terça-feira, 19 de março de 2013

OS JORNALISTAS E A COMUNICAÇÃO ESPORTIVA

Gostaria de compartilhar um texto de nosso Tesoureiro ANTÔNIO PAIVA RODRIGUES. Aborda o jornalismo esportivo leia e passe adiante.


OS JORNALISTAS E PROFISSIONAIS DA COMUNICAÇÃO ESPORTIVA

Não digas: “sou bananeira que já deu cacho, não sou mais como antes, agora nada mais me adianta. Reergue-te. As mesmas forças de antigamente ainda estão dentro de ti, agora mais sábias e pacientes. Talvez não possas exagerar no físico, mas a tua alma, o teu ser está mais potente do que antes “... (Lourival Lopes).

Os comunicadores são os profissionais responsáveis pela comunicação. Já a comunicação é a ação, efeito ou meio de comunicar-se. A comunicação também está ligada ao aviso, informação e esclarecimento, bem como, a transmissão, a relação e a correspondência fácil. O trato, a amizade, o acesso e a passagem são sinonímias relacionadas com a comunicação. O título acima epigrafado se relaciona aos profissionais que militam na mídia, seja ela falada, escrita e televisada. O mundo do esporte é vasto e exige muitos conhecimentos dos profissionais ligados a essa arte.

É de vital importância que eles conheçam com muita singularidade a reportagem, uma pauta, entendam de produção, entrevistas, edição, tenham noção de um bom texto, o uso da linguagem do esporte e prestar serviços com muita emoção e amor naquilo que faz. A ética é primordial e não deve ser esquecida jamais. No jornalismo esportivo existem tanto as pragas como os desafios. Uma boa equipe deve ter a seguinte delineação: Editor-chefe, narrador; âncora, comentarista, chefe ou líder de esporte, plantão esportivo, assessor de imprensa e um jornalista não ator. Deve ser observado, visto que a importância é primordial nessa função?

A tecnologia, exibicionismo não exacerbado, miscelânea e frases apropriadas ou colecionadas. A palavra miscelânea está ligada a reunião de escritos sobre diversos temas de um só autor ou de vários. Uma compilação de escritos de gêneros literários e uma mistura de várias coisas ou mixórdia. Quando nos referimos à palavra de importância elas podem tomar uma conotação especial, visto que algumas se tornam inapropriadas para os comunicadores, por isso citamos miscelânea e mixórdia.

O significado de mixórdia refere-se a um produto falsificado por mistura fraudulenta, comida malfeita e repugnante, zurrapa (vinho ruim ou estragado), coisas anarquicamente dispostas ou arrumadas, miscelânea. Lamentamos ter que dizer que na época atual existem radialistas, comentaristas que são verdadeiras mixórdias e também fazem o papel de um homem de comunicação zurrapa. A pauta é o início de uma boa reportagem. Nela estão contidos os ensinamentos primários que o repórter deve fazer, tais como: “Ela diz ao repórter o que está acontecendo, onde e quem deve ser entrevistado”. Não se faz pauta sem planejamento e deve ser observada desde o início até o fim.

“Teoricamente, todo aquele que vai fazer uma reportagem pauta, enuncia uma premissa, avalia os parâmetros para sua execução, tenha ele ou não a função de pauteiro da equipe”. Contudo, é necessária a constituição de um núcleo de pauteiros que dediquem a maior parte do tempo para redigir e acompanhar o andamento das pautas. É de primordial importância que todo jornalista deva estar habilitado a exercer todas as funções do jornalismo, e pautar é apenas uma delas. O pauteiro é de grande valia para o setor de jornalismo de qualquer especialidade.

A produção é uma função comum em emissoras de televisão e rádio, o produtor raramente está presente em redação dos meios impressos. A produção, como a pauta, facilita muito a atividade do repórter e do entrevistador. Um lembrete; “É possível usar o computador em todas as fases da produção jornalística: arquivos, textos, acessos a páginas eletrônicas de informação e até mesmo para a troca de e-mail com o público-alvo”. É preciso tomar cuidado com a veracidade das notícias que são divulgadas na Rede Mundial de Computadores. (Internet). Produção é sinonímia de agenda atualizada e completa. Entrevista é a grande estrela. O grande trunfo para tirar o jornalismo esportivo brasileiro da rotina que se encontra. Em função da grande importância do rádio e da televisão poucas entrevistas são feitas. Na entrevista colhemos a informação exclusiva, o furo, o gancho para futuras matérias.

O cuidado que devemos ter na entrevista é não endeusar ou demonizar o entrevistado, atitude muito comum no esporte. A intenção é compreendê-lo Às vezes a torcida o trata como um deus, outras vezes como o quinta – coluna que entregou o jogo para o adversário. O jornalista deve ficar fora desse emocionalismo e procurar ficar o mais próximo possível da racionalidade. Cuidado ao fazer uma entrevista para que a mesma não tome conotações de jirau.

