A nova era do rádio AM
20/01/11
Mesmo tendo sido publicado há vinte anos atrás (12/1/1990) e desta emissora já não existir mais — muito por causa da crise financeira sofrida pelo diário que lhe deu nome —, este anúncio criado pela Grottera&Cia. para a Rádio Jornal do Brasil AM ainda tem pontos interessantes de serem discutidos (clique nele para ampliar). Vivia-se a explosão do FM, que, naquele momento, ainda era visto como uma novidade tanto pelos ouvintes quanto pelo mercado anunciante. Mesmo assim, muitas das emissoras de maior audiência do rádio ainda estavam no AM — fenômeno que permanece até hoje.
Conforme o anúncio sugere, o som produzido e transmitido pelas estações AM tem qualidade idêntica ao das FMs — bastar ir ao estúdio de qualquer emissora para comprovar isso. A diferença, segundo diversos especialistas, está mais concentrada nos receptores de amplitude modulada, que são cada vez mais difíceis de serem encontrados e que costumam ter peças de menor qualidade. Além disso, no caminho percorrido entre a torre e o radinho, as ondas em AM enfrentam obstáculos cada vez maiores, como a fiação elétrica não-aterrada na maioria das cidades, as lâmpadas fluorescentes e o funcionamento de outros aparelhos eletrônicos que causam interferência. Com isso, a mobilidade tão marcante do rádio foi prejudicada, o que quase restringiu o AM à audiência domiciliar, alimentando o tal “preconceito” citado no anúncio.
Enquanto isso, o FM veio trazendo maior robustez de sinal, fator ideal para prevalescer num espaço aéreo cada vez mais disputado em todo o mundo.
A ida das emissoras líderes no AM para o FM é um caminho sem volta e que devolve para essas grandes marcas a audiência jovem e dinâmica que sempre foi delas. O FM extendido seria mais um passo importante para o avanço deste processo, servindo até mesmo como uma alternativa ao rádio digital, com a vantagem de não exigir que o ouvinte gaste seu dinheiro comprando novos receptores que, no exterior, nunca saem por menos de 100 dólares.
A qualidade de conteúdo das emissoras nascidas no AM permance a mesma e, agora, além das frequencias tradicionais, elas chegam também pelo FM, pelos celulares, pelos smartphones e pela Internet. Com tudo isso, o mercado dá atenção cada vez maior ao rádio, que vem crescendo sua receita e audiência a taxas bastante expressivas nos últimos anos.
Publicado no site www.carosouvintes.org.br
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