Fala, Cidadão
Opinião
Cultura perde um ícone
26 Mai 2010 - 02h40min
Cláudio Pereira era neto-sobrinho do historiador Capistrano de Abreu,
ambos nascidos na fazenda Columijuba, em Maranguape. Cedo na vida foi
vítima de um acidente automobilístico que o levou a viver em uma
cadeira de rodas, quando a mais otimista promessa era que iria
subsistir por apenas dois anos. Venceu incansavelmente mais 40 anos de
vida e luta pela cultura. Como agitador político foi preso e torturado
durante a ditadura militar, coincidentemente, no mesmo lugar onde veio
a trabalhar (Funcet).
Após aposentar-se do Banco do Nordeste, já deficiente, dedicava-se
a organizar caravanas culturais mundo a fora. Depois veio a presidir a
Fundação Cultural de Fortaleza por 16 anos e a dirigir a Fundação
Virgílio Távora.
Presenciei sua criatividade, mobilidade (cadeira voadora) e
capacidade para realizar grandes eventos em tempos que os gestores não
viam a cultura como um instrumento de produção econômica, capaz de
gerar desenvolvimento e sustentabilidade.
Se a cultura perde um ícone, porque a prefeita Luizianne não faz um
ícone à cultura, um monumento a Cláudio Pereira, aproveitando a sua
simbólica cadeira e criando a sala da boemia no Estoril, um belo
produto turístico?
DÁRDANO NUNES DE MELO
Fortaleza-CE
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