As rádios que eu ouço
Sidney Rezende | Sidney Rezende | 25/12/2011 12h27
Desde que fui varrido do rádio, demitido sumariamente, o veículo tornou-se estranho para mim. Vivi a sensação de ter dormido 20 anos com o inimigo sem saber. Desde então, construí uma fuga psicológica, reconheço.
Experimentei períodos de infelicidade, de desorientação. Só não foi de abandono porque os ouvintes de sempre nunca me faltaram. E os amigos mais próximos, também não. Embora um grupo expressivo que me bajulava tenha apostado na minha morte profissional. Para minha sorte, isto não aconteceu. Pelo menos, não totalmente.
Desde o dia que recebi cartão vermelho, eu mergulhei na Internet e o nosso site,SRZD, deu um salto. De 700 mil leitores, pulamos em menos de 3 anos para mais de 7 milhões. Vivemos agora a fase natural de acomodação. Mas já somos o maior portal de notícias de um jornalista independente do Brasil. Não é pouco.
Há um mês, abandonei o meu período sabático e voltei a percorrer as frequências de rádio do mundo para ver o que existe de novidades. Ainda não quero fazer juízo das rádios de notícias, mas já reuni muitas observações sobre o segmento musical.
Eu gosto bastante do equilíbrio encontrado pelos programadores da rádio "Ja.fm", da África do Sul. Diferentemente de nós que copiamos os americanos, eles foram buscar o novo na diversidade da música local. Feliz escolha ao reconhecer a força dos negros que cantavam em afrikaans ou inglês durante o apartheid e passaram a cantar em línguas africanas tradicionais.
Na internet, eles oferecem ao ouvinte um serviço campeão chamado "Listener Driven Radio", onde você pode ouvir em paralelo ao play list a música que você desejar.
No campo oposto do que pensa o Boni, que não gosta de locução gritada, eu gosto dos berros dos comunicadores da "El Sol", de Barranquilla, Colômbia. Eles tocam por lá salsa e um romântico da década de 60 bem típico do Caribe. O divertido é que a Rádio transmite o clima de sol constante. Totalmente verão.
E tenho ouvido também a rádio norueguesa "Sandviken", que navega no ecletismo musical, sem preconceitos. Para quem prefere só rock in Roll, vale a pena ouvir "Bandit Rock", também europeia. Mas aí é som pesado.
Estou acordando aos poucos. Vamos ver no que dá isso. 2012 promete!
www.sidneyrezende.com
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