Por Wanderley Pereira*
Vivemos uma síndrome de desobediência. E não é fruto da ignorância, mas de uma cultura de infração às leis, às regras de convivência social, ao que é legal e justo para o bem geral. Fala-se em Natal de luz, de solidariedade, de paz, mas os mesmos que ostentam essa mensagem ganham as ruas e estradas do País apáticos a todos os apelos de paz. Não estão nem aí para a Lei Seca nem para as blitze no trânsito. Não se respeitam nem respeitam os outros.
Vivemos uma síndrome de desobediência. E não é fruto da ignorância, mas de uma cultura de infração às leis, às regras de convivência social, ao que é legal e justo para o bem geral. Fala-se em Natal de luz, de solidariedade, de paz, mas os mesmos que ostentam essa mensagem ganham as ruas e estradas do País apáticos a todos os apelos de paz. Não estão nem aí para a Lei Seca nem para as blitze no trânsito. Não se respeitam nem respeitam os outros.
Multa é brincadeira. Os próprios pais dão o mau exemplo, guiando os carros com as latinhas de cerveja ou a garrafa de uísque do lado da direção, com toda a família – filhos, bebês sem as cadeirinhas – expostos aos riscos e à escola da desobediência. Autoridades, pessoas que devem dar o exemplo, são vistas com o celular ao ouvido ou o copinho na boca, e conduzindo o veículo só com uma mão. Todas excitadas pelo álcool que exsuda dos poros.
Quem quiser conhecer melhor as raízes dessas tragédias que sangram nas ruas e nas estradas, sobretudo nos feriados prolongados, procure ouvir um desses policiais rodoviários que participam das costumeiras operações em
defesa da vida. O Jeová de Castro, aqui do Barra Pesado, vive as 24 horas ligado com o pessoal do Ciops, das Polícias Militar e Civil, Polícia Federal e toda a rede de segurança e hospitais públicos. Tem os ouvidos grudados no rádio e os olhos na televisão e na internet, a caça de notícia.
defesa da vida. O Jeová de Castro, aqui do Barra Pesado, vive as 24 horas ligado com o pessoal do Ciops, das Polícias Militar e Civil, Polícia Federal e toda a rede de segurança e hospitais públicos. Tem os ouvidos grudados no rádio e os olhos na televisão e na internet, a caça de notícia.
Ele conta que já ouviu de um policial rodoviário que estava numa blitz e um bando de bagunceiros passou por eles, uns sobre o capôs do carro, entornando copos e garrafas, como a desafiá-los. Foram detidos adiante, todos menores embriagados. Chamados os pais, estes compareceram e os levaram, ficando por isso mesmo. Daniel Melo, editor de imagem aqui da TV Jangadeiro foi outro que viu no domingo três carros parados próximo à igreja na Avenida Oliveira Paiva com jovens sentados no capôs, bebendo e jogando bebida em quem passasse.
Findo o Natal, vemos no noticiário quase uma centena de mortes nas vias federais e duas dúzias só aqui no Ceará. Como para doença grave só funciona remédio amargo, o jeito é mudar a lei para prender o menor infrator e os pais flagrados nesses shows públicos de violência, com a apreensão e apropriação do veículo pelo Estado e cassação sumária da habilitação. Já que a educação não resolve e nenhuma sociedade pode viver sem regras e sem respeito aos direitos individuais e coletivos, só um tratamento de choque para obrigar o respeito às leis e à vida. Cada sociedade tem as leis que merece.
*Wanderley Pereira é jornalista da TV Jang
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