em árvores.
E o trigo do pão se colhia antes mesmo de plantado”. Uma vidente com olhos de serpente. E ouro branco nos dentes. Olhou o rosto do menino. E vaticinou seu destino: Tua vida está escrita nas linhas de tuas mãos. E não será por aqui. Deixe o Vale do Cariri. E vá pra junto do mar. Dizendo assim a vidente virou uma salada tabule. E desapareceu numa nuvem de alface. E assim o menino sírio-cearense veio pra Fortaleza, quando o barato era passear. No Passeio Público, onde poetas impúberes ensaiavam os primeiros poemas, o povo conversava política e contava anedotas, de bobeira na Praça do Ferreira. Aos domingos, se banhavam numa Praia de Iracema ainda sem poluição e sem essa mixórdia beócia e imbecil de putas. E gringos.
Não havia os bingos, Não havia a Aldeota, Nem a Beira Mar com seus horrorosos espigões. O velho farol iluminava as dunas. Fortaleza era uma província pacata. Embalada à brisa do Mucuripe. Os arrabaldes inda eram pura mata onde luziam e vagavam luminosos vaga-lumes, insetos de luz própria. Um dia, João do Mar espiou pela fechadura. Da porta do tempo. E vislumbrou o futuro. Que se escondia por detrás do muro. E esse futuro tinha um nome: co-mu-ni-ca-ção. E comunicação é que nem gripe: se espalha nas ondas do ar. E João do Mar, o Visionário, fundou nesta urbe. A- Ceará Rádio Clube. E de João do Mar. Passou a ser conhecido como o João do Ar. Se o Brasil tinha a Rádio Nacional, o Ceará tinha a PRE-9, que o povo, com carinho, chamava de Perrenove.
Todas as emoções do mundo numa caixinha de sonhos: “Faça sol ou quando chove. Ouça sempre a Perrenove”. Roupa bem lavada só com Sabão Pavão. Quer comida gostosa? Use Óleo Pajeú. Alegria? Faça a barba todo dia com Gillette Azul. Humor. Esportes. Notícias. Crônicas. Opinião. Programas de calouros. Programas de auditório. Que não deviam nada aos de São Paulo e do Rio. José Lima Verde apresenta: Hora da Saudade, Coisas que o Tempo Levou. Opinião é com Paulo Cabral. O cronista que só fala a verdade. Nesta cidade noiva do sol, Os homens escutavam o futebol. Na voz de Cabral de Araújo. Cadeiras na calçada, Falando da vida alheia. E o diabo a quatro, As comadres discutiam o último capítulo do Rádio Teatro, O Teatro verdadeiramente popular, Avô das novelas da TV.Locutores, cronistas, redatores, aprendizes, radiatrizes, radiatores.
Cantoras, cantores. Astros e estrelas tirados do balaio: Augusto Borges, Narcélio Lima Verde, Laura Peixoto, Moacir Weyne, Teresinha Holanda, Laura e Fátima Sampaio. Senhoras e Senhores: com vocês, diretamente do Edifício Pajeú: Keyla Vidigal, Salete Dias, e o Rei do Ritmo: Nozinho Silva! João Demétrio Dummar escrevia sua saga. Grandes nomes do rádio cantando por estas plagas: Orlando Silva, Silvio Caldas, Chico Viola, Zezé e Luiz Gonzaga, Ângela, Dalva, Marlene, Emilinha – talentos pioneiros! Trio Nagô, Trio Irakitan, Jackson do Pandeiro! O Ceará nunca mais foi o mesmo. E o tempo, que é uma bola vagando a esmo, foi tecendo seus mistérios. João do Ar virou um mito. Encontrou Maria Lúcia, Filha de Demócrito, que veio a ser a mãe de seus seis filhos. E avó de seus vários netos.
Hoje Fortaleza é uma cidade moderna, entre o mar e o sertão. Grande exportadora de tapioca. Para a terra carioca. Shopping Centers a dar com o pau. Turistas a doer na vista, Fashion Malls, roquenroll, linhas aéreas da Gol. Ligando a lua com o sol. Muita máfia, muito espigão, muita especulação. Mas existe uma flama, um espírito ancestral, uma alma coletiva. João Dummar, Demócrito, Quintino, Raquel de Queiroz, Jáder, Patativa. Nossas raízes, Nossos avós. Uma força, uma beleza, Que sempre permanecerá. E viva Fortaleza, Capital do Ceará. FONTE: “SUA EXCELÊNCIA O RÁDIO”; 80 ANOS DA ACI (ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE IMPRENSA ) E DETALHES SOBRE A HISTÓRIA DO RÁDIO NO CEARÁ, NO BRASIL E NO MUNDO.MEU ACERVO PARTICULAR.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-FORTALEZA-CEARÁ
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