sábado, 12 de novembro de 2011

UMA REFLEXÃO SOBRE O RÁDIO CEARENSE

“Bela imaginação é trazer consigo maravilhoso castelo. Convém reparar, porém, com que imagens você povoa o seu palácio interior. Grande emotividade é característica de riqueza íntima. Contudo, é preciso saber como gasta você as emoções”. (André Luiz).
Quando alguma pessoa não fornece a informação solicitada por você, com a devida presteza que desejarias, não adianta se aborrecer e se desesperar. É necessário recordar que a surdez pode atacar a todos. Como diria um sertanejo lá dos brejos, e das matas distantes, estamos ariados, abestalhados e não queremos aceitar. Com o avanço da tecnologia, e a expansão da rede elétrica que avança por esse grande continente, é possível que moradores dos confins, possam, através de uma antena parabólica, ficar antenados com os acontecimentos ocorridos no Brasil e no Mundo. Não existem mais o “matuto besta” e desinformado, nem a criança inocente dos anos 1980. Tudo mudou, mas a personalidade humana metamorfoseou-se para o mal, em detrimento do bem.
O egoísmo exacerbado dominou o ser humano, a inveja se instalou em seu coração, a prepotência deu um salto de negatividade, e a ética desapareceu por completo da psicosfera humana. Alguns profissionais de rádio são verdadeiros donos da verdade, emitem opiniões para o público ouvinte, e ainda ficam incitando que autoridades instruídas sobre o assunto levantado venham desmentí-los. Em determinada emissora local, um apresentador deixa transparecer que é o sabichão do pedaço, o honesto dos honestos, e passa a criticar os próprios companheiros de trabalho, e profissão. Talvez seja um doente com suas mazelas afloradas, e num momento impensado fica jogando lantejoulas ao ar.
Queríamos dizer para esse profissional de rádio que ninguém neste orbe é perfeito, estamos sujeitos aos erros e acertos. Não devemos em momento algum mostrar superioridade, afirmando que lê muito e estuda demais. Aliás, ler e estudar são virtudes que poderiam ficar encravadas no ego do apresentador do programa da madrugada cearense.  Dizer que o ouvinte é isso ou aquilo, visto o mesmo ter afirmado nunca ter votado, e no ar ser chamado de analfabeto político é deseducação para qualquer radialista. Eu sou isso, eu sou aquilo, gosto disso, gosto daquilo não entra na grade da programação de emissoras, mas a mania de grandeza, e a condição de superioridade estão entranhadas na radiodifusão brasileira.
Não existe profissional de rádio sem ouvinte. Ao emitir opinião o radialista deve ter cautela e ética, para não ferir os brios de ninguém. “Dizer que nunca teve apoio de políticos, como muitos profissionais afirmam não é fato para divulgação no ar, pois algum ouvinte pode entender de maneira diferente, e julgá-lo como um desagregador da mídia”. Em se tratando de uma grande Rede de Comunicação, os programas de rádio deveriam passar por um exame ou ter um produtor, ou orientador, para evitar contratempos. Até no futebol, o profissional não deveria mostrar paixão clubística, infelizmente o meio radiofônico cearense, está cheio de apaixonados. Esse fato negativo está levantando o futebol tupiniquim às raias da imbecilidade e da intolerância.
Grandes clubes do futebol da cabeça chata já foram extintos, e outros estão em estado de letargia profunda. Aqui colocamos um clichê popular muito conhecido: “O que seria dos grandes, se não fossem os pequenos”. Outro fator que vem ofuscando o brilho da programação midiática é o número exagerado de comerciais (publicidade), principalmente em programas esportivos. Sem exagero nenhum, se estatísticas fossem realizadas com a maior seriedade possível, chegaríamos à conclusão que alguns programas esportivos de 60 minutos de duração, o percentual de publicidade chega a ultrapassar percentuais elevadíssimos, fazendo com que o noticiário não obtenha o êxito desejado, e seja jogado a um segundo plano. Essas nuanças acontecem com mais frequência em programas arrendados pelas emissoras de rádio, a terceiros. Deixam também transparecer que são seres humanos que realizam dez projetos maravilhosos por dia sem concretizá-los em dez anos.
A paixão exacerbada tem levado as “torcidas organizadas” ao uso indiscriminado da violência. O que deveria ser lazer para homens, mulheres e crianças, virou verdadeiro “Teatro de Operações” com muitas mortes, e confronto dentro e fora das praças esportivas. Lembre-se de que, se você errou de maneira desastrosa, não guarde rancor e mágoa, não se precipite no desespero, pois somente o reerguimento será a melhor medida a ser tomada para aquele que cai. Radicalismo no rádio não existe. Críticas ao ouvinte por uma posição inadequada deve ter anuência do profissional tentando explicar como deve ser o certo, mas não temos o direito de deixá-lo constrangido a ponto de desligar o fone.
Fatos dessa natureza devem ser evitados, pois o ouvinte está em primeiro lugar. Infelizmente, acontecem polêmicas desagradáveis que só prejuízos trazem para a emissora. Nunca devemos deixar o ouvinte desiludido, e com vergonha de ter tentado repassar seu pensamento. Sendo o rádio uma concessão pública o respeito com o ouvinte deve ser o melhor possível, mesmo que ele não esteja com firmeza sobre o assunto levantado ao conhecimento do radialista. Possibilidades de produzir intensamente são recursos preciosos.
No entanto, é imprescindível conhecer a substância daquilo que você produz. Jamais devemos tentar transformar o ouvinte, de um dia para o outro, a golpes verbais que não fazem parte do rol do Código Ética dos Radialistas. Os profissionais do Rádio não necessariamente devem ser intelectuais. A soberba jamais terá ponto de apoio em qualquer meio de comunicação. A simplicidade e o respeito mútuo devem ser o ponto forte de qualquer organização. Orgulho excessivo se torna ponto negativo e a arrogância destrói qualquer personalidade humana. Pense Nisso!
Fonte: www.carosouvintes.org.br

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