O jornalista e o assessor de imprensa
18.07.2011| 01:30
Magela Lima - Editor-executivo do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO
magela@opovo.com.br Você, caro leitor, certamente não sabe ou não dimensiona como deveria a seguinte informação: os jornalistas envolvidos na feitura da notícia, nota, reportagem ou artigo que fisga sua atenção, não são apenas aqueles que expõem suas assinaturas no papel. O jornalismo avançou tanto, técnica e empresarialmente, que consolidou uma vasta rede de profissionais, responsáveis por conduzir as informações até as suas devidas audiências.
Para além dos jornalistas de redação, há um sem fim de outros jornalistas em departamentos de empresas privadas e órgãos públicos responsáveis por facilitar o fluxo das informações. Tradicionalmente vista como atividade quebra-galho, um bico extra dos jornalistas para incrementar suas rendas, a assessoria de imprensa hoje se tornou atividade central para o segmento da comunicação, exigindo muitas vezes profissionais até mais especializados que as redações.
Nas praças de mercado jornalístico mais forte, como Rio e São Paulo, não são poucos os grupos de assessoria de imprensa especialistas em gastronomia ou moda. Os grandes times de futebol – até mesmo a seleção brasileira – hoje contam com um assessor. É, pois, um segmento em plena ascensão. E não soaria exagero algum dizer que hoje não seria possível fazer jornalismo sem a colaboração desse conjunto de profissionais. Repito: colaboração. O assessor de imprensa, antes de tudo, tem que saber dosar o interesse público com o interesse do seu cliente.
Tal e qual faz o jornalista de redação desde sempre, que dosa os interesses da empresa proprietária do jornal e o dos leitores. Não há donos da informação. Fato dado, nem os mesmo os principais envolvidos num determinado episódio, conseguem mais ter domínio sobre o mesmo. Foi-se o tempo em que só notícia ruim corria ligeiro. Hoje, as pessoas que consomem informação querem saber tudo e na base do quanto mais rápido melhor. Diante disso, mão à obra. Na lida contemporânea com a informação, de nada adianta um jornalismo mais ágil, se toda uma rede de profissionais da comunicação não for capaz de se reinventar.
FONTE: JORNAL O POVO