Os que tornam os parlamentos mais caros e mais inúteis do País
Não é preciso repetir aqui os nomes dos faltosos, porque o País inteiro já os conhece. Os que são daqui da bancada cearense, o Ceará inteiro também já os conhece. De que adianta o eleitorado descarregar toda a votação nesse ou naquele candidato, se ele nada faz para corresponder à intenção e confiança dos que o elegeram? É essa contradição que vicia os políticos e distorce o sentido da eleição que tem como objetivo avaliar o compromisso e o trabalho do candidato em prol da população. A pessoa é eleita para servir e não para servir-se.
Mas o eleitor pode alegar que votou em tal candidato pelo seu discurso, pela inteligência, pelo seu poder de sedução. É aí que é preciso atentar para o que diz a Bíblia: “Conhece-se a árvore pelo fruto”, ou seja, pelo que ela produz, pelo que oferece de bom ao pomicultor, e não pelo seu exterior, pela copa densa, farta, mas completamente estéril. Não tem nenhum sentido prático, para quem vota, o falar bonito, o esbravejar, o barulho, o teatro de que se utiliza o candidato na hora de buscar o voto. O que pesa e o que interessa é a sua competência, o compromisso, a conduta moral e o trabalho.
Mas alguém pode alegar que é honesto, que tem ficha limpa, que nunca se envolveu em falcatruas, em escândalos políticos, em processos criminais. Ora, ser honesto é um dever de qualquer cidadão, mas também não é só isso. Ou alguém acha que é honesto ganhar altos salários e mordomias sem dar a contrapartida do seu trabalho? Receber, como prova de confiança, grandes votações, sem comparecer depois às sessões ordinárias, aos locais de trabalho, sem apresentar uma obra sequer, enquanto o trabalhador comum é obrigado a assinar ponto e descontar no salário a falta que não justifique, conforme a lei?
A sociedade tem que repensar essas contradições, não pode se deixar ludibriar por esses falastrões das campanhas eleitorais e grandes ausentes do trabalho no exercício dos mandatos. Eles são os responsáveis por todas essas mazelas que tomam conta do serviço público e o tornam cada vez mais ineficaz, mais distante das reais necessidades das populações. São eles que tornam o Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais os serviços mais caros e mais inúteis deste País. E eles não mudarão enquanto o eleitor não obrigá-los a mudar pelo voto consciente.
PUBLICADO NO BLOG DA JANGA - www.jangadeiroonline.com.br
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