Rádio AM está com os dias contados?
03 /11/2011 - quinta-feira
Embora muitos não queiram acreditar - ou aceitar - mas a verdade é que o Rádio AM vem perdendo ouvintes com o passar dos anos. Será que o Rádio AM está mesmo com os dias contados?
Segundo pesquisa Ibope do trimestre Julho/Agosto/Setembro de 2011, cerca de 2 milhões 194 mil 965 pessoas em média, ouvem Rádio durante todo o dia na Capital e Grande São Paulo, de segunda a sexta-feira.
Desse total, cerca de 1 milhão 877 mil 823 pessoas em média ouvem emissoras em FM.
Apenas 317 mil 141 pessoas em média ouvem emissoras em AM.
Como você observou, a diferença "gigantesca".
Confira abaixo:
Algumas pessoas acreditam que o Rádio AM terá no máximo mais 10 anos de vida (e olha lá...). A não ser que passe por mudanças radicais imediatamente.
A qualidade do som é um dos grandes fatores para a queda de audiência. O uso da tecnologia como transmissão via celular, no Iphone, via web-Rádio e outras tecnologias (bastante usadas nas emissoras FM), é mais um fator essencial para a sobrevida e qualidade de transmissão do Rádio AM. As únicas emissoras AM que se preocupam com essa tecnologia são as Rádios Globo e Bandeirantes.
Outro ponto que precisa ser levado em consideração, é a não renovação de profissionais no Rádio AM nas grandes capitais. Hoje são raros os nomes novos no Rádio AM, bem diferente do FM que conta com um público jovem, conquistado pelo profissionais jovens. No Rádio AM, a grande maioria daqueles que estão a frente dos microfones são aqueles mesmo das décadas de 70 e 80. Como num time de futebol, não seria interessante mesclar jovens com a experiência dos veteranos?
Dizem que a tendência do Rádio AM é ser um Rádio informativo, mas acreditamos que não é só isso, pois as grandes emissoras jornalísticas além de pensar no conteúdo também pensam na qualidade de som e já transmitem seus sinais em AM e FM (como é o caso da CBN e Bandeirantes, em São Paulo). Novos repórteres e jornalistas são bastante valorizados nessas emissoras.
Outra baixa no Rádio AM foi o fim da programação popular da tradicional Rádio Record AM (1.000 kHz - São Paulo/SP). Com isso, o AM acabou perdendo uma emissora popular. Atualmente a Record vem tocando músicas e apresentando notícias através de boletins em sua programação, sem muito investimento.
ÁREA COMERCIAL
Não podemos deixar de citar que os comerciais no Rádio AM são, em sua maioria, propagandas de remédios ou produtos de origem "duvidosa", com raras exceções. É preciso melhorar o nível.
MADRUGADA
As madrugadas no Rádio AM são todas dominadas por padres e pastores que "brigam" para arrebanhar fiéis a todo custo. Recentemente a Rádio Capital AM (1.040 kHz - São Paulo/SP), emissora que aparece em 2º lugar no ranking das mais ouvidas, cedeu meia-hora do seu espaço da madrugada para um programa que promete resolver todos os problemas.
A Super Rádio Tupi (AM 1.150 kHz e FM 97,3 MHz - São Paulo/SP), também cedeu seu espaço da madrugada para um "padre vidente".
Ainda sobre o início da madrugada nas emissoras AM, os poucos ouvintes que restam estão sem muitas opções de interagir em "programas populares". Em São Paulo, por exemplo, das 27 emissoras existentes, atualmente só existem duas emissoras que apresentam programas populares: Rádio Globo com o programa "Planeta Rei", apresentado por Beto Brito, gerado do Rio de Janeiro (da Meia-Noite às 3h da manhã); e a Rádio Iguatemi com o programa "Madrugada Total Iguatemi" apresentado por Ricardo Liel (da Meia-Noite às 5h da manhã).
PRÊMIOS
Enquanto emissoras FM dão prêmios como Carros, Motos, promovem encontros com Artistas, emissoras AM raramente dão prêmios. Com isso notamos que o ouvinte, que prestigia com a audiência, recebe muito pouco das emissoras AM.
RÁDIO IGUATEMI
Essa emissora vem crescendo na audiência nos últimos anos e já aparece na 6ª posição no ranking geral, sendo a 3ª emissora popular mais ouvida na Grande SP com o fim da programação da Rádio Record.
Entre as emissoras populares, a Rádio Iguatemi AM (1.370 kHz) recebeu de braços abertos alguns profissionais da extinta Record, e manteve outros profissionais de seu casting. Mesclando os novos profissionais com os veteranos, a emissora - que toca músicas antigas - vem se destacando neste estilo.
OPORTUNIDADES DE TRABALHO
Alem dos ouvintes, quem também sofre com toda essa "pobreza" no mercado AM são os profissionais populares. O Rádio AM hoje em dia não oferece muitas oportunidades de trabalho. A Rádio Globo tem boa parte da sua direção no Rio de Janeiro. A Rádio Capital conta com os grandes nomes do Rádio e por isso fica difícil uma oportunidade na grade de programação.
Algumas outras emissoras não contratam, sendo necessário arrendar um horário ou fazer um acordo comercial entre as partes envolvidas e arriscar um lucro. Desse jeito, infelizmente qualquer pessoa consegue apresentar um programa (com ou sem DRT). Fica quem oferece mais.
É uma pena que o Rádio AM esteja assim. O que fazer? Alguma solução?
O ouvinte sofre mas tem a oportunidade de migrar para o FM. O profissional popular também sofre e raramente tem uma oportunidade.
Por via das dúvidas, só do Rádio um profissional não consegue sobreviver hoje em dia.
O amor tem que falar sempre mais alto, caso contrário, não vale a pena!!!
Essa é a realidade do Rádio AM, em SP e de certa forma no Brasil.
Um comentário:
isso não pode acabar, existem muitas pessoas que são amantes do rádio OM (AM) ninguém é nada pra decidir uma coisa dessas, ora, o rádio esta no AR é de todos, se as rádios comerciais e evangélicas acabarem, bom , é uma boa ideia, pelo menos sobra espaço pra quem gosta de rádio fazer rádio.
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