OS JORNALISTAS
E PROFISSIONAIS DA COMUNICAÇÃO ESPORTIVA
Não digas:
“sou bananeira que já deu cacho, não sou mais como antes, agora nada mais me
adianta. Reergue-te. As mesmas forças de antigamente ainda estão dentro de ti,
agora mais sábias e pacientes. Talvez não possas exagerar no físico, mas a tua
alma, o teu ser está mais potente do que antes “... (Lourival Lopes).
Os comunicadores são os profissionais
responsáveis pela comunicação. Já a comunicação é a ação, efeito ou meio de
comunicar-se. A comunicação também está ligada ao aviso, informação e
esclarecimento, bem como, a transmissão, a relação e a correspondência fácil. O
trato, a amizade, o acesso e a passagem são sinonímias relacionadas com a
comunicação. O título acima epigrafado se relaciona aos profissionais que
militam na mídia, seja ela falada, escrita e televisada. O mundo do esporte é
vasto e exige muitos conhecimentos dos profissionais ligados a essa arte.
É de vital importância que eles conheçam com
muita singularidade a reportagem, uma pauta, entendam de produção, entrevistas,
edição, tenham noção de um bom texto, o uso da linguagem do esporte e prestar
serviços com muita emoção e amor naquilo que faz. A ética é primordial e não
deve ser esquecida jamais. No jornalismo esportivo existem tanto as pragas como
os desafios. Uma boa equipe deve ter a seguinte delineação: Editor-chefe,
narrador; âncora, comentarista, chefe ou líder de esporte, plantão esportivo,
assessor de imprensa e um jornalista não ator. Deve ser observado, visto que a
importância é primordial nessa função?
A tecnologia, exibicionismo não exacerbado,
miscelânea e frases apropriadas ou colecionadas. A palavra miscelânea está
ligada a reunião de escritos sobre diversos temas de um só autor ou de vários.
Uma compilação de escritos de gêneros literários e uma mistura de várias coisas
ou mixórdia. Quando nos referimos à palavra de importância elas podem tomar uma
conotação especial, visto que algumas se tornam inapropriadas para os
comunicadores, por isso citamos miscelânea e mixórdia.
O significado de mixórdia refere-se a um
produto falsificado por mistura fraudulenta, comida malfeita e repugnante,
zurrapa (vinho ruim ou estragado), coisas anarquicamente dispostas ou arrumadas,
miscelânea. Lamentamos ter que dizer que na época atual existem radialistas,
comentaristas que são verdadeiras mixórdias e também fazem o papel de um homem
de comunicação zurrapa. A pauta é o início de uma boa reportagem. Nela estão
contidos os ensinamentos primários que o repórter deve fazer, tais como: “Ela
diz ao repórter o que está acontecendo, onde e quem deve ser entrevistado”. Não
se faz pauta sem planejamento e deve ser observada desde o início até o fim.
“Teoricamente, todo aquele que vai fazer uma
reportagem pauta, enuncia uma premissa, avalia os parâmetros para sua execução,
tenha ele ou não a função de pauteiro da equipe”. Contudo, é necessária a
constituição de um núcleo de pauteiros que dediquem a maior parte do tempo para
redigir e acompanhar o andamento das pautas. É de primordial importância que
todo jornalista deva estar habilitado a exercer todas as funções do jornalismo,
e pautar é apenas uma delas. O pauteiro é de grande valia para o setor de
jornalismo de qualquer especialidade.
A produção é uma função comum em emissoras de
televisão e rádio, o produtor raramente está presente em redação dos meios
impressos. A produção, como a pauta, facilita muito a atividade do repórter e
do entrevistador. Um lembrete; “É possível usar o computador em todas as fases
da produção jornalística: arquivos, textos, acessos a páginas eletrônicas de
informação e até mesmo para a troca de e-mail com o público-alvo”. É preciso
tomar cuidado com a veracidade das notícias que são divulgadas na Rede Mundial
de Computadores. (Internet). Produção é sinonímia de agenda atualizada e
completa. Entrevista é a grande estrela. O grande trunfo para tirar o
jornalismo esportivo brasileiro da rotina que se encontra. Em função da grande
importância do rádio e da televisão poucas entrevistas são feitas. Na
entrevista colhemos a informação exclusiva, o furo, o gancho para futuras
matérias.
O cuidado que devemos ter na entrevista é não
endeusar ou demonizar o entrevistado, atitude muito comum no esporte. A
intenção é compreendê-lo Às vezes a torcida o trata como um deus, outras vezes
como o quinta – coluna que entregou o jogo para o adversário. O jornalista deve
ficar fora desse emocionalismo e procurar ficar o mais próximo possível da
racionalidade. Cuidado ao fazer uma entrevista para que a mesma não tome
conotações de jirau.