A Edição é a seleção e organização das informações no produto final, e começa já da pauta. Se o jornal, em qualquer veículo, nasce ruim, ele vai ao ar ou chega às bancas ruim. Responsabilidade acima de tudo. A emoção é a própria alma do esporte. Ela está nos olhos do jogador que faz o gol do título, na decepção da derrota, ou em outros lugares de competição, sendo quadras, piscinas ou pistas de atletismo. Na edição a informação e o entretenimento estão juntos e próximos. Narrar com o coração é uma dádiva e deve mexer com as emoções do torcedor. Dosar coração com razão.

O profissional mesmo sendo apreciador ou torcedor de um clube de futebol ao narrar a peleja não deve denotar para os ouvintes essa paixão, pois essa ação é antiética. A competição pode ser contaminada pela atmosfera emocional de uma cidade ou de uma região. Porém, cabe ao jornalista esportivo procurar sempre o equilíbrio e o bom senso e não incentivar as torcidas além do que é razoável. Há emissoras que parecem transmitir uma batalha e não uma competição esportiva, com regras legais e éticas. O jornalista esportivo, pela tipicidade de seu trabalho, precisa estar apto a lidar com frustrações, controlar emoções e se relacionar com as pessoas. Alguns narradores transmitem com tanta rapidez na voz que o ouvinte nada entende. O bom narrador não é aquele que transmite com rapidez, mas sim aquele que se afina com o ouvinte e consegue ouvi-lo e entendê-lo bem em qualquer narração. O texto tem sua importância fundamental e se faz necessário que o encarregado de editar conheça bem as regras gramaticais. A linguagem no esporte é outro assunto bastante comentado, diz o jargão popular que “Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola”.

O narrador esportivo não deve abusar de gírias e, principalmente quando essas tem duplo sentido. O ouvinte também é conhecedor de gírias e sabe muito bem o que o narrador quer dizer com a gíria empregada. Não deve ter apego a nenhum clube de futebol, ser imparcial, tratar bem os ouvintes e colegas de transmissão. Ilustrar as transmissões com fatos que ocorreram com os dois competidores. Fatos históricos, comparativos e estatísticas, fazer levantamento dos personagens que participaram dos últimos confrontos, usar linguagem de estilo, não apelar, fazer jornalismo esportivo inteligente, se informar e estar informado escute especialistas, cite personagens indiretos, como cartolas, personalidades e políticos que estão somente nas arquibancadas. 

Por isso, a ética é tão importante no futebol, mas infelizmente o que vemos foge totalmente as citações aqui analisadas. O jornalista, o repórter, e outros profissionais de comunicação devem prestar serviços de qualidade para os ouvintes e torcedores de um modo geral. Informações como locais de banheiros, limpeza, cuidado com as praças de esportes, delegacias de plantão, hospitais de emergências, delegado da partida e serviços de utilidade pública não podem ser dispensados, Ter uma marca na narração esportiva não basta. É necessário que o profissional estude o que vai transmitir, para que não ocorra o risco de arranhar a sua imagem. É importantíssimo que o narrador, além de ter um conhecimento cultural genérico como falar outras línguas, viagens, cursos, informações adquiridas.  Alguns narradores precisam perder o hábito de comemorar vitórias e tentar a todo custo justificar as derrotas de algum time ou mesmo seleção. Nunca console um atleta derrotado durante a transmissão ou mesmo pessoalmente. Cuidado com clichês. Muitos narradores jovens usam bordões caquéticos imitando as narrações de antigamente. Usar a nomenclatura esportiva atual. Nunca se esqueça da concordância das palavras, principalmente quando usadas no plural.

Não é fácil ser narrador e comentarista esportivo. O âncora no jornalismo é de muito valia nos dias de hoje. Segundo nos informam Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel, o comentarista tem a função nobre de explicar e permitir ao torcedor que acompanhe o jogo de forma diferenciada. Entre tantas funções importantes, cabe a ele analisar o que aconteceu, o que pode acontecer e antever o que aconteceria numa partida. Analisar com consistência, por exemplo, quando um treinador muda a forma de um time jogar ou quando coloca em campo um determinado jogador.

O óbvio não precisa ser comentado. Não espere as coisas acontecerem para dar a sua versão e sua análise. Ser simples e didático, ter noção do público-alvo, agir dentro da ética e não denotar paixão clubística. Existem inúmeras ações para um profissional ser um bom comentarista, no entanto, a primeira é conhecer as regras do futebol e das responsabilidades das autoridades que integram aquele teatro de operações. Estamos confeccionando essa matéria para tornar público à importância do profissional de comunicação em jornadas esportivas, já que o jornalista tem a responsabilidade de saber o que vai fazer e há necessidade que ele esteja sempre estudando e se aperfeiçoando, para melhor servir a sociedade e a comunidade da qual faz parte. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AVSPE- DO PORTAL CEN- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE-JORNALISTA PROFISSIONAL

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