domingo, 30 de janeiro de 2011

é bom ler...

Rádio AM na UTI

Publicada 01/09/2010

Raphael Bontempo
Com a mediação do engenheiro Marco Túlio, do Sistema Globo de Rádio, o painel de Rádio do Congresso SET teve sala cheia do início ao fim. Na primeira parte, os norte-americanos John Schneider, diretor de negócios da Ibiquity, e Timothy Anderson, representante da Harris apresentaram o cenário do HD Radio nos EUA atualmente. Na sequência o engenheiro Gilberto Kussler relatou os testes com Iboc e DRM nas emissoras do Sistema Globo e o técnico da Anatel, Egon Guterres apresentou estudo sobre a migração de faixa do AM para FMe
O futuro da Amplitude Modulada foi um dos temas que mais repercutiu na plateia. “Realizamos uma pesquisa em nossa localidade e constatamos que a compra de aparelhos celulares com transmissão de AM e FM superou a dos receptores convencionais, mas hoje poucos fabricantes oferecem esse aplicativo” comentou o técnico em eletrônica, Álvaro Júnior, da Universidade FM, emissora da Universidade Federal do Maranhão. Em resposta, Schneider, da Ibiquity, explicou que há pouco interesse por parte da indústria de celulares em agregar a plataforma AM nos móveis, “pois isso implicaria na cobrança de royalties para os fabricantes”. 
A já conhecida proposta para a migração das estações de AM para os canais 5 e 6 da TV analógica, levada à campo pelos engenheiros da Anatel, foi rebatida por alguns dos presentes. Após a explanação de Guterres, Ronald Barbosa, diretor de tecnologia da Abert, presente à plateia, fez o seguinte comentário: “Hoje 13 canais na Faixa FM são utilizados no país. A faixa FM é suficiente em 95% do território nacional, você não precisa fazer a extensão da faixa por todo o pais. Extensão da faixa é um assunto a ser pensado depois, não tem a ver com a tecnologia digital. Haveria a necessidade de fazer uma limpeza na faixa de FM,  pois ela está poluíram a faixa e não saem dela”.
O gerente da diretoria de serviços da EBC, Adriano Goetz sugeriu a mudança das emissoras de Onda Média para a Banda de Alta Potência. Neste caso, quem tem hoje uma outorga de AM teria direito a ter um serviço complementar em FM nessa nova faixa com cobertura suficiente para ultrapassar a região urbana suprindo essa população com áudio de qualidade e livre de ruídos. O gerente da EBC ressalta, porém, que seria interessante a manutenção do sistema de OM, “principalmente o de Alta Potência, no ar por muitos anos, dadas as condições territoriais do país e o alcance em zona rural que a OM propicia”. 
O engenheiro defendeu um pacto social entre entidades e órgãos reguladores, para, juntos, acompanharem a transição da OM para FM. “Quando se falava em rádio digital no Brasil se dizia que ele deveria permanecer com os mesmos canais, mas hoje estão percebendo que é muito complicado continuar na mesma faixa. Tecnicamente fica mais fácil, mais organizado e com melhor resultado de cobertura quando se usa canais novos em uma faixa adjacente”, explica Goetz. E continua. “Se ampliarmos a faixa de FM, começando em 66 Mhz, indo até os 108 Mhz, contemplaremos as três bandas de FM existentes no mundo ( Leste Europeu, Japão e EUA). Seria um sonho contar nesse receptor com os decodificadores do DRM+ e do HD-Radio, com isso criaríamos o "Rádio Flex", e conseqüentemente desencadearíamos um novo nicho de negócios para a indústria de receptores nacional".
 Publicado no site www.radioenegocios.com

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