A Edição é a seleção e organização das
informações no produto final, e começa já da pauta. Se o jornal, em qualquer
veículo, nasce ruim, ele vai ao ar ou chega às bancas ruim. Responsabilidade
acima de tudo. A emoção é a própria alma do esporte. Ela está nos olhos do
jogador que faz o gol do título, na decepção da derrota, ou em outros lugares
de competição, sendo quadras, piscinas ou pistas de atletismo. Na edição a
informação e o entretenimento estão juntos e próximos. Narrar com o coração é
uma dádiva e deve mexer com as emoções do torcedor. Dosar coração com razão.
O profissional mesmo sendo apreciador ou
torcedor de um clube de futebol ao narrar a peleja não deve denotar para os
ouvintes essa paixão, pois essa ação é antiética. A competição pode ser contaminada
pela atmosfera emocional de uma cidade ou de uma região. Porém, cabe ao
jornalista esportivo procurar sempre o equilíbrio e o bom senso e não
incentivar as torcidas além do que é razoável. Há emissoras que parecem
transmitir uma batalha e não uma competição esportiva, com regras legais e
éticas. O jornalista esportivo, pela tipicidade de seu trabalho, precisa estar
apto a lidar com frustrações, controlar emoções e se relacionar com as pessoas.
Alguns narradores transmitem com tanta rapidez na voz que o ouvinte nada
entende. O bom narrador não é aquele que transmite com rapidez, mas sim aquele
que se afina com o ouvinte e consegue ouvi-lo e entendê-lo bem em qualquer
narração. O texto tem sua importância fundamental e se faz necessário que o
encarregado de editar conheça bem as regras gramaticais. A linguagem no esporte
é outro assunto bastante comentado, diz o jargão popular que “Em futebol, o
pior cego é o que só vê a bola”.
O narrador esportivo não deve abusar de
gírias e, principalmente quando essas tem duplo sentido. O ouvinte também é
conhecedor de gírias e sabe muito bem o que o narrador quer dizer com a gíria
empregada. Não deve ter apego a nenhum clube de futebol, ser imparcial, tratar
bem os ouvintes e colegas de transmissão. Ilustrar as transmissões com fatos
que ocorreram com os dois competidores. Fatos históricos, comparativos e
estatísticas, fazer levantamento dos personagens que participaram dos últimos
confrontos, usar linguagem de estilo, não apelar, fazer jornalismo esportivo
inteligente, se informar e estar informado escute especialistas, cite
personagens indiretos, como cartolas, personalidades e políticos que estão
somente nas arquibancadas.
Por isso, a ética é tão importante no
futebol, mas infelizmente o que vemos foge totalmente as citações aqui
analisadas. O jornalista, o repórter, e outros profissionais de comunicação
devem prestar serviços de qualidade para os ouvintes e torcedores de um modo
geral. Informações como locais de banheiros, limpeza, cuidado com as praças de
esportes, delegacias de plantão, hospitais de emergências, delegado da partida
e serviços de utilidade pública não podem ser dispensados, Ter uma marca na
narração esportiva não basta. É necessário que o profissional estude o que vai
transmitir, para que não ocorra o risco de arranhar a sua imagem. É
importantíssimo que o narrador, além de ter um conhecimento cultural genérico
como falar outras línguas, viagens, cursos, informações adquiridas. Alguns narradores precisam perder o hábito de
comemorar vitórias e tentar a todo custo justificar as derrotas de algum time
ou mesmo seleção. Nunca console um atleta derrotado durante a transmissão ou
mesmo pessoalmente. Cuidado com clichês. Muitos narradores jovens usam bordões
caquéticos imitando as narrações de antigamente. Usar a nomenclatura esportiva
atual. Nunca se esqueça da concordância das palavras, principalmente quando
usadas no plural.
Não é fácil ser narrador e comentarista
esportivo. O âncora no jornalismo é de muito valia nos dias de hoje. Segundo
nos informam Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel, o comentarista tem a função
nobre de explicar e permitir ao torcedor que acompanhe o jogo de forma
diferenciada. Entre tantas funções importantes, cabe a ele analisar o que
aconteceu, o que pode acontecer e antever o que aconteceria numa partida.
Analisar com consistência, por exemplo, quando um treinador muda a forma de um
time jogar ou quando coloca em campo um determinado jogador.
O óbvio não precisa ser comentado. Não espere
as coisas acontecerem para dar a sua versão e sua análise. Ser simples e
didático, ter noção do público-alvo, agir dentro da ética e não denotar paixão
clubística. Existem inúmeras ações para um profissional ser um bom
comentarista, no entanto, a primeira é conhecer as regras do futebol e das
responsabilidades das autoridades que integram aquele teatro de operações.
Estamos confeccionando essa matéria para tornar público à importância do
profissional de comunicação em jornadas esportivas, já que o jornalista tem a
responsabilidade de saber o que vai fazer e há necessidade que ele esteja
sempre estudando e se aperfeiçoando, para melhor servir a sociedade e a
comunidade da qual faz parte. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA
RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AVSPE- DO PORTAL CEN- DA AOUVIRCE E
DA ALOMERCE-JORNALISTA PROFISSIONAL
